Pela causa, que me é muito cara, e pela atitude, tão despretensiosa quanto importante: a Brigada do Mar.
Obrigada.
Pensei que as aulas poderiam ser um bom sítio para conhecer os rufias do bairro, fazer amizade com eles e assim zelar, de facto, pela minha defesa pessoal, à falta de outros espaços de convívio comuns.
Acabei, no entanto, por só conhecer um, o professor. Os alunos são todos betinhos com a mania da perseguição, ou seja, iguais a mim, e naturalmente não sabem defender-se nem de um ataque de mosquito.
Em compensação acho que aprendi a bater em genitais masculinos eficazmente e digo "acho" porque ninguém me deixou colocar a teoria em prática. Ainda.
Leio regularmente o blogue do Eduardo. Não só porque sou amiga dele há muitos anos, mas também porque, independentemente da divergência de opiniões que possa haver por vezes entre nós, o acho interessante, factual, equilibrado e muito agradável. Eu, que sou viciada em transportes públicos, por razões económicas, sociais, de logística, de saúde, de ordem ambiental e outras, achei as questões que coloca neste seu post fundamentais.
Qual será o futuro das grandes urbes quando uma boa parte da população decidir, e tiver meios para isso, preterir os transportes públicos e optar por automóvel próprio? Qual será o impacto a nível ambiental através da emissão de CO2 e outros gases, a nível da possibilidade, eficácia e rapidez de circulação de pessoas e bens, de reflexo na saúde pública por aumento da poluição e dos níveis de stress e agressividade das pessoas, na economia a nível do consumo de combustíveis e necessidade de permanente construção de estradas, pontes, parques de estacionamento, silos de automóveis, etc.?
Há muito que acho que os países, os governos, as autarquias, as polícias e todas as entidades relacionadas com o trânsito, a nível mundial, se deveriam reunir e encontrar soluções comuns e eficazes para a solução desta "dor de cabeça", como dizem num certo país africano, onde eu, a pé, fazia em 15 minutos o mesmo percurso que um automóvel levava 50 minutos a fazer.
Ganhávamos todos em todo o mundo. É só olhar à nossa volta e fazer as contas.
Não estou certa de ter compreendido plenamente o significado daqueles olhares quando, na aula, indagaram quem praticava a meditação e eu perguntei se falar sozinha na rua se qualificava.
Tenho de meditar sobre isso.
Bem me queria parecer que, em certas partes das aulas de yoga, não sou a única a não estar exactamente concentrada "numa luz muito brilhante entre as sobrancelhas, visualizando um cenário de completa tranquilidade".
Alguém me puxe os ombros para trás, que me finque um joelho entre as omoplatas e me mantenha assim durante largos minutos.
Mesmo que seja pela força e ainda que eu me queixe muito e choramingue um bocadinho.
Que não me largue mesmo que eu me irrite e comece a insultar metodicamente todos os seus guias espirituais e mestres vivos, mesmo que eu desate a cantar os mantras com letras da Madonna.
Que me diga que eu sou "ecuménica" e que devia parar de fugir ao meu destino, só para me devolver os insultos na mesma moeda e granjear algum respeito com isso, fazendo com que eu afrouxe um pouco a resistência e deixe que me puxe os ombros ainda mais para trás.
Alguém que adivinhe, sem eu ter de confessar, que não gosto de ser ligeiramente corcunda.
o cheiro da relva cortada de fresco
o azul escuro do Índico ao longe
o brilho radioso do sol no azul mais claro do céu
o chilrear dos pássaros nas árvores que me sombreiam a casa
a cadeira vazia da tua presença na mesa do alpendre
Como já dei a entender em algumas ocasiões, as minhas relações com as mulheres-a-dias são, no melhor dos cenários distantes e no pior, destiladoras de ódio. Uma das características mais arrepiantes que uma dessas senhoras pode ter para mim é falar demais e de forma opiniosa para se meter na minha vida privada mais do que o estritamente indispensável.
Mas o facto é que preciso urgentemente de contratar uma, só para evitar morrer de alergias, episódio que ameaça concretizar-se muito em breve, dada a minha falta de tempo para as tarefas domésticas.
Depois da nega seca que a empresa gestora de condomínio me deu, evidenciando a má-vontade com a super-credível desculpa de que não conheciam ninguém (pergunto-me como limparão as partes comuns do edifício...), resolvi perguntar a um colega de trabalho se conhecia alguma pessoa de confiança, que não roube, não peque fogo à casa, limpe efectivamente em vez de ver televisão o dia todo, etc., etc., etc., e ele diz-me Sim, conheço alguém, não sei se está livre, mas é de absoluta confiança. Só tem um problema: é surda.
Surda?! Mas isso é maravilhoso!, retorqui eu, emendando logo a seguir, Ou seja, não foi bem isso que eu quis dizer, coitada da senhora, o que quis dizer foi que para mim não constitui problema algum, desde que limpe bem, ela sabe ler, não sabe?, pronto, excelente, eu deixo-lhe recados escritos, não conto estar em casa, de qualquer modo...
E assim me encontro, ansiosa, à espera de saber se a promissora dama tem disponibilidade para trabalhar para mim, mas senão já sei o que vou fazer: um anúncio de jornal à procura de uma senhora das limpezas que seja surda-muda, a quem pagarei regiamente, com segurança social, contrato, seguro de acidentes de trabalho, décimos terceiro e quarto meses e tudo mais a que tiver direito, porque este país só andará para a frente quando aprenderemos a recrutar o profissional certo para o lugar certo.
Vão à exposição do Darwin na Gulbenkian. Lá está tudo explicado. Eu simplesmente andei a armazenar energia para resistir bem aos rigores do Inverno.
Falamos em Junho.
Vídeos, histórias, prática, apologia, detrimento. Uma nova rubrica lúdica, sempre lúdica (porque aquilo dá imensa vontade de rir), por vezes sarcástica e quem sabe achincalhante (ma non troppo) da modalidade.
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