Quarta-feira, 30 de Julho de 2008

Heróis do mar, porco povo

 

 

 

 

Buraco tapado por Citadina às 23:04
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Sexta-feira, 25 de Julho de 2008

Da aversão à maledicência

Amem-me ou odeiem-me, desde que não falem de mim.

 

Buraco tapado por Citadina às 14:37
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Quarta-feira, 23 de Julho de 2008

A química do amor

Fala-se muito em química a nível de pele, de sexo e do amor. Diz-se que tem de haver química entre duas pessoas senão a relação não resulta ou pelo menos não é inteiramente satisfatória.

 

Este tema é muito frequentemente abordado nos dias de hoje e multiplicam-se os estudos sobre estas reacções poderosas e fascinantes. O Murcon refere aqui um deles.

 

Mas vejamos de que química se trata, na verdade.

 

Segundo afirma a Dr. Cindy Hazan Cindy Hazan da Universidade Cornell de NY, depois de ter estudado 5000 pessoas de 37 culturas diferentes, os neurotransmissores de maior responsabilidade pelos sentimentos de paixão, desejo e amor são a feniletilamina, dopamina, endorfina, e oxitocina.

 

Suspeita-se que a produção no cérebro da feniletilamina, neurotransmissor associado à paixão e desejo sexual e responsável pelas sensações e alterações fisiológicas que experimentamos quando estamos apaixonados, possa ser originada por actos tão simples como uma troca de olhares ou um aperto de mãos.

 

A produção de dopamina, que promove aparentemente a sensação de prazer e de motivação, pode ser responsável, entre outros efeitos, por estarmos inquietos e agitados, pela falta de apetite, euforia, insónia e o pensamento obsessivo de quem ama. Supõe-se também que o desejo sexual seja incentivado por esta substância, pois a sua quantidade no cérebro é proporcional à intensidade da paixão que se sente.

 

A endorfina, pelo seu lado estará associada ao prazer, seja ele sexual ou de uma emoção amorosa, e ainda à sensação de se estar a viver um sonho, da saudade da pessoa amada, mesmo quando esta está presente. Apesar de o cérebro não conseguir produzir a endorfina correspondente à paixão e ao desejo durante muito tempo, verificou-se que a sua concentração no cérebro aumenta exponencialmente quando se atinge o orgasmo.

 

A oxitocina é uma hormona associada, a vários aspectos da vida sexual e afectiva, que se pensa ser responsável pela preferência sexual, pela formação de laços afectivos, pela diminuição de agressividade e aumento do comportamento de responsabilização e protecção, pela entrega e partilha, característicos da relação monogâmica.

 

As pesquisas da Dra. Helen Fisher, antropologista da Universidade Rutgers, demonstram também que podemos relacionar as diversas étapas de um relacionamento e as respectivas manifestações físicas e emocionais com as substâncias que as originam. Segundo ela o desejo ardente de ter sexo, deve-se a altos níveis de testosterona. Já a fase de atracção (enamoramento, envolvimento emocional e romance) se deve principalmente a altos níveis de dopamina e a baixos níveis de serotonina (que é inversamente proporcional ao aumento das hormonas sexuais). Por último, a fase final de ligação emocional, onde a atracção e toda a loucura é substituída por uma relação segura, monogâmica e duradoura de amor e compromisso, é devida principalmente à oxitocina (esta associada ao aumento de desejo sexual, orgasmo e bem estar em geral).

 

Recentemente, os cientistas da Universidade de Pavia em Itália concluiram também que a neurotrofina (NGF), uma proteína identificada pela prémio Nobel italiana Rita Levy Montalcino, seria a proteína da paixão e do desejo, estando o aumento dos seus níveis relacionado com os primeiros impulsos do amor romântico e o turbilhão de sentimentos de euforia e dependência que surgem no começo de um relacionamento amoroso e pelas alterações fisiológicas inerentes, tais como a ansiedade e expectativa, o bater descompassado do coração, o suor nas mãos e borboletas na barriga. A produção e níveis de neurotrofina no organismo seriam inversamente proporcionais ao tempo de duração da relação.

 

No entanto, todos os cientistas são unânimes ao concluir que, embora todas estas substâncias sejam comuns ao organismo dos seres humanos, apenas nas fases iniciais da paixão são encontrados juntos, pois com o tempo o organismo alvo destas substâncias, vai ficando resistente aos efeitos destas, como acontece em geral com qualquer tipo de droga. Em consequência desta habituação, toda a loucura inicial vai desaparecendo gradualmente com o passar do tempo, sendo por isso que a fase ardente da atracção inicial ou paixão não dura para sempre, tem uma duração limitada no tempo, que é, em média de 18 a 30 meses. Após este período o casal ou se separa ou se habitua a manifestações mais calmas de amor, partilhando companheirismo, afecto, tolerância e estabelecendo um compromisso duradouro juntos.

 

Ou seja, a neurotrofina traz o estado de graça embora de curta duração. Já a oxitocina consolida o estado sem graça, que pode ser eterno, até que a morte nos separe (Tânis Fusco).

Resumindo: a química, ao contrário do que parece ser comum pensar-se, não desaparece com o tempo. Só que há químicas e químicas...

Buraco tapado por Cosmopolita às 11:06
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Segunda-feira, 21 de Julho de 2008

Casamento homossexual - o que está a ser feito #2

Na sequência do comentário do Observador a este meu post, que remeteu para este post dele com o título “Sim ou não? Que promessas fará o PS no programa eleitoral? Há dúvidas e há certezas”, sinto que (ainda) é necessário clarificar e desmistificar as posições das pessoas e partidos.

 

Vejamos para isso apenas o que se foi dito no discurso de encerramento do Congresso Nacional da Juventude Socialista (JS), em que tomou posse o novo líder da organização, Duarte Cordeiro, ou seja, leiamos o que este diz, o que diz Cláudio Anaia, líder dos Socialistas Católicos e o que diz o próprio José Sócrates.

 

Referindo-se à questão do casamento de homossexuais, Duarte Cordeiro afirmou que os jovens socialistas estão empenhados "nesta batalha pelos direitos fundamentais dos cidadãos e cidadãs homossexuais, mas estão cientes de que a alteração da lei se fará através da força reformista do PS e do seu empenho na defesa das liberdades em democracia".

 

Relativamente ao casamento homossexual disse que este "é uma imposição do princípio de igualdade, trata-se da felicidade de milhares" e reafirmou que “deparamos com uma das poucas desigualdades existentes na lei, impondo-se a alteração a vários níveis”, acrescentado no entanto que a JS "não será irresponsável" e que apenas avançará com este assunto quando tiver o PS ao seu lado.

 

Duarte Cordeiro garantiu que a JS estará ao lado do governo "contra o imobilismo e contra o conservadorismo da direita" e que apoiará uma recandidatura do actual primeiro-ministro "para que faça da igualdade o novo impulso de modernidade para Portugal". Afirmando que ser socialista é acreditar na igualdade em primeiro lugar, Duarte Cordeiro sublinhou que, para a sua geração, "casamento não é procriação". "Queremos viver no século XXI, a cores, e não no século XX, a preto e branco, da Manuela Ferreira Leite".

 

Antes do discurso final de Duarte Cordeiro, o líder dos Socialistas Católicos, Cláudio Anaia, demarcou-se da defesa do casamento homossexual, considerando tratar-se de uma proposta "aberrante". Segundo ele "o casamento é uma instituição que, mesmo no plano civil, é celebrada entre pessoas de sexo diferente", e que "à ideia de casamento está indissociável a constituição de uma família, que possa haver filhos, com pai e mãe". Acrescentou ainda: "Não ponho em causa que existam outras figuras que defendam os legítimos interesses de duas pessoas homossexuais que vivam juntas, mas não se chame a isso casamento e muito menos colocar crianças à mistura", dizendo não perceber a posição da JS em defender "acerrimamente o casamento em vez das uniões de facto" de homossexuais.

 

Rematou com esta pérola "É verdade que o Estado não tem que se intrometer na esfera privada dos cidadãos, mas tem que fazer respeitar as leis, sob pena de passarmos a viver numa ditadura do relativismo, onde tudo é permitido e nada é proibido!" , não alcançando que neste assunto é ele o fora-da-lei...

 

Lendo o que diz este jovem socialista Anaia e o que disse a pré-reformada social democrata Manuela Ferreira Leite sobre o assunto, digam-me vocês “Qual é a diferença?” ente eles, para além da idade, género e profissão, como é óbvio.

 

Presente no encerramento do Congesso, o primeiro ministro e secretário geral do PS, José Sócrates, piscando o olho aos homossexuais sem nunca proferir o termo, nitidamente com cautelas eleitoralistas e claramente para tentar vexar Manuela Ferreira Leite, afirmou que o que marcava a diferença do PS em comparação com os sociais-democratas era uma "visão de progresso" face a uma "visão conservadora", uma "visão de futuro" ao contrário de "uma visão retrógrada". "As mudanças não aconteceram por acaso nem caíram do céu, mas foram resultado de batalhas políticas, porque um sector da nossa sociedade não as aceitava, não as partilhava, não as apoiava, mas quem liderou estes avanços progressivos, quem apresentou essas leis e lutou por elas foi o PS honrando a visão de um partido progressistas", acrescentou, esquecendo-se completamente dos partidos e Associações que, antes e até contra o PS, têm promovido a defesa da igualdade entre cidadãos.

 

Eu, que prefiro um adversdário ou inimigo declarado e assumido a um falso companheiro, devo dizer que considero esta posição do PS o resultado de mais uma atitude profundamente hipócrita, cobarde e de fins eleitoralistas, perigosamente mascarada de tolerante e progressista. Porquê?

 

Para mim todo este problema se pode equacionar num sistema binário de fácil resolução. Senão veja-se:

 

1. A Constituição da República Portuguesa é a lei fundamental desta República?

 

Sim                 X

Não

 

2. A Constituição da República Portuguesa estabelece no seu Artº 13 – Princípio da Igualdade que:

“1 – Todos os cidadãos têm a mesma dignidade social e são iguais perante a lei.”

“2 – Ninguém pode ser privilegiado, beneficiado, prejudicado, privado de qualquer direito ou isento de qualquer dever em razão de ascendência, sexo, raça, língua, território de origem, religião, convicções políticas ou ideológicas, instrução, situação económica, condição social ou orientação sexual”?

 

Sim                 X

Não

 

3. O artigo 1.577º do Código Civil define “casamento” como o contrato celebrado entre duas pessoas de sexo diferente que pretendem constituir família mediante uma plena comunhão de vida”?

 

Sim                 X

Não

 

4. Este artigo do Código Civil está em contradição com o Artº 13 da Constituição da República Portuguesa?

 

Sim                 X

Não

 

5. Sendo assim pode dizer-se que ele é inconstitucional?

 

Sim                 X

Não

 

Recuso assim esta manobra “tolerante”, demagógica, eleitoralista e falsamente "democrática" do PS de "colocar ao escrutínio dos cidadãos, em próximos actos eleitorais" o "reforço dos direitos dos homossexuais que vivem em união de facto, nomeadamente os direitos de herança", prioridade essa que será consensual no partido. Porquê colocar em escrutíneo aos cidadãos? Vão fazer um referendo como com a lei da interrupção da gravidez? Para não assumirem as responsabilidades da sua tomada de decisão? Para gastarem uma pipa de massa? Para adiarem ad eternum a solução deste problema? Por que não legislar onde de direito, ou seja, na Assembleia da República, e aprovar com maioria absoluta do PS a igualdade de direitos no casamento consagrado pelo Princípio da Igualdade da Constituição? Porquê o reforço dos direitos dos homossexuais que vivem em união de facto?

 

Dar-me-ia uma enorme vontade de rir (porque esses "reforços" não passam de uma tentativa patética de atirar areia para os olhos dos homossexuais) se isto não afectasse de forma trágica a vida de milhares de pessoas, quando ouço dizer que "A solução poderá ser a criação de um novo estatuto a meio caminho entre o casamento e a união de facto: a chamada união civil registada, à imagem e semelhança, por exemplo, do que acontece em Inglaterra”. Ou seja, lá estamos nós a imitar os ingleses no que eles têm de mau, a fingir que somos democratas e que o Princípio da Igualdade consagrado na Lei Fundamental se aplica em Portugal! Mas no fundo, o que os tais "reforços" evidenciam é que há os azuis claros e os azuis escuros, mas todos azuis! Please!

 

Felizmente não é o PS nem nenhum outro partido que legisla ou determina a constitucionalidade de uma lei, projecto de lei, etc. É o Tribunal Constitucional, o qual terá de apreciar, quer queira quer não, o recurso já apresentado por Teresa Pires e Helena Paixão. Se este Tribunal decidir, segundo a lei e não segundo os lobbies políticos, que o recurso apresentado tem cabimento e que esse Artº do Código Civil é insconstitucional, então as duas jovens poderão casar-se, esteja interessado ou não o PS ou outro partido qualquer, em maioria ou minoria, em legalizar um casamento homossexual. Se não decidir, podem sempre recorrer para o Tribunal Europeu e aí veremos.

 

Quanto ao que falam sobre a remoção "das descriminações que restam na ordem jurídica e social portuguesa, designadamente as fundadas no sexo e na orientação sexual", deixem-me perguntar, contendo o riso histérico que me sacode, se têm alguma ideia de há quantos anos é que se anda a discutir na sociedade portuguesa e a nível da União Europeia a questão da descriminação baseada no sexo? E das resoluções todas que há para a efectivação dessa igualdade? Agora vão por favor à Assembleia da República, aos Ministérios, às empresas públicas, mistas ou privadas e digam-me qual a percentagem de mulheres que vêem nestas instituições, nomeadamente nos Conselhos de Administração das empresas públicas. E, se tiverem acesso, vejam também qual a carga horária dos homens de 1ª linha e das mulheres de 2ª linha (sim, elas quando as há, são sempre as de 2ª ou 3ª linha) destas instituições e o tempo de serviço que cada um tem na posição em que está. Aí vão perceber perfeitamente do que estou a falar. E da total e absoluta desigualdade que existe entre sexos a nível laboral.

 

Em qualquer dos casos, a polémica está apenas instalada e promete. De tudo o que se tem estado a assistir pode concluir-se que o caminho para a legalização do casamento homossexual seja ainda longo e difícil, uma vez que as associações e activistas pelo casamento homossexual não vão (nem devem!) aceitar nenhum caminho alternativo, como a chamada união civil registada em Inglaterra, que lhes querem impôr e fazer engolir à força e jeito de pílula “democrática”.

Buraco tapado por Cosmopolita às 17:12
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Sexta-feira, 18 de Julho de 2008

E por falar em igualdade de direitos e revolução das mentalidades

Gostava de vir a conhecer um homem que tenha adoptado legalmente o apelido da esposa por via do casamento.

Buraco tapado por Citadina às 15:50
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Quinta-feira, 17 de Julho de 2008

Casamento homossexual - o que está a ser feito

Mesmo a uma (grande?) parte dos homossexuais escapam as iniciativas e movimentações políticas que se têm vindo a desenvolver em prol da causa da igualdade no casamento, portanto decidi fazer aqui um apanhado que demonstre que não é verdade, como ouvi recentemente à minha mesa de jantar, que o movimento político homossexual está mais morto que vivo.

 

A mim também me escapou, confesso, a conferência sobre o casamento homossexual, intitulada "Nada Mais Que a Igualdade", organizada pela Juventude Socialista (JS) e que se realizou ontem, dia 16, pelas 18h, no auditório do Edifício Novo do Parlamento.


Entre os participantes esteve Pedro Zerolo, secretário federal do PSOE (Partido Socialista Espanhol) responsável pelos pelouros dos Movimentos Sociais e Organizações Não Governamentais.


Este foi recebido na AR pelo líder parlamentar do PS, Alberto Martins. Esse encontro pode ser entendido como um dos passos dados pelo PS para promover um debate a nível interno e nacional sobre o reconhecimento em Portugal do direito ao casamento entre pessoas do mesmo sexo a fim de preparar o terreno para o debate e legislação deste assunto na próxima legislatura.


Pedro Zerolo manifestou a sua convicção de que as leis de plena igualdade de direitos relativas ao casamento entre pessoas do mesmo sexo aprovadas em Espanha podem ter uma influência decisiva na aceitação do casamento homossexual pela sociedade portuguesa. Segundo ele, estas leis tiveram o aprovação de uma maioria social, política e parlamentar, sendo os seus opositores uma minoria que classificou como “os de sempre, os que são contra todas as mudanças”.


O Secretário-Geral cessante da JS, Pedro Nuno Santos, que organizou a conferência e que é responsável pela elaboração de um anteprojecto de lei que reconhece o direito ao casamento a homossexuais, considerou que em Portugal há uma abertura crescente dos partidos para este assunto, tendo acusado Manuela Ferreira Leite por abrir a “porta a discriminações”, nas declarações que esta fez assumindo que era contra o reconhecimento deste direito, pois o casamento pressupunha “procriação”.

 

Prometeu a discussão da Petição pela Igualdade no Acesso ao Casamento Civil, entregue pela ILGA, para depois do regresso de férias da Assembleia da República, tendo no entanto sublinhado que qualquer alteração legislativa só teria lugar depois das próximas eleições em 2009.


Esta posição do PS está em confronto com a posição assumida pelo Bloco de Esquerda que pretende avançar, ainda nesta legislatura, com o projecto de lei que permite o casamento entre pessoas homossexuais, posição essa resumida nas palavras do deputado do BE, José Moura Soeiro, que afirmou: “Não vejo nenhuma razão razoável, para além de cálculos eleitoralistas, para que a questão do casamento entre pessoas do mesmo sexo não fique resolvida nesta legislatura”.


Lembremo-nos de que em Abril, o BE lançou as denominadas “Jornadas contra a homofobia”, uma iniciativa que passou pela realização de várias iniciativas por diversas cidades, entre as quais Viseu, Braga, Coimbra e Porto e que terminaram a 14 de Junho, em Lisboa, com a realização de um Fórum intitulado “Sem Medos - Educação sexual, casamento ou parentalidade”.


O início destas jornadas incluiu a entrega no Parlamento de três projectos de resolução, que defendem, entre outras coisas: a instituição de mecanismos que facilitem a denúncia de situações de discriminação, nomeadamente a criação de uma linha telefónica nacional e gratuita, e de um site na Internet; a instituição do dia 17 de Maio (data em que a Organização Mundial de Saúde eliminou a homossexualidade da lista oficial de distúrbios mentais, em 1990) como o dia nacional de luta contra a homofobia, uma data simbólica que deverá ser acompanhada por campanhas de informação e sensibilização, nomeadamente junto das escolas.


Segundo José Moura Soeiro, o objectivo foi o de “Gerar o debate na sociedade” até para que seja a sociedade civil a “obrigar” depois ao debate político.


A propósito do casamento entre pessoas do mesmo sexo vale a pena relembrar e ler aqui e aqui o que escreveu Luis Grave Rodrigues, advogado das duas jovens, Teresa Pires e Helena Paixão, às quais foi recusada a celebração do casamento no dia 1 de Fevereiro de 2006 na 7ª Conservatória do Registo Civil em Lisboa e que têm pendente desde dia 19 de Outubro de 2007 no Tribunal Constitucional as suas alegações de recurso para se poderem casar.

 

Por tudo isto é que eu acho que estamos mais perto que nunca da meta da Igualdade.

 

Fontes:

Jornal de Notícias, Público, DN online, Ilga portugal, Womenage à Trois, Random Precision.

Buraco tapado por Cosmopolita às 16:07
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Quarta-feira, 16 de Julho de 2008

E se Deus não quiser? e outras blasfémias

A mim parece-me que a forma mais óbvia de esquematizar a evidência de que Deus é, na verdade, um Diabo passa por chamar a atenção para o facto de "Diabo" ser considerada uma palavra menos positiva mas, convenhamos, muito melhor adaptada à personalidade de quem detém discricionariamente "todo o poder".

Buraco tapado por Citadina às 12:01
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Terça-feira, 15 de Julho de 2008

1990

Esse é o ano que divide hoje a minha vida ao meio. Pequeno riddle matemático à parte, lembrei-me dele por causa do dia quente que está e porque não tinha consciência, nesse Verão, de que iria ser o último daquela espécie. A espécie de Verões cujos três meses se passam integramente em férias.

Agora olho da janela do meu escritório para o azul cálido do céu e constato que aquela memória sensitiva da atmosfera estival é apenas isso, um marco no tempo, uma saudade em total desarmonia com o desconforto que me provoca o frio do ar condicionado aqui dentro.

Isso ficou para trás. É definitivo. Isso e várias outras sensações, outros confortos alheados. A partir de 1990 a minha vida complicou-se consideravelmente em mais do que um aspecto. 1990 é o ano em que me tornei imputável por uma data de coisas. E foi o último Verão em que experimentei a sensação magnífica de não ter de fazer um corno estando a não fazer um corno, não me sentindo minimamente culpada por não fazer um corno e mesmo sem me ocorrerem quaisquer pensamentos angustiados sobre o que deveria estar a fazer em vez de não estar a fazer um corno. Isso acabou, e a prova irrefutável é que o telefone em cima da minha secretária, em plena silly season, não pára de tocar.

Buraco tapado por Citadina às 11:55
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Sexta-feira, 11 de Julho de 2008

Da série Acabados de cair de uma árvore

Há gente que age como se tivesse acabado de chegar directamente da selva mais profunda ao meio da civilização, onde então se encontra pela primeira vez.

É o caso das pessoas que abrem carreiros na relva de um jardim público para - atenção, vejam bem a grande espertice e a poupança de tempo infinita - andar menos 10 metros.

Em vez de irem dar a volta pelo caminho feito de propósito para as pessoas, não, qual quê, isso é muito longe e dá muito trabalho, portanto seguem sempre a direito, como bois.

E assim esventram um relvado, cortando-o ao meio e deixando-lhe uma horrorosa cicatriz feita de terra, pó e, muitas vezes, lixo.

Uau. É o único vocábulo que me ocorre dizer que não é considerado ordinário.

Essa gente devassa o bem público com método e perseverança até que esteja tudo com um aspecto nojento.

Possuem aquela mentalidade protozoária que lhes repete ideiazinhas limitadas como "não é meu, não faz mal estragar". Na sua condição de amibas, não alcançam compreender que por acaso aquilo até é deles, e por acaso até pagaram para ter aquele bem. Foi um pagamento indirecto, mas saiu-lhes do bolso na mesma.

No entanto, os pobres de espírito nunca sentiram a textura dessas notas na mão e para raciocínios limitados como os deles, isso corresponde à inexistência desse dinheiro.

Por isso, continuam a escarrar para o chão de cimento que deviam usar para circular, e a caminhar pelo meio do jardim público para pouparem dez passadas e cinco segundos. Uau.

Quando é que as auroridades locais vão acordar para esta janela de oportunidade de fazer receitas extra de uma forma justa (ou seja, sem ser através de licenças de construção de mamarrachos) e de aumentar os níveis de emprego nas suas localidades?

Bastava criar uma "EMEL" (um bocadinho melhor gerida que a original, de preferência), ir buscar uns desempregados aos centros de emprego para transformar em fiscais e pagar-lhes com a receita das muitas multas certas que concerteza gerariam diariamente. Vá lá, vocês conseguem.

Buraco tapado por Citadina às 10:40
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Quinta-feira, 10 de Julho de 2008

As boas da Tijuca

Há uns anos dei alguns passeios pelo Parque Natural da Tijuca, no Rio de Janeiro. Dizem que a Tijuca é a maior floresta urbana do mundo e eu não me admirava nada se fosse mesmo, a avaliar pelo tamanho da mancha verde que se vê na imagem de satélite.

(Clique na imagem para aumentar)

Esses passeios são visitas guiadas que os turistas contratam, e há uns programas melhores e outros piores, mas quase todos incluem uma caminhada por um ou mais trilhos da floresta. Eu fiz vários, devido a essas armadilhas em que caem os turistas acidentais. Esta resume-se ao seguinte: qualquer que seja o passeio turístico que se contrate no Rio, ele inclui sempre uma visita à Floresta da Tijuca. Se é para ir à Rocinha, o passeio inclui a floresta. Se é para ir fazer um vôo de asa Delta, o passeio inclui a floresta. Se é para ir ao centro histórico, não sei como mas eles arranjam maneira de incluir a floresta.

As empresas que organizam os roteiros vivem na esperança de que ninguém se importe e, de facto, é mais ou menos isso que acaba por acontecer. Mesmo aos turistas que já visitaram a Tijuca basta dizer "Não quero fazer esse trilho porque já o fiz, quero fazer outro." e como há tantos e tantos locais magníficos a explorar, é fácil para os guias redesenharem os percursos.

E, admitamos, a Floresta da Tijuca é dos lugares mais interessantes que se pode visitar naquela cidade, constituindo assim um enriquecimento certo de qualquer roteiro.

Num dos tais passeios eu era a única que falava português de entre um grupo de turistas e, por isso, o guia escolheu-me como interlocutora privilegiada, até porque o meu inglês era muito melhor que o dele e eu ia-o ajudando nas traduções. No meio das explicações sobre a fauna e a flora, referiu que os responsáveis do Parque tinham introduzido duas boas da Amazónia na floresta para ajudarem a controlar a população de macacos.

Não sei se é verdade ou não, mas faz parte desse espírito carioca fascinar o turista com factos radicais sobre a natureza exuberante que constitui o âmago da Cidade Maravilhosa. Isso serve também para desviar a atenção dos problemas sociais da cidade, mas diga-se, em abono da verdade, que há uma cultura notória de defesa do ambiente, da qual é natural que os cidadãos locais se orgulhem e para a qual gostem de chamar a atenção dos turistas.

Não sei se foi mesmo para zelar pela minha segurança (e pelo emprego dele) que decidiu acalmar os meus ímpetos exploradores e me impediu de avançar pela floresta dentro, tentando amedrontar-me com aquela história digna de Pantanal.

Mas para uma amante da vida selvagem como eu, aquele guia escolheu a história certa. Aquelas boas farão sempre parte do meu imaginário sobre a Tijuca e do meu fascínio por uma cidade que é amada pelo povo, que inventa (?) histórias sedutoras e promessas de aventura com o único resultado de a tornar ainda mais bela.

Buraco tapado por Citadina às 14:25
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Sexta-feira, 4 de Julho de 2008

A imagem da semana, se calhar do ano

Buraco tapado por Citadina às 12:17
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Da série "O acto sexual é para ter filhos"

As declarações de Manuela Ferreira Leite, esta semana, sobre o casamento entre homossexuais fizeram-me lembrar aquele episódio histórico do Morgado.

No fundo, o contra-argumento por ela apresentado baseia-se na mesma linha de pensamento reaccionário aplicado a certos cidadãos que, para a Sra. Economista, só são "iguais" quando se trata de pagar impostos.

Buraco tapado por Citadina às 11:43
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Da série Apertar o cinto não é para todos

A empresa Águas de Portugal, atestadamente numa situação económico-financeira débil, tem andado a delapidar o erário público em carrões e prémios de incentivo aos gestores, atribuidos de forma pouco transparente.

É o que se conclui ao ler o Relatório de Auditoria do Tribunal de Contas.

Na semana em que José Sócrates falou em ânimo para enfrentar a crise, em contenção e em "evitar fazer asneiras" numa entrevista dada à RTP, este relatório vem provar aquilo que já era evidente há muito tempo: apertar o cinto não é para todos, e certamente não é para os boys on the jobs.

Eu por mim já só que queria que as pessoas se lembrassem destas coisas na hora de ir votar, que se lembrassem!

Buraco tapado por Citadina às 10:17
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Terça-feira, 1 de Julho de 2008

À caça do mosquito (a)traído pela luz

(Foto minha)

Buraco tapado por Citadina às 12:54
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