Comemoram-se hoje 50 anos sobre a erupção do Vulcão dos Capelinhos, que entrou em actividade em Setembro de 1957 e manteve-se assim até Outubro de 1958.
O farol da Ponta dos Capelinhos, que antes se empoleirava no cume da arriba (e se vê, na fotografia da esquerda, no canto inferior direito) passou a estar caricatamente no meio de terra, onde perdeu naturalmente toda a relevância da sua função, como se pode avaliar pela foto da direita.
Hoje há mais cerca de 1 Km quadrado de terra com apenas 50 anos, acoplada à original Ilha do Faial. Nesta terra tão jovem e de aparência estranhíssima ainda não cresce quase vegetação nenhuma, dada a sua esterilidade. Quando lá estive, achei aquilo uma experiência do outro mundo, e se há lugares verdadeiramente especiais em Portugal, o Vulcão dos Capelinhos é com certeza um deles.
Apesar de estar absolutamente solidária com o Vasco quando ele diz que isto de almoçar com colegas é a maior estucha das rotinas estabelecidas pelos tempos modernos (ele não diz bem isto, mas acho que é isto que quer dizer), e de entender que se tente desesperadamente tornar esses eventos mais interessantes a qualquer custo, nomeadamente à custa de lançar temas politicamente incorrectos e/ou pouco ou nada consensuais, mas - devo admitir, até porque eu própria utilizo bastante a provocação como reacção ao tédio - quase sempre muitíssimo divertidos, apesar disso, dizia eu, felizmente não é verdade que não haja grandes matemáticos entre as mulheres. Ada Byron, Condessa de Lovelace, filha de Lord Byron, reconhecida como a primeira programadora de computadores, desenvolveu o algoritmo que permitiu a uma máquina calcular números de Bernoulli.
(info sacada da cunhadinha expatriada na Alemanha, e revista e aumentada pela cunhadinha R. de cá, ora aqui fica um beijinho para as duas).
Já que lá foi discutir outras importantes questões, porque é que José Sócrates, na qualidade de Presidente do Conselho Europeu, não aproveitou para discutir também a questão do Protocolo de Quioto directamente com George W. Bush que, como se sabe, é uma das pessoas mais, digamos, distraídas, do mundo no que toca a problemas ambientais? Para quê deixar para depois o que podemos fazer logo?
Esperei uma semana e meia. Ninguém. Bom, em abono da verdade, houve duasamigas que tentaram passar a mensagem, mas tão sub-repticiamente que eu nem tenho a certeza absoluta que aquilo tenha constituído tentativa consciente. A minha cunhada R. sim. Linguista. Aprecio-lhe a frontalidade e a inteligência, entre outras coisas. O caso é que não se encontra entre os leitores mais assíduos deste blog e daí a demora. Mas um dia destes lá deu por isso e, sem bom dia nem boa tarde, disse-me pelo MSN: BRAguilha, cunhadinha, braguilha." Não deixo de lamentar que ninguém me tenha chamado besta quadrada, mas já é alguma coisa. Pois bem: eu sempre quis escrever "breguilha", porque sempre disse breguilha. Se fosse "desbragado/a", eu fazia gosto na palavra, mas "braguilha" não. É uma palavra tão forçada e desagradável que não me sai. Nem a escrever. Por isso esperei anos. Até que fosse aceite. Sou uma mulher paciente. A estética linguística ou o silêncio. Recuso-me a dizer e a escrever "braguilha" (exceptuando neste post) porque sou pedante, se quiserem.
Mas finalmente também se escreve "breguilha". Pelo menos é o que diz aqui. E isso bastou-me para querer experimentar usar uma palavra que nunca tinha escrito antes.
Como disse, só lamento que ninguém me tenha querido vexar publicamente. É que foi uma boa oportunidade desperdiçada! Talvez fazendo inimigos mais eruditos...
Ontem ao almoço, numa tasca onde vou frequentemente, pedi bacalhau com grão. Essa tasca tem um aspecto um bocado para o nojento, mas em termos de qualidade da comida não é melhor nem pior do que qualquer outro sítio aqui nas redondezas do meu emprego. Tem é uns empregados mais simpáticos, independentemente de o seu aspecto condizer com o da tasca. Apesar de serem nitidamente pessoas humildes, que se esfalfam ali diariamente a trabalhar, não dizem palavrões à frente dos clientes e são até muito educados, atenciosos e sorridentes. O local é frequentado por trabalhadores da construção civil, assim como por agentes de seguros, pessoal administrativo e quem mais lá calhar. Pois bem: no meio do grão vinha um berlinde. Uma bolinha de vidro transparente do tamanho de um grão. Quando eu a mostrei ao empregado ele nem queria acreditar. Ficou aflitíssimo, desfez-se em desculpas e depois de indagar, veio explicar-me que aquilo tinha vindo na lata do grão. E eu acreditei. De facto, não havia razão nenhuma para me mentir e o objecto não era nada que se parecesse com uma peça de um colar (a esfera não estava furada) nem parte de um anel (não havia sinais de incrustação) nem nada que pudesse ter caído da roupa de alguma das cozinheiras, que são duas e usam toucas e batas brancas de trabalho sem qualquer adereço.
Hoje voltei lá para almoçar. E vou voltar muito mais vezes. Em rigor, claro que não devia. Em rigor, devia fazer valer os meus direitos de consumidora, apresentar uma queixa formal, para que esses senhores encapuzados e armados até aos dentes com uns coletes à prova de bala que têm nas costas as letras ASAE escritas, fossem lá assustar os clientes e fechar ou multar o estabelecimento.
Mas quem é que ia sofrer com isso? A empresa responsável pela embalagem do grão, ou aquele homem (que se farta de trabalhar e é com toda a certeza mal pago – bem paga é a minha mulher a dias!), que me disse com orgulho de bom aluno: “Sabe, doutora, ainda ontem nós estivemos num curso de higiene-e-essas-coisas-no-trabalho, em que eles falavam sobre isto!”?
Neste país, quem se lixa é o mexilhão. Eu toda a minha vida fui mexilhão. Sei o que é. Não vou fazer queixa. Não lhes vou exigir que a formalizem, embora acredite que o façam ou que tentem fazer.
É muito fácil gritar aos quatro ventos que se o consumidor não exigir qualidade nunca a terá, e que o consumidor deve lutar pelos seus direitos, e isso é tudo verdade em teoria. Mas também é verdade que o exemplo deve vir de quem está em melhores condições para o dar, e não é nada disso que acontece na prática. E enquanto for assim, a qualidade neste país será apenas um mito.
Cosmopolita: "Sabes como é que a gaja faz a cama de lavado?" Citadina: "Não, por favor!! Não me contes, eu não me posso enervar agora, amanhã tenho que me levantar cedíssimo!"
"Bem prega Frei Tomás (aos outros, claro!), faz como ele diz, não faças como ele faz", bem poderia ser o título deste e de outros vídeos sobre a política interna e externa dos EUA.
... no campeonato das calinadas. E está claramente em vantagem, uma vez que a comunicação entre os dois tem sido feita em inglês. É o que dá enviar os exames por fax. Alegadamente. E é o que dá não se exprimir na sua própria língua, falada por mais de 250 milhões de pessoas em todo o mundo. Neste vídeo, Sócrates agradece, no seu inglês macarrónico, ter tido a oportunidade de discutir com Bush a delicada questão do Médio Ocidente. "Middle West". A sério.
"Então, filho, como foi o dia de apresentação na escola?" "Conhecemos o novo director de turma." "E os horários?" "Só na Sexta para nós e no Sábado para os professores." "E a lista de livros?" "Só há um."
Bem, com um bocado de sorte, na Segunda-feira, alguém saberá a que sala de aula se dirigir e que programa leccionar...
As pessoas têm cada vez menos tempo e paciência para se relacionarem no plano real, com todas as condicionantes que ele acarreta. Os pais não têm tempo para os filhos; alguns, que podem, tentam comprar o amor destes com bens materiais em vez de os educar e contrariar, se necessário, a fim de os preparar para a vida. Os casais não têm tempo um para o outro e inventam romances com colegas de trabalho ou com pessoas de circunstância com quem a vida lhes permite passar muito mais tempo do que com o parceiro. Os avós desapareceram ou estão a trabalhar até morrer, não tendo por isso tempo para os filhos e netos. As famílias já se encontram só muito raramente e muitas vezes por obrigação. Os amigos são cada vez mais os conhecidos que os amigos de verdade, de longa data.
Os iraquianos, não querendo deixar de seguir tão comovente exemplo, estão ainda indecisos sobre que data escolher para começar a ler os nomes de todas as vítimas inocentes que já morreram na guerra injusta, ilegal e imoral que lhes arrasou o país nos últimos anos. Já estão a organizar turnos e prevêem demorar cerca de três meses, se lerem ininterruptamente 24 horas por dia. Ou mais.
Não porque não haja ainda muito mais a corrigir e melhorar, mas porque eu estou farta. Ainda por cima as alterações não reflectem de todo o trabalhão que isto me deu! Portanto fica assim, até porque se aproxima o fim-de-semana e eu tenho uma vida.
Além do template, a lista de links foi revista e aumentada com a ajuda da minha irmã, que percebe de classificações e organização de conteúdos. Ela não queria ajudar mas eu implorei-lhe. Obrigada, maninha.
Foram introduzidas etiquetas nos posts, a que o Sapo chama "tags", porque é um animal que tem a mania que é poliglota. Alguém tem de lhe dizer que ele nem monoglota é (e além disso é uma rã). A lista está na barra lateral ao fundo de tudo e pretende facilitar a consulta por assuntos.
Ao fundo de tudo, não. Ao fundo de tudo ficaram os motores e directórios Sitemeter, Technorati e Blogflux). Pu-los aí porque ouvi dizer que são muito úteis, mas eu não tenho tempo nem pachorra para andar a analisar estatísticas. No entanto, tenho esperança que alguém o faça por mim e depois me mande um resuminho.
Espero que esteja do vosso agrado. Se não, sugestões são bem-vindas. Nós prometemos pensar muito nelas.
ADENDA: A lista de links é actualizada periodicamente. Ainda há muitos blogs que queremos acrescentar-lhe, mas tenham paciência e piedade de mim, que eu esta semana já dei o que tinha a dar. Nessa área os trabalhos vão continuar, ao ritmo que me for possível. Obrigada pela compreensão.
Cosmopolita: "Não consigo descortinar que raio te pode atrair num livro de moda escrito por britânicas." Citadina: "Até tem coisas interessantes..." Cosmopolita: "Querida, os ingleses são bons em jardins."