Do Programa de Governo do PS consta:
"Remover as barreiras jurídicas à realização do casamento civil entre pessoas do mesmo sexo;" (página 76)
Esta é a parte boa.
No entanto, não consta nada sobre adopção por casais do mesmo sexo.
Ora isto, como se ilustra bem aqui, compromete direitos já consignados na lei.
É só uma ideia para reflexão.
Miguel Vale de Almeida será, salvo aconteça algum cataclismo, o primeiro deputado à Assembleia da República assumidamente gay, eleito pelas listas do PS como independente.
Não há como negar que isto é uma perspectiva altamente promissora para o universo LGBT português. Só não conhecendo o admirável percurso do Miguel como activista pelos direitos LGBT é que se poderia pensar outra coisa.
Eu não consigo votar PS por diversas razões, muitas delas já abordadas aqui no blog, talvez - especulo - da mesma forma que o Miguel também não se consegue filiar no PS.
Mas compreendo os objectivos do Miguel nesta decisão que tomou e louvo-os porque eles demonstram coragem e determinação em alcançar metas que constituirão um grande serviço público ao País.
Miguel Vale de Almeida não será o nosso único homem em São Bento porque, como sabemos, há outras bancadas parlamentares inteiras que lutam pelos direitos LGBT há muito mais tempo e de forma bem mais assumida e coerente que o PS, mas será uma voz de importância fulcral no combate às discriminações por questões de orientação sexual e uma voz assumidamente gay que nos representará com dignidade e seriedade e, por certo, muito respeitada.
Não agradeço ao PS - não há nada para agradecer - mas agradeço ao Miguel pela disponibilidade de se colocar ao serviço da causa pública, principalmente tratando-se uma causa tão exigente.
Existe um certo tipo de pessoas que têm "A" opinião certa sobre tudo e sobre todos, opinião essa, claro, que não se aplica a si próprios e aos seus. Essa opinião é vinculativa, porque é a certa, e só os opinados estúpidos é que não o percebem.
Pior do que o opinioso, é, sem dúvida, o opinioso moralista. Porque esse, para além de ter a opinião certa sobre os outros, ainda considera que a virtude, a sensatez e o bom senso chegaram a ele e pararam.
O opinioso opina sobre tudo o que diz respeito aos outros, ficando perplexo e irascível quando um opinado ousa, como moeda de troca, servir-lhe de espelho e opinar sobre ele também. Sim, porque uma coisa é o opinioso e outra bem diferente o opinado! Nada de confusões.
O opinioso é completamente louco e antidemocrático e, se pudesse, obrigaria todos os opinados a sê-lo também e de forma tão virtuosa e destrutiva quanto a dele. O opinioso gostaria de, tendo vivido catastroficamente a sua vida, viver também a vida de todos os opinados da mesma maneira.
O opinioso fica muito irritado quando o opinado não acata, não percebe ou ousa contestar a sua opinião. Sim, porque o opinado é um mero atrasado mental que deve seguir cegamente a opinião vinculativa do opinioso.
Mais! O opinioso sente-se no direito de, sem que o opinado saiba ou opine ele próprio sobre o assunto, opinar sobre a vida da família do opinado junto de cada um dos membros dessa família. Com a persuasão que lhe é conferida pelo grau de irritabilidade e totalitarismo intelectual que a possibilidade de haver outras opiniões ou de a sua opinião poder ser questionada lhe conferem.
É possível que tenha tendência para ser opiniosa, mas felizmente, os meus mais próximos não me deixam e espero que seja sempre assim. Por muito que isso me possa custar quando estou a opinar.
"A REFER e o Ministério das Obras Públicas, Transportes e Comunicações tem previsto a construção duma linha ferroviária de mercadorias entre Sines e o Caia, com ligação a Espanha.
Nesta linha está igualmente previsto efectuar a ligação entre Sines e Grândola, através dum traçado em diagonal que irá "cortar" o concelho desde a Aldeia do Pico a Melides.
Este cenário é extremamente lesivo para o Concelho de Grândola, para a toda a Região do Alentejo Litoral e para o país, na medida que a construção deste eventual traçado que para além de ser contrária e contraditória com o modelo de desenvolvimento que tem vindo a ser apadrinhado pelo próprio Governo pois passa junto a um projecto PIN e três Áreas de Desenvolvimento Turístico, iria destruir milhares de sobreiros (estima-se cerca de 10.000!!) dum dos melhores montados do Mundo, iria retalhar terrenos e propriedades seculares e principalmente iria atingir as localidades de Paragem Nova, Aldeia do Pico e Vale Figueira, passando por cima de habitações onde residem diversas famílias há diversas gerações.
Se estes argumentos não fossem já por si bastante relevantes, existe ainda a questão técnica do traçado que deve ter sido estudada por uma mente iluminada que tem como passatempo o esbanjar do dinheiro dos contribuintes, visto que a morfologia do terreno iria obrigar à construção de diversas "obras de arte" como túneis, pontes e viadutos.
Mais confuso tudo fica, se nos recordarmos que existe actualmente uma linha entre Sines e Ermidas que foi recentemente requalificada, sendo que apenas seria necessário transformá-la para a bitola Europeia, com uma redução drástica do investimento, com uma redução drástica no impacto ambiental, com uma redução drástica do impacto socioeconómico.
Por todas estas razões estamos frontalmente contra a construção da ligação ferroviária entre Sines e Caia com um traçado que atravesse o Concelho de Grândola, sendo esta petição uma das primeiras acções de contestação caso o traçado em estudo seja o escolhido."
Esta petição pode ser assinada aqui. Portugal já está demasiado estragado.
Os meus pais são comunistas. Isto começou por criar alguns problemas na escola primária, onde eu não soube reagir da melhor forma nem compreender a razão da animosidade que me dirigiram os ranhosos dos meus colegas quando souberam.
Mas como eles eram muitos e hostis, e eu já atingia a minha quota de porrada diária por outras razões (como por usar óculos e por ter sotaque do Porto) passei a esconder o comunismo familiar como se fosse uma doença vergonhosa e isto durou até encontrar outros colegas de escola, alguns anos mais tarde, que padeciam da mesma enfermidade.
Nessa altura, o desenvolvimento psicológico e crítico próprio da adolescência já me permitiu indagar e reflectir sobre o assunto e, de facto, comecei a admirar a teoria.
A génese filosófica e ética do ideal comunista ilustrada pelos princípios de igualdade e fraternidade é suficiente, creio, para explicar a sua capacidade de mobilização. Quanto mais não seja, sustentou a minha atracção pela ideologia. Mas não implicou que eu fosse incapaz de reconhecer a utopia subjacente a uma sociedade sem classes, sem Estado, baseada na propriedade comum dos meios de produção, com a consequente abolição da propriedade privada e caracterizada pelo controle dos meios de produção pelos trabalhadores através de associações livres de produtores.
Aliás, os próprios comunistas também reconhecem a utopia, parece-me, tendo-se ficado pela primeira fase do Processo Revolucionário, assente em sistemas políticos socialistas, face à impossibilidade de implementar a segunda fase que seria a efectivação de sistemas políticos comunistas.
É verdade que muitos regimes socialistas baseados em ideais comunistas culminaram em abusos de poder e restrições da liberdade inaceitáveis.
Por outro lado, é estúpido negar, no caso português, embora alguns tentem, as preciosas e sofridas contribuições do PCP para o fim da ditadura salazarista e da miséria intelectual e material em que o país se viu afundado por cinco décadas de fascismo.
E não adianta tentar colar o "comunismo" português aos "comunismos" totalitários da China, da Coreia do Norte, etc., porque o "comunismo" português é democrata, defende e lutou pela democracia portuguesa como nenhum outro partido e, acima de tudo nunca sugeriu "suspendê-la", como certa pessoa que neste momento até é candidata a Primeira Ministra fez.
Eu, como portuguesa ciente e orgulhosa da minha história também sofro dessa enfermidade, também estou contaminada pelo vírus do "comunismo", porque acredito que é possível ter liberdade real e socialismo efectivo em Portugal. Não sou, na minha aparentemente antagónica posição, nem anticomunista primária nem pró-comunista cega.
E as aspas acima uso-as porque tenho a teoria de que a denominação dos partidos portugueses (quase todos) é enganadora: seria mais fiel à realidade portuguesa que o PCP se chamasse "Partido Socialista", porque é o que ele é, assim como que o PS se chamasse "Partido Social Democrata", o PSD "Partido Conservador" e o CDS "Partido Nacionalista Cristão".
A minhã avó materna tinha um sonho. Nascida em 1911, assistiu pela televisão à alunagem da Apollo 11, cujos 40 anos se comemoram hoje, e ficou fascinada com as fotografias da Terra vista do espaço. Ouvi-a dizer várias vezes que não havia coisa mais linda. O seu sonho era fazer uma viagem espacial, para ver com os seus próprios olhos a magnificência do planeta azul. Daqui a poucos dias terão passado doze anos desde o seu falecimento, mas sei que hoje teria um prazer especial em ver os telejornais para assistir mais uma vez às imagens que tanto a fascinavam. Eu estarei a ver por ela.
Bendita RTP Memória por oferecer estas reminiscências felizes e uma música que não me vai sair da cabeça o fim de semana todo.
Abri as notícias agora ao fim da tarde e deparei-me com aqueles inquéritos do Sapo a perguntar:
"O Ministério da Saúde diz que os homossexuais não podem ser dadores de sangue porque têm «comportamentos de risco». Concorda? ". Curiosa fui ver as votações.
Ora bem, 49% dos votantes, quase 9.000 pessoas, disseram que concordavam! Nem queria acreditar! A sociedade portuguesa, ou pelo menos quase 50% dela, é mesmo homofóbica, reaccionária, preconceituosa, ignorante e com uma profunda tendência para o totalitarismo anti-democrático!
Pedro Freitas, médico e sexologista clínico, comenta, e muito bem, esta proibição no fim deste artigo aqui, reduzindo ao que realmente é, a atitude o Ministério da Saúde: absurda, discriminatória, homofóbica, sexista, anti-democrática, anti-científica, abusiva do poder e primária.
Maldito Sócrates y sus muchachos que já podiam ter dado um passo em frente relativamente à homofobia e, em vez disso, deram "n" passos atrás! O pior é que a alternativa é ainda mais assustadora...
Ora então vejamos: o Ministério da Saúde é liderado por uma Ministra do PS, certo? PS esse que promete prometer (é que é mesmo assim) viabilizar a igualdade no acesso ao casamento civil na próxima legislatura, não é? Mas já as outras igualdades, ah isso não, que isso é um grupo de gente esquisita e por muito bem comportadinhos que eles digam que são nunca se sabe, porque ser homossexual já é um comportamento de risco. O melhor é manter essa gente o mais afastada possível do nosso sangue.
Moral da história: é com políticas reais que se inferem as intenções reais.
Ou a farda dos Meos, simplesmente, afinal de contas tanto dinheiro investido nessa imagem que podia ser tão melhor capitalizado!
E nada quanto ao corte de cabelo? Isso é que eu acho que está mal, uma pessoa assim não sabe o que há-de fazer e ó se há gente que precisa de orientação nesse aspecto, meu deus!
Alberto João Jardim, com boçalidades fascistas destas, acaba por fazer assinaláveis favores eleitorais à CDU.
Há posts da Citadina que me trazem à ideia memórias antigas, mas nem por isso menos válidas.
E que me dão uma vontade louca de explicar por que razão, passados tantos anos e apesar de tudo, continuo a acreditar em Marx e Engels e no processo histórico! Chega a ser chato, porque praticamente nada é imprevisível ou inexplicável.
Um destes dias, quando tiver tempo, dissertarei sobre isso, num melancólico passeio ao que aprendi no passado e no meu dia-a-dia.
E não, não seria já capaz de acasalar com pessoas apolíticas ou de direita, nem pensar!
Perante o resultado das eleições europeias o choque só pode ter sido grande para a esquerda portuguesa, independentemente das subidas em percentagem e número de votos do BE e da CDU.
Para mim foi porque, pior que a vitória da direita a nível europeu, tive de assistir à vitória da direita a nível nacional, algo que poucos dias antes da ida às urnas parecia altamente improvável. E ainda porque, em relação a uma questão que me é cara, o que antes parecia garantido, de repente passou a ser bastante incerto. Falo da igualdade no acesso ao casamento civil.
Claro que não se pode avaliar um governo ou tomar uma decisão de voto apenas centrada neste assunto mas, se virmos bem, o que é este assunto? Um capricho, uma não-prioridade, uma luta de franjas? Ou uma questão de direitos fundamentais, de direitos humanos, de não-discriminação das minorias, de respeito e cumprimento efectivo da Constituição Portuguesa?
A igualdade no acesso ao casamento civil é, além do óbvio, uma medida de civilização e de qualidade da democracia e da sociedade portuguesa. E isso são indicadores essenciais para toda a gente, presumo.
Se a direita ganhar as eleições legislativas, teremos como Primeira Ministra uma pessoa declaradamente homófoba e uma defensora do liberalismo económico, o mesmo que afundou o mundo na crise em que está mergulhado. E não é com políticas dessas que o país vai passar a ser um país melhor, mais igualitário, mais justo, mais civilizado, mais próspero.
Portanto, a meu ver, é essencial que a esquerda ganhe as eleições. Mas que esquerda? Uma esquerda baseada na enfraquecida plataforma de apoio do PS, ajudada por quem escolhe o menor de dois males para governar o País (Sócrates ou Ferreira Leite)?
Ou uma esquerda plural mas que no seu conjunto garanta a maioria parlamentar?
Uma coisa é certa: é altamente improvável (para não dizer já impossível) que o PS sozinho consiga uma (outra) maioria absoluta parlamentar nas próximas legislativas. E eu até torço para que o PS ganhe ao PSD. Mas daí até lhe dar o meu voto, vai um abismo. Primeiro, porque, como pessoa de esquerda, me é impossível premiar quem não merece, esquecer as traições do passado recente e as políticas anti-sociais e, segundo, porque acredito que devo recompensar com votos as forças políticas que efectivamente lutaram e continuam a travar as difíceis batalhas por melhores políticas sociais, como a dos direitos LGBT, com consistência, perseverança, assiduidade e convicção.
Assim, só posso desejar que o trabalho pró-consenso para se atingirem compromissos que realmente sirvam a sociedade (em vez de servirem os partidos políticos), por oposição a autoritarismo cego e teimosia gratuita (dos mesmos) seja possível de pôr em prática e se torne uma realidade.
Esse trabalho será mais difícil, sem dúvida, mas eu assumo que gostava de / quero ver como corre. Quanto mais não seja para testar, de facto, certas teorias [a governabilidade só é possível com maioria absoluta de um só partido] que se apregoam por aí como verdades inquestionáveis.
Um dos mais observados - e tristes, diga-se de passagem - comportamentos de grupo é a legitimação por via d' "o pessoal". Funciona assim: se "o pessoal" diz todo que alguém é [preencher com classificativo conveniente], eh pá, então... é porque é!
Além disso, eu também não compreendo o constante recorrer à ascendência feminina directa para insultar alguém.
E então, como foi ontem o Maalouf na Gulbenkian? Que bom ter empreguinhos liberais que permitam assistir a essas coisas, não é?
Pois, o online e tal. Mas a malta trabalha, 'tá?
Depois não se esqueçam de dizer também como foi no Convento de Mafra, amanhã, só para meter nojo, sim?
Se há um momento generalista que separa claramente a vida de uma pessoa em "antes de" e "depois de", acho que ele tem a ver com a destruição da utopia da eternidade: seja dos amigos para sempre ou dos amores para sempre, da estabilidade para sempre ou da razão para sempre.
Abro a televisão para ver o telejornal e nem acredito nos meus olhos e ouvidos! Está há 15 minutos a dar na RTP África a recepção de Cristiano Ronaldo no estádio do Real Madrid...
Que raio, eu não gosto de futebol e, mesmo que gostasse, neste tempo de crise o que menos interessa é o Cristiano Ronaldo! Mas o povo gosta de circo, este fá-lo esquecer-se do que verdadeiramente importa.
E como é fácil alienar a malta! Que tristeza!
Com que idade é que a ingenuidade deixa de poder servir de desculpa para a estupidez?
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