Nesse dia acordei às duas da tarde, quando a minha mãe chegou a casa do trabalho. Estava de férias e tinha dezasseis anos. Ela disse-me o que tinha acontecido. Fiquei ali especada, de pijama, a tentar absorver a notícia. Tinha passado esse ano escolar de 87/88 a apaixonar-me por Lisboa, a explorá-la. Lisboa foi a primeira cidade que identifiquei como minha porque ninguém ma impôs como tal, eu é que a quis. Não a herdei, ela não é a cidade dos meus pais. Não nasci cá, mas passei aqui a maior parte da minha vida. Ninguém me levou pela mão a conhecê-la. Fui eu que fiz isso sozinha, quando tinha quinze anos e saí de uma escola dos subúrbios para frequentar o Liceu Pedro Nunes.
Naquele dia de Agosto de 1988, ao ver pela televisão a Baixa ardida, mirrada, destruída, experimentei, chocada, uma nova noção de perda, a perda de identidade cultural.
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