Se este fosse um blog politica ou socialmente correcto eu escreveria agora aqui umas ideiazinhas soft para enterrar de vez o assunto do Natal mas, em vez disso, vou reiterar, para que não se esqueçam daquilo que é a realidade, que o Natal como o conhecemos, na prática, não passa de uma cagada malcheirosa em três actos.
Festa da família o caralho. Se fosse festa da família, a família TODA participava, a família TODA ajudava. Assim, é só a festa que alguns escravos preparam para uns quantos lordes, que se limitam a sentar-se à mesa a enfardar e a estender o braço para receber prendas, deixando bem claro que não lhes dá absolutamente prazer nenhum estar com a parte escrava da família, para já não falar em colaborar.
E posto isto, eu estou em greve. Não faço mais nada, não organizo mais nada, não cozinho mais nada, não convido mais ninguém lá para casa. Provavelmente vou engolir estas palavras dentro de dois dias apenas mas, até lá, bato no peito como um gorila. Não interessa. Não faço mais nada.
E vou, vejam bem, a uma festa!! Finalmente esta que vos serve vai divertir-se, numa festa que alguém, que não eu, organizou. Uma festa que vai ter música para eu dançar e, com sorte, até um belos pares de mamas, aconchegados por indumentárias elegantes, para eu admirar e ser infiel em pensamento. Por acaso eu sei que a minha mulher (e o resto da Humanidade) pensa exactamente da mesma maneira por isso poupem-me e deixem lá de se armar em virtuos@s, foda-se para as moralidades, caralho, estou farta.
Mal educada? Mal educada uma merda. Eu pelo menos utilizo os palavrões com propriedade e relevância. E elegância, às vezes, sim, sim, elegância. E muita graça, claro.
Bom, mas isto não é sobre de que é que eu estou farta (embora engane os mais distraídos, tenho consciência) , é sim sobre a festa a que eu vou e que não tenho de organizar. É só pagar e entrar. Nem isso, porque me convidaram, muito simpáticas, as moças (nota mental para depois não vir aqui desancar naquilo, mesmo que seja um nojo, as casas de banho já sei que vão ser mas pronto, não fica bem dizer mal depois de me empanturrar à borla e além disso há sempre a mata, que cheira melhor).
Os lisboetas que queiram tentar recrutar uma lésbica para o menáge à trois (já repararam que "trois" um bocado invertido fica "trios", ah, ah, ah, esta foi boa) que prometeram ao cônjuge como prenda de Natal são muito bem vindos, nós gostamos de vos observar e gozar convosco.
De fora de Lisboa, só as gajas são bem vindas, e lésbicas de preferência. Ou não, Pensando bem, as outras também podem vir. É, venham, venham.
E o que era mais? Era só isso. Eu vou lá estar, e gira, muito gira, e muito bêbeda também, como é costume, afinal esta merda é uma festa ou é uma missa? Acontece que eu sei beber, ninguém nota a não ser por um assinalável incremento qualitativo do meu sentido de humor, pelo menos enquanto se conseguir perceber aquilo que eu digo. Depois disso, farei palhaçadas gestuais igualmente engraçadas.
A ver mas é se não perco o fogo de artifício, que dali de cima deve ser muito romântico.
Um ano no vermelho.
2009? Ano novo, vida nova, por favor, está bem? Pode ser? Ainda vale pedir para o sapatinho, ou peúga, ou que merda é? Só agora é que tive tempo.
Como com certeza já repararam, a vida não tem dado para a bloga.
Voltamos em Janeiro, se não acontecer nada de extraordinário entretanto.
A todas as leitoras e leitores do Azinhaga, um Feliz Ano Novo!
Ao aberrante bento dezasseis uma palavra especial, em jeito de retribuição: desejamos-lhe umas grandes fodas mas, por favor, com pessoas maiores de idade e por mútuo consentimento, está bem? Eu sei que não é prática comum aí em casa, mas faça lá um esforço. Vai ver que se sentirá um ecologista melhor.
O nazi e a mulata: nitidamente enamorados, chamam a atenção por serem os dois muito bonitos, mas sobretudo por formarem um par historicamente inverosímil. É certo que esses tempos já não são, felizmente, mas os estereótipos fixam-se na memória como carraças.
Lá vão eles, na mesma carruagem que eu, todos os fins de tarde. Ele alto e magro, chocantemente mal-educado. Quando se senta - sempre antes dela - esparrama as pernas longas pelo espaço das pernas dos outros sem pudor, licença ou incómodo. Antes com visível desprezo no olhar, quase ameaçador. Ela fica de pé, a fazer-lhe festinhas na cabeça, à espera do próximo assento vago. Ele abandona-se a esse carinho e mergulha numa espécie de torpor de onde emerge de vez em quando para a vigiar, especialmente quando se apercebe que ela está a mexer no telemóvel. Aproveita e distribui um olhar assassino por quem está à volta.
Fisicamente ele é o Ralph Fiennes no seu mais belo, só que ainda mais belo. Os mesmos olhos terríveis e gélidos da Lista de Schindler. Iguais, juro, se os vissem, reconheciam-nos logo.
Ela é doce e quente e tem a tristeza (ou será cansaço?) estampada no olhar.
Quanto se poderá aferir da personalidade de alguém só de a observar?
Eu: - Então, já compraste a prenda?
Pai: - Não, mas já fui ver, amanhã trato disso. E tu, por onde andas?
- Estou no Metro, saí agora do yoga e vou para casa.
- Yoga?! Tu andas no yoga?
- Ando... Faz-me bem à asma.
- Sim, mas tem cuidado com isso, não vás ficar doida.
Emitida em estéreo, a proposta é:
1. Agarrar o livro mais próximo.
2. Abrir na página 161.
3. Procurar a 5ª frase completa.
4. Colocar a frase no blog.
5. Não escolher a melhor frase nem o melhor livro!!! Utilizar mesmo o livro que estiver mais próximo.
6. Passar a 5 pessoas.
Só uma ressalva:
Ponto 5. : ninguém quer saber o que diz o livro mais próximo de mim neste momento, seja em que página for, afianço-vos. Recuso-me a fazer isto com aquela cagada.
Vou, por isso, utilizar os livros que eu e a Cosmo estamos a ler (por prazer), sempre dentro do espírito do Mestre que posso eu fazer, que prazer ter uma data de regras para cumprir e quebrá-las todas.
Assim, do meu livro:
" "O sultão não pensa senão em traição", disse-lhe um hindu."
in: A Primeira Aldeia Global, Martin Page, 2008, Casa das Letras
Isto foi um aviso para Afonso de Albuquerque, que andava nos idos de 1500 (e 2) a negociar entrepostos comerciais na Índia (versão oficial) / a foder grandemente os árabes (interpretação minha).
Do livro da cosmopolita:
"Olhei em volta, à procura de alguém a quem gritar a minha felicidade, e lá estavam, imóveis entre a bruma de um canal flamengo, as sombras do meu pai e do capitão Alatriste."
in: O Ouro do Rei, Arturo Pérez-Reverte, 2008, Edições ASA
Isto sim, obra de um futuro Nobel da Literatura, vos garanto.
Quanto ao ponto 6. suponho que seja passar a 5 pessoas que tenham blog, não é? Está bem, então vou passar a 10:
Tulipa, do América Europa;
Andarilha do Andarilha Estelar;
AR do Lésbica: Simples ou com Gelo?
Ferónica do Limão Cascudo;
Metade d' A Metade do Desejo;
Garamond d'A Namorada Bélsbica;
Bluebird do On and On;
Duca do Tempus Blogandi;
Viz / Inha do As Vossas Vizinhas.
Pronto, acho que não conheço mais ninguém que me possa mandar à merda de viva voz.
Este ano decidi "fazer" o Natal para experimentar, para ver se é como dizem. Claro que me precavi cumprindo os sábios conselhos que a Ferónica me deu sobre como minimizar os dissabores.
E o que é que aconteceu? Pois bem, EU fiz uma árvore de Natal!! Não sei se alguém me consegue imaginar a fazer tal coisa, mas estou certa que não! EU desloquei-me a uma superfície comercial, adquiri uma jovem árvore, terra e um vaso e pendurei, durante várias horas de dois dias seguidos, para aí uma centena de bolinhas e outras formas cintilantes num pinheiro que depois hei-de replantar num sítio onde possa crescer tanto quanto queira. E não tive nenhum ataque de nervos durante o processo.
Além disso, tenho comprado os presentes quase todos pela Internet, o que se tem revelado um paraíso cheio de paz e harmonia, sem filas para pagar nem lutas corpo a corpo por um último exemplar de qualquer coisa, nem hordas consumistas de espécie alguma.
Isso implica que, para variar, não deixei as compras todas para fazer no dia 24 à tarde, no Colombo, o que constitui um passo tão extraordinário para mim como aquele outro foi para a Humanidade.
Continuo, não obstante, a não entender como é que se pode retirar algum prazer da stressante e disparatada imposição de comprar presentes por atacado, que é como quem diz fazer aquisições "à força", sem se olhar tanto ao resultado como à "obrigação".
Mas devo dizer, em abono da verdade que, até agora, as minhas compras me têm saído muito felizes e sem dôr.
E assim, de optimismo no peito, cá espero pela consoada, que dessa sim, sempre gostei, mais bacalhau frio, menos peúga horrorosa.
Ainda em maré de reflexão sobre a bloga, será que o facto de eu não assinar os meus posts com o meu nome mas sim como "Citadina" os torna menos... alguma coisa?
Menos imputáveis? Menos credíveis? Menos interessantes? Menos dignos de nota?
Se eu assinasse Joana Melo, o que é que isso acrescentava àquilo que se pode inferir sobre mim através do blog? Ou Bárbara Rocha? Ou Susana Mendes? O que é que estes nomes dizem - mais do que Citadina - a quem me lê e não me conhece pessoalmente?
Em semana de aniversário, uma introspecção que, na impossibilidade de alterar o título do blog, se atira agressivamente ao subtítulo. Portanto:
Azinhaga da Cidade:
Podem votar, sugerir, ser vis, jocosos, engraçadinhos, etc..
Pois se eu própria não resisto à piadinha fácil...
"A teoria económica dominante é profundamente insensível à realidade. Constitui, em geral, uma abstracção desatenta e trata os acontecimentos difíceis como um problema que não é dela."
Na altura já estava convencida, mas tinha sincera vergonha, esta decorrente de ter sido sempre a melhor aluna de todos os cursos e escolas por onde passei, à excepção - lá está - da licenciatura em economia, de que o problema não era tão meu como deles, dos professores e dos programas.
Hoje, ultrapassada a tristeza, a frustração e o pudor, comprovo com um certo gozo que, se fui uma aluna medíocre e desmotivada na faculdade, foi por ter alguma consciência da realidade, o que me impediu de participar naquela alucinação colectiva que consistia em ver o mundo à luz de efabulações teóricas mais ou menos ridículas. Agora chamem-me burra.
Ler aqui e aqui os fundamentos deste post.
ADENDA:
Aqui uma opinião consonante.
Os blogs Estrelaminha, Daegaz e A Cada Manhã contemplaram o Azinhaga da Cidade com uma nomeação para o Prémio Dardos. Aqui fica a nossa gratidão.
Se era intenção da Poppie nomear-nos, igualmente gratas.
"Os Prémios Dardos destinam-se a distinguir os blogues que contribuem de forma significativa para o enriquecimento da cultura virtual, através da veiculação de valores culturais, éticos, literários, pessoais... premiando os blogueiros que demonstram a sua criatividade através do pensamento vivo e através das formas de comunicação que utilizam para o expressar. Estes selos, foram criados com a intenção de promover o salutar convívio entre os bloggers e como forma de demonstrar carinho e, reconhecimento por um trabalho, que agregue valor à Web."
Com tanta nomeação, sinto-me na obrigação moral de não ser uma "cortes" e até cederia à tentação de abrir uma excepção ao nosso antipático costume de não prolongar "correntes" se não considerasse limitativo e muito difícil distinguir apenas 15 blogs, que nós não somos daquelas que acham que só 1% da blogosfera é que se aproveita, pelo que todos os blogs que linkamos na coluna lateral se podem considerar justamente nomeados pelo Azinhaga.
A Lei da Paridade foi promulgada pelo Presidente da República. Depois do veto presidencial em 2006, a nova lei vai impor uma quota de 33,3% de mulheres a integrar nas listas de candidatos de cada partido.
Não é que é mesmo uma chatice que nos vai ser imposta e que é uma porcaria de moda importada desses estranjas da Europa? Gajos que, está visto, não percebem nada do que as mulheres gostam e almejam. Gajos que não são gajos a sério, a não ser quando lhes dá para beber, que aí batem-nos aos pontos. Assim, lá teremos nós de fingir ainda melhor que somos menos machistas e mais alcoólicos.
Como explicar a esses eunucos que elas gostam mesmo da porrada que levam, porque isso, como diria o outro, não é senão uma saudável demonstração de carinho dos seus homens, que os deixa aliás, mais incomodados a eles que a elas. Ou que matar-se uma de vez em quando, num arroubo de afecto e paixão, não é senão o sonho das mais românticas... Ou que ser desempregada de longa duração é porreiro, porque se tem mais tempo para o homem e filhos, só quem não é mulher é que não sabe a trabalheira que eles dão e, claro, porque há essa mina do subsídio de desemprego. Ou que servir um chefe burro, incompetente, prepotente e fazê-lo brilhar é o nosso destino histórico e almejada vocação?
Agora lá vêm os paneleiros com as quotas de 33,3%, caraças! Logo 1/3 das nossas mulheres! Onde é que se vai arranjar 19 ou 20 mil mulheres até 2009? Isso é mesmo não conhecer Portugal! Não há assim tantas mulheres solteiras, que as casadas já têm mais que fazer em casa a tratar da família depois de um dia de trabalho! Este é um país onde os homens se casam com mulheres, não é nenhuma porcaria de país em que as pessoas se casam à toa! Maricas!
Esta dor de cabeça de vir a ter mais mulheres no Parlamento é até capaz de potenciar consensos impensáveis entre partidos de direita e de esquerda! Bolas!
Segundo o Público, no Parlamento português, em 230 deputados, há 65 mulheres. Com as próximas eleições terão passar a ser 76. Neste momento há 52 deputadas socialistas num total de 121 deputados; no PSD há apenas seis deputadas em 75. O Bloco de Esquerda tem quatro deputadas num total de oito; o CDS tem uma deputada em 12, Os Verdes têm uma deputada em 2 eleitos e o PCP não tem uma única mulher desde que Odete Santos renunciou ao mandato de deputada e Luísa Mesquita foi expulsa do partido, ficando como independente.
E o problema parece colocar-se logo nas eleições autárquicas: dos 308 municípios existentes apenas 18 mulheres são Presidentes de Câmara e há apenas 36 mulheres a liderar Assembleias Municipais.
Cada um tem as suas preferências, cada qual terá uma definição.
A mim aborrecem-me blogs sem auto-produção, ou seja, que se limitem a alimentar-se de outros sites numa atitude parasita de linkagens em catadupa e copy-pastes condensados. Mas provavelmente a blogosfera também é isso, ou também se define dessa forma.
Haverá talvez quem se irrite com o formato miscelânico, algo errático até e porventura irrelevante deste blog.
Há quem ache que blogs não fazem sentido sem uma causa, um tema ou uma linha editorial definida à priori.
Há quem diga que a blogosfera é um antro de perversão e terroristas.
Há quem vislumbre o fim da blogosfera.
E para si, caro/a leitor(a), o que é (ou deveria ser) um blog?
Um exercício de criatividade?
Um registo menos volátil que a memória?
Um espaço de exposição de ideias, que com quantos mais "nomes fortes" contar, melhor?
Um meio para conhecer pessoas?
Uma plataforma privilegiada de liberdade de expressão porque é tão livre quanto se queira / seja e massivamente acessível?
Um ensaio de estética?
Um nicho para tarados se manifestarem incólumes?
Um fórum de debate?
A first life do alter-ego?
Uma agência noticiosa oficiosa?
Um jornal de opinião?
Serviço público?
Um espaço de intervenção política?
Um confessionário digital?
Uma "expressão fútil de confessionalismos pessoais" e de "proselitismos ideológicos ou políticos"?
Deixe-nos a sua opinião e sobretudo não se iniba de partilhar connosco a sua definição pessoal.
Obrigada!
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