Andou por aí uma moda na blogosfera que consistia em nunca usar pontos de exclamação, sob circunstância alguma. Isto significa que teríamos, se quiséssemos estar na vanguarda das tendências (micro-cronistas?), de pensar e escrever carrancudamente e, sobretudo, sem demonstrar entusiasmo em relação a coisa nenhuma.
Aí está um bom exemplo de como lidar demasiadas horas por dia com um computador pode fazer mal às pessoas.
Por isso espero que na reentré, depois de maravilhosas e inesquecíveis festas de arromba, comezainas, bebedeiras, viagens radicais, excitantes visões diárias de corpos escaldantes em trajes menores, noites longas e animadas conversas, essa mania triste, enfadonha e limitada de escrever, com o questionável intuito de passar por uma pessoa muito bem educada, convenientemente contida e de irrepreensíveis maneiras, já tenha passado.
Ou isso ou que, a quem não passou, experimente sair mais vezes de casa, não se isolar tanto, prestar menos atenção ao que a Paula Bobone diz, atrever-se a dançar em público, vestir uma peça de roupa carnavalesca, enfim, qualquer atitude que contrarie esses hábitos chatos e anti-sociais que fazem de um nerd aquilo que ele é.
Ao ler este post soou-me na mente a campainha da evidência porque o texto da Vieira do Mar resume bem as minhas experiências pessoais no mundo da corte heterossexual (sim, também lá andei, ainda hoje me pergunto a fazer o quê).
Normalmente resisto a generalizar, ou a normativizar, o-homem-sexual-da-minha-geração (e de outras também...), mas se existe alguma coisa parecida com factos empíricos, então estamos perante um. E, turns out, não sou só eu que o digo.
A blogosfera "de referência" continua empenhada em ganhar as eleições.
Uma sugestão: pôr o PS a fazer este quiz, para ver onde calha.
Adenda: Ou seja, pôr o que foi o PS do Governo nesta legislatura, com a sua linha de acção, não a linha programática, mas a linha de acção que se traduziu em políticas efectivas, a fazer o quiz, para ver onde calha...
Já voltei de férias e do isolamento a que normalmente me voto quando as gozo nesta altura do ano. Já voltei há uma semana à rotina profissional e (virtual) social, mas no blog não se nota nada, pois não?
Agora imaginem a carga de trabalho que eu terei encontrado no escritório para ainda não ter conseguido escrever UM único post. Dizem que a produtividade é isto.
Falo de vós, estafermos, que vos dais ao trabalho de andar pela praia fora, quilómetros se preciso for, até ao reduto daqueles que não querem ser incomodados pelas vossas músicas, pelos vossos toques incessantes de telemóvel, pelas vossas conversas idiotas, pelos vossos cães a cagar-lhes e mijar-lhes no trajecto da toalha até ao mar, pelas vossas bolas de futebol e raquetes de madeira, pelas vossas canas de pesca e toda a parafernália que carregais com as vossas tristes existências veraneantes.
Dais-vos ao trabalho de vir tão longe para depois vos instalardes a dez metros de mim?! Sentis-vos sozinhos? Não vos digo para comprar um cão visto que já os tendes aos montes, mas digo-vos que vos fodeis e que fiqueis em casa para tal, ou então que andem mais cinquenta metros ou até que não consigais distinguir a cor do meu biquíni, devolvendo desse simpático modo o desprezo que vos voto. A praia é de todos o caralho. Este bocado é meu.
Interrompo as minhas férias de blog para escrever este post na necessidade de registar a primeira vez que o Rui Reininho me fez rir à gargalhada (sem ser das letras das canções dele) quando confessou, num programa televisivo chamado "Dá-me música" (nem vou explicar porque é que estou a ver isto, para quê, estou de férias, posso tudo), que durante anos pensou que aquele verso da letra dos Xutos e Pontapés "um pouco de fé" era "um porco de pé".
Faz sentido (desta vez não só para ele).
A carga pronta metida nos contentores
Adeus aos meus amores que me vou
P'ra outro mundo
É uma escolha que se faz
O passado foi lá atrás
(...)
É a escolha que se faz
O passado foi lá atrás
E nasce de novo o dia
Nesta nave de Noé
Um pouco de fé.
Há alturas na vida em que a solidão é insuportavelmente presente e os princípios éticos uma pesada grilheta e uma mera e incoerente abstração ideológica.
Li hoje aqui, aqui , aqui e numa série de blogs que linkaram esta notícia que o TC tinha alegadamente rejeitado o casamento civil das duas mulheres, Teresa Pires e Helena Paixão, que estão a tentar casar-se desde 2006, por três votos contra e dois a favor.
Irão, finalmente e felizmente, poder recorrer ao Tribunal Europeu dos Direitos Humanos. Que, estou convencida, irá permitir este casamento, pois é um inegável direito de qualquer cidadão imputável, ainda por cima permitido pela Constituição Portuguesa.
Lendo estas notícias, há coisas que me chateiam por demais:
1.º O tratarem o casal nas notícias, referindo-se-lhes quase sempre por "lésbicas" em vez de mulheres ou pelos nomes. Ninguém diz "dois heterossexuais" quiseram casar-se.
2.º A mania que os portugueses têm de transformar todas as derrotas em vitórias! Irra! O facto de o resultado ter sido de 3-2 em vez de 5-0 não é uma vitória, bolas! E o que mais me choca é que os juízes do TC que são pessoas adultas, instruídas, supostamente imparciais e tecnicamente preparadas defendam simultaneamente uma coisa e o contrário dela!
3.º O facto de se terem logo levantado vozes a dizer que o parlamento pode autorizar por maioria relativa o casamento homossexual! Mas a quem é que Vital Moreira quer enganar? A Assembleia da República já teve essa possibilidade e foi o próprio PS que não permitiu que isso acontecesse! É para adiar ainda mais esta decisão?
4.º Claro que vêm logo pessoas insinuar também que se deve alterar a Constituição. Não, não é engano, leram bem! Não defendem a alteração do Código Civil, mas da Constituição! E nós, que somos parvos, acreditamos logo que esta alteração, com um empate técnico nas intenções de voto entre o PS e o PSD, vá no sentido da aprovação de mais direitos, está-se mesmo a ver!
Enfim, somos uns tristes!
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