Quarta-feira, 24 de Novembro de 2010

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Buraco tapado por Citadina às 11:29
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Terça-feira, 23 de Novembro de 2010

Greve geral

À semelhança daqueles que reagem a qualquer "Queira Deus" com um "Amén", sempre que ouço um megafone na rua propagar a sigla "C-G-T-P", também tenho tendência, confesso, a cantarolar baixinho "uni-da-de sin-di-cal". Por isso percebo que se digam estas ladaínhas sem pensar muito nelas, repetindo-as como naturais heranças de costumes.

Acontece que os meus costumes, neste caso, são um bocadinho menos parvos que um dogma religioso, quanto mais não seja porque não se baseiam em dogmas.

Eu acredito que a união faz a força, mas isso não é "porque sim", é porque faz mesmo.

É importante fazer greve amanhã para demonstrar a máxima força possível contra estas políticas indecentes que querem impor à esmagadora maioria do povo português.

Viva a greve geral!

Buraco tapado por Citadina às 12:20
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Quinta-feira, 18 de Novembro de 2010

A austeridade é a política mais estúpida e injusta a que o Governo nos pode submeter, explicado aos pequeninos, com desenhos animados e tudo

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

(via e-mail)

Buraco tapado por Citadina às 14:52
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Segunda-feira, 14 de Junho de 2010

No fundo somos completamente hipócritas!

Numa altura em que a crise financeira mundial, que atravessa também a Europa da zona euro e a mergulha numa crise de identidade caracterizada, entre outras coisas, pela ausência de uma voz consensual comum, reconhecida e respeitada a nível internacional, pela forte retoma de políticas em que os interesses nacionalistas dos países se sobrepõem aos da União Europeia no seu conjunto, em que a crise da Grécia (e a ameaça de uma crise semelhante em Espanha, Portugal, etc.) faz vacilar toda a zona euro e preconiza o fracasso colectivo do projecto europeu, e em que o atraso na implementação de projectos agregadores e mobilizadores, nomeadamente o plano de resgate da Grécia, coloca em risco o futuro do euro, as questões que se nos colocam, abordadas tanto pelos partidos europeus de esquerda como pelos de direita são muitas e graves.

 

"Onde está o presidente do Conselho Europeu? O que está a fazer o presidente da Comissão? Existe um líder europeu para gerir a crise grega? Ou estão à espera de que o euro fracasse?", perguntava o deputado europeu francês Philippe Juvin, membro do partido UMP do presidente Sarkozy.

 

"Com a globalização, a questão é: o que resta do modelo europeu, do posicionamento da Europa na liderança mundial?", disse recentemente o secretário de Estado francês para a UE, Pierre Lellouche.

 

Daniel Cohn-Bendit, considera a gestão deste assunto catastrófica. Nascido em França mas de nacionalidade alemã desde os 14 anos, dirigente estudantil de extrema esquerda e figura emblemática no Maio de 68 em França, é, desde 1994, deputado europeu pelo partido ecologista alemão Die Grünen, co-presidente do Grupo dos Verdes /Aliança Livre Europeia alemão desde 2002, representante do Partido Verde Europeu desde 2004 e vice presidente do Movimento europeu – França desde 2007. Tendo passado na juventude pela Federação Anarquista e pelo Movimento Noir et Rouge, auto - intitula-se mais tarde de “liberal-libertário”. É dele o slogan do Movimento de Maio de 68 "Somos todos judeus alemães".

 

Oiçamos a sua intervenção, extremamente honesta e acutilante, neste vídeo em que analisa o papel da União Europeia relativamente à crise grega. “On est quand même complètement hypocrites!” diz ele. É tempo de fazermos uma introspecção rigorosa e de reflectirmos sobre as questões e desafios que se nos colocam, porque Cohn-Bendit tem toda a razão.

 

 

Buraco tapado por Cosmopolita às 13:06
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Quinta-feira, 29 de Abril de 2010

A nova ordem mundial

Temos assistido nos últimos tempos à intimidação de países limítrofes da União Europeia, através de ataques externos à sua economia. Começou pela Grécia, cujo Governo teve muitíssima culpa no criar da "causa próxima" (o facto, como se diz aqui, de a Alemanha desrespeitar os compromissos europeus, não desculpa os gregos nem os liberta da sua responsabilidade), segue-se aparentemente Portugal, a Espanha, a Irlanda e por aí fora. Basicamente o mote é "Dividir para reinar". Ou dar cabo da Zona Euro para valorizar o dólar.

 

Alguém me sabe dizer o que acontecerá a nível internacional quando e se algum dos credores da dívida externa dos EUA, em que a China está em 1º lugar e o Brasil em 5º, como podem ver aqui, decidir cobrá-la?

 

Há muito que se fala na substituição, no cenário mundial, dos países protagonistas mais ricos e na substituição do dólar como moeda de referência internacional. O economista Jim O'Neill da Goldman Sachs chamou BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China) a estes quatro países que têm em comum um crescimento recente muito rápido da sua economia, que somam mais de 25% da área do planeta, 15% da economia global, que representam mais de 40% da população mundial e que, em conjunto, querem alterar os mecanismos financeiros mundiais por forma a manter a estabilidade do sistema financeiro internacional global. Os seus líderes reuniram-se dia 16 de Abril último em Brasília para estudar a reforma das instituições internacionais e a criação de uma moeda de referência alternativa ao dólar, por forma a tornar a economia menos vulnerável às crises, para acordar o financiamento de projectos comuns e a criação de oportunidades de investimento, utilizando as moedas dos seus próprios países e sem recorrer ao dólar, e ainda para promover o diálogo com o Irão em vez de pressionar este país com sanções económicas como desejam os EUA e seus aliados. Como alegadamente terá dito Lula da Silva ao presidente chinês, essas sanções prejudicam mais a população do que os dirigentes do Irão.

 

Será que está a haver aqui, por parte das agências de rating ao estabelecer o terror financeiro, uma manobra de diversão para travar estas medidas ou para as catalisar, tendo por base a possibilidade do desaparecimento do dólar como moeda de referência?

Buraco tapado por Cosmopolita às 19:48
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Terça-feira, 24 de Novembro de 2009

Boa governação versus má governação

Sábado passado, numa pausa de um sinal luminoso, pedi emprestado ao taxista que me conduzia um jornal que ele tinha no carro. Chama-se @ Verdade e eu nunca tinha lido nenhum exemplar. Folhei-o portanto com alguma curiosidade e deparei com um editorial cuja leitura me deixou boqueaberta. Não resisto por isso a citar-vos o que li aqui.

 

"Mo Ibrahim, o multimilionário britânicosudanês e uma das maiores figuras mundiais do ramo das telecomunicações, voltou a surpreender os líderes do continente africano com uma intervenção proferida numa conferência de promoção de boa governação que teve lugar esta semana em Dar-es-Salam, na Tanzânia.

 

Ibrahim tomou a palavra e falou curto e grosso: “Lamento ter de dizer isto, mas alguns dos nossos países [africanos] pura e simplesmente não são viáveis.” E prosseguiu mais acutilante: “Muitos deles são demasiado pequenos para continuarem a existir nestes moldes. A ideia de que 53 pequenos Estados de África conseguem competir com a China, Índia, Europa ou os Estados Unidos é uma falácia. O comércio intra-africano representa apenas 4 a 5% do nosso comércio internacional! Isto é inacreditável!”

 

Em seguida repetiu várias vezes porquê, porquê? Depois, voltou à carga e foi mesmo muito incómodo para a audiência - o presidente tanzaniano, Jakaya Kikwete, era um dos presentes - afirmando que alguma coisa estava “drasticamente errada”. Porque um continente com 900 milhões de habitantes - 2/3 da população da Índia -, portanto muito longe da sobrepopulação e bafejado por riquezas naturais que o tornam potencialmente auto-suficiente e até bastante excedentário, encontrando-se numa situação como a actual, extremamente pobre e com uma população faminta, só pode ser mesmo devido à má governação.

 

“Penso que temos o direito, perante este estado de coisas, de perguntar aos nossos líderes se são realmente sérios?”, inquiriu, para espanto de todos. As soluções apresentadas pelo milionário passam, urgentemente, por uma rápida, profunda e séria integração regional, a nível económico - incluindo uma moeda única - e político. Mas é acima de tudo na boa governação que reside a chave do sucesso. Todos os exemplos positivos em África - e ainda são alguns - estão associados a ela. As estatísticas falam por si.

 

Países que adoptam boas práticas governativas - falo de respeito pelos direitos humanos, liberdade de imprensa, alternância política, políticas económicas ajustadas à realidade, desburocratização e despartidarização do aparelho de Estado, combate à corrupção, etc. - estão no topo da lista como é o caso do Botswana, África do Sul, Gana, Cabo Verde, Benin, Togo.

 

Na cauda encontram-se, justamente, os que constantemente violam as práticas da boa governação. Os seus nomes são sobejamente conhecidos. Somália, Guiné Conacri, Guiné- Bissau, Zimbabwe, Angola, RDC, Congo Brazzavile, Serra Leoa, Libéria e… muitos mais."

 

Dito isto, apetece-me parafrasear o ex-amigo de uma pessoa que amo e que dizia pretender fundar um partido denominado PPQ - Portugal Para Quê. Pelos vistos com toda a razão!

Buraco tapado por Cosmopolita às 20:54
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Quarta-feira, 9 de Setembro de 2009

Outros explicam

O que Louçã não foi bem sucedido a explicar ontem no debate com José Sócrates, na RTP1, o Daniel Oliveira explica (sobre benefícios fiscais) e o Zé Neves clarifica (sobre nacionalizações).

Buraco tapado por Citadina às 12:03
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Segunda-feira, 8 de Junho de 2009

Não falem comigo hoje

Depois de o neo-liberalismo selvagem ter provocado uma das mais terríveis crises financeiras e económicas globais de que há memória, ainda temos de viver numa Europa de direita?

Mas que merda, não?!

Buraco tapado por Citadina às 11:29
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Quarta-feira, 1 de Abril de 2009

Só espero que não seja mentira!

"Venho por este meio comunicar-lhe que a DGCI procedeu ao alargamento do período de isenção do Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) de que beneficia, relativamente ao prédio urbano afecto à sua habitação própria e permanente. Esse período de isenção que era até agora de seis anos foi alargado para oito anos."

(Recebido por e-mail)

Buraco tapado por Citadina às 10:53
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Quarta-feira, 25 de Março de 2009

Partidos admitem alargar subsídio de desemprego a quem gere pequenas empresas

Enfim, a luz. Para mim já vem tarde. A dura lição de vida que aprendi há já uns anos deixou feridas que ainda não fecharam, ressentimentos em relação ao sistema e traumas que dificilmente serão ultrapassados.

Quando o meu negócio próprio foi vítima de recessão económica, abuso de posição dominante por parte de muitos clientes e outras injustiças, todas elas alheias à competência e produtividade de quem quer que fosse naquela empresa, pensei seriamente que a minha vida ia acabar.

Como se já não bastasse a frustração e a revolta em termos profissionais, tive de assistir ao drama humano da minha família, que passou a não ter onde cair morta, porque o Estado esteve sempre lá para receber as contribuições para a Segurança Social, mas não para nos ajudar quando precisámos.

Neste momento, todos, sublinho, todos os partidos com assento parlamentar estão de acordo - e que raro isso é! - no que respeita a esta necessidade, a esta medida de justiça inquestionável.

Por mim, faça-se já. Só é pena que, como em tantos outros casos, a legislação falhe e tarde a acertar e sejam necessários tanto sangue, suor e lágrimas para a colocar no bom caminho.

Buraco tapado por Citadina às 13:26
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Quinta-feira, 26 de Fevereiro de 2009

A armadilha do empreendedorismo

Qual é o percurso natural de alguém que perde o emprego?

Como é (finalmente) reconhecido hoje em dia, não é preciso ser-se o pior empregado, ou mesmo só um mau colaborador para se ser despedido. Como hoje se sabe, basta ter um mau gestor, que desbarate os activos da empresa em auto-prémios de desempenho (não interessa que tipo de desempenho). Ou chega somente que a empresa seja o elo mais fraco da cadeia financeira. O empresário que não é pago pelos seus clientes começa por também não pagar aos seus fornecedores, rapidamente passa a não pagar ao Estado e por fim deixa de pagar até aos seus colaboradores.

Então, perguntava eu, qual é o percurso natural de alguém que perde o emprego, é um bom profissional e tem de encontrar uma solução para a situação de crise da sua família?

Se não há empregos disponíveis - e não há - o bom e  "pró-activo" profissional não se vai deixar abater pelas dificuldades, não vai deixar de acreditar no seu valor, principalmente não vai deixar de ser um pilar económico da sua família, porque a família não pode ter falta de liquidez, para usar termos técnicos, porque a família não pode ficar insolvente, e acima de tudo, porque a família não pode viver no meio da rua, não é assim? Portanto ele vai... exacto: criar o seu próprio posto de trabalho. Ou pelo menos vai tentar.

O bom profissional vai aplicar todo o seu esforço, experiência e activos - enquanto ainda os tem - numa actividade produtiva por conta-própria.

Então abre um café. Ou mesmo um restaurante. Ou um gabinete de contabilidade. Ou uma imobiliária. Ou um escritório de advogados. Ou uma empresa de outros serviços quaisquer.

E o que é que lhe acontece? Com uma probabilidade de dez mil para um, ou seja, sem muitas hipóteses realistas de escapar ao fluxo da corrente principal, ele apenas conseguirá engrossar o caudal de empresários desesperados deste país. De qualquer forma, não conseguirá sobreviver só pelo fruto do seu trabalho, ou seja, sem cunhas, sem "conhecimentos", sem praticar corrupção passiva ou activa, sem beneficiar de trafico de influências, sem poder abusar de posição dominante, sem evasão fiscal aqui e ali.

Não conseguirá porque vai ser comido, esmagado por todos os que fazem aquelas coisas.

Empreendedorismo? Ó pá, por favor, "empreendedorismo" é uma palavra que nem sequer existe.

Buraco tapado por Citadina às 15:42
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Quinta-feira, 5 de Fevereiro de 2009

A crise e as micro empresas

Gostei de ouvir ontem o Rui Moreira na SIC Notícias. Foi cristalino a explicar como e porque é que as micro e pequenas empresas, que compreendem  mais de 60%  do tecido empresarial português, TÊM de ser ajudadas. Uma das medidas evidentes (e justas) é: o Governo deve alterar imediatamente a legislação para que o IVA seja devido aquando da emissão do recibo e não aquando da emissão da factura. Não se compreende a resistência!

Buraco tapado por Citadina às 11:40
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Terça-feira, 3 de Fevereiro de 2009

Como vender mais

As fórmulas secretas são prometidas na Internet e em correio spam, a troco de uns milhares de Euros e alguma disponibilidade para frequentar um curso de vendas.

Quando vejo estes anúncios fico sempre a pensar se, hoje em dia, as tais fórmulas para "aumentar exponencialmente as vendas" não passarão pelo recurso a uma pistola.

Buraco tapado por Citadina às 16:31
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Segunda-feira, 26 de Janeiro de 2009

Estou fodida com o meu PPR, mas porque é que eu acredito nos bancos?!

Eu já tinha obrigação de ter aprendido a vomitar automaticamente nos pés de quem profira a palavra "risco" na minha presença, especialmente quando a ouço dentro de uma dependência bancária.

Sempre que me meti a comprar acções fartei-me de perder dinheiro, mesmo tendo-o colocado nas mãos de "grandes especialistas" que ganham 25% ao ano na bolsa com a carteira deles, mas que para mim invariavelmente não conseguem ganhar um chavo.

Há três anos subscrevi um PPR com uma "componente accionista moderada" porque as rentabilidades esperadas eram fabulosas, que eu não me preocupasse que não me ia arrepender. Escusado será dizer que estou a perder dinheiro.

Consultei um conhecido que trabalha no sector financeiro sobre esta matéria que, escusado será dizer, se desatou a comportar como um oráculo desdenhoso da minha ignorância.

Oh pá, Cit, para já isso tecnicamente não devia ser possível, os PPRs por definição têm capital garantido, isso era já uma queixa para o Banco de Portugal, mas o que interessa é que tu estás a comprar risco em vez de reforma, pá, e isso não é o teu objectivo, ao que eu pensei E onde é que tu estavas, ó cabrão, quando eu fui subscrever aquela merda, nunca estão onde é preciso, estes filhos da puta, e depois é só mandar estas bocas de grandes entendidos. Mas pronto, o que é que eu faço agora? e o gajo Pá, eu, se queres que te diga, não aconselho PPR's (estava-se mesmo a ver), os seguros de reforma são produtos interessantes, têm capital garantido e como as seguradoras agora estão a precisar de liquidez, deve haver boas ofertas.

E então posso transferir o meu PPR para um desses seguros de reforma?

Não, pá, uma coisa é um PPR, e o que tu tens não é um PPR, isso nem se devia chamar assim, mas pronto, outra coisa é um seguro de reforma.

Então posso transferir "isto que tenho" para um seguro de reforma?

Não, porque isso é um PPR, logo não lhe podes mexer sem penalizações.

Mas... Então transfiro o meu PPR para outro PPR com capital garantido?

Não, pá, senão levas com a comissão de transferência, agora deixa estar, de qualquer forma o grosso da desvalorização já está feito.

Então suspendo o plano de reforços do meu PPR e subscrevo um desses seguros de reforma com capital garantido?

Eh pá, eu pessoalmente gosto sempre de comprar algum risco...

Então, mas o meu PPR tem risco...

Iá, pá, pois tem, mas esse não é o teu objectivo, tás  a ver, o teu objectivo é comprar reforma.

Não, pá, o meu objectivo é que as minhas poupanças se valorizem, independentemente do que eu estou a comprar!

Mas agora me lembro, Cit, tu não és economista?

Não, pá, eu não sou economista, louvada seja eu, eu tirei foi uma licenciatura em economia, mas foi numa dessas faculdades neo-ultra-liberais cujas teorias nos puseram onde estamos, portanto de que é que me serve o que eu aprendi lá?! Eu ao menos admito que não domino os desígnios da economia mundial e nem me ponho a adivinhar o futuro com ares de profeta omnisciente a falar aos pobres de espírito, tás a ver?

... Pois...

Pois o caralho, pensei eu, e despachei o grande iluminado de merda.

Buraco tapado por Citadina às 12:35
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Quinta-feira, 4 de Dezembro de 2008

Do ensino da economia ou As vitórias do psiquiatra

"A teoria económica dominante é profundamente insensível à realidade. Constitui, em geral, uma abstracção desatenta e trata os acontecimentos difíceis como um problema que não é dela."

 

Na altura já estava convencida, mas tinha sincera vergonha, esta decorrente de ter sido sempre a melhor aluna de todos os cursos e escolas por  onde passei, à excepção - lá está - da licenciatura em economia, de que o problema não era tão meu como deles, dos professores e dos programas.

Hoje, ultrapassada a tristeza, a frustração e o pudor, comprovo com um certo  gozo que, se fui uma aluna medíocre e desmotivada na faculdade, foi por ter alguma consciência da realidade, o que me impediu de participar naquela alucinação colectiva que consistia em ver o mundo à luz de efabulações teóricas mais ou menos ridículas. Agora chamem-me burra.

 

Ler aqui e aqui os fundamentos deste post.

 

ADENDA:

Aqui uma opinião consonante.

 

Buraco tapado por Citadina às 15:28
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Terça-feira, 4 de Novembro de 2008

"O" dia

É histórico que um negro seja Presidente dos EUA e, a acontecer, é sinal inequívoco de uma notável evolução civilizacional num povo que há quatro anos elegeu de novo um mentecapto para o cargo. Mas a vida em Portugal vai melhorar por causa disso?

Toda a gente sabe que não, pelo menos por causa disso.

Cá, como lá, escândalos financeiros acontecem sem que se puna exemplarmente os criminosos. Pelo contrário, até se considera a possibilidade de se lhes atribuírem indemnizações, nada de cadeia, não, antes i-n-d-e-m-n-i-z-a-ç-õ-e-s (eu podia por aqui links para agências noticiosas para dar corpo e sustentação a estas afirmações,  mencionar claramente o BPN e o Banco de Portugal, mas para quê? Toda a gente sabe que é verdade, não sabe?).

E o nosso futuro, como lá o presente, é este:

Não vai demorar muito até que a recessão faça com que milhares de casas passem a valer menos do que as dívidas que os seus donos contraíram aos bancos para as comprar.

O super-herói contribuinte (SC, comecem a imprimir t-shirts e fatos de Carnaval) continuará a salvar os oprimidos e pobres banqueiros que precisam de ser resgatados pelo Estado da  sua vida dura e feita de privações.

Continuaremos a ser um povo racista e homofóbico (pelo menos a Manuela Ferreira Leite não dá mostras de querer mudar).

E continuaremos a seguir exemplos de doutrinas económicas que de tão "invisíveis", comem tudo e não deixam nada, como diz a canção.

Ou seja, este é um dia engraçado mas, vendo bem, sem graça nenhuma.

 

Buraco tapado por Citadina às 10:48
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Quarta-feira, 22 de Outubro de 2008

Se é fartar vilanagem, então que seja para todos

A proposta de Orçamento para 2009 propõe um regime fiscal excepcional para os Fundos de Investimento Imobiliário em Arrendamento Habitacional (FIIAH), com isenção de IRC sobre os rendimentos obtidos pelo fundo até 2014; isenção de IRS e IRC sobre os rendimentos dos fundos dos detentores das unidades de participação; dedução à colecta das rendas em sede de IRS; isenção de IMI para os imóveis que fiquem na carteira do fundo; e isenção de IMT nas compras desses imóveis.

 

Vejamos quem isto beneficia:

Isenção de IRC sobre os rendimentos obtidos pelo fundo até 2014: os bancos;

Isenção de IRS e IRC sobre os rendimentos dos fundos dos detentores das unidades de participação: os bancos e os investidores nos fundos;

Dedução à colecta das rendas em sede de IRS: ninguém fica consideravelmente "melhor" uma vez que os ex-proprietários já beneficiavam da mesma medida em relação aos juros pagos em empréstimos à habitação, juros esses que, na esmagadora maioria dos casos ultrapassam os 90% da prestação mensal;

Isenção de IMI para os imóveis que fiquem na carteira do fundo: os bancos;

Isenção de IMT nas compras desses imóveis: quem os comprar, o que não significa que sejam os ex-proprietários.

 

O ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, disse a propósito que as rendas dos imóveis desses fundos seriam "atractivas" e garantiu ainda que as novas regras para os fundos de arrendamento imobiliário permitirão que os proprietários que entreguem a casa ao fundo voltem a recuperá-la mais tarde, "quando tiverem condições económicas que o permitam". Assegurou ainda que a entrega inicial do imóvel ao fundo de arrendamento e a sua posterior recuperação pelo ex-proprietário futuro não terá "encargos adicionais". No entanto, caso o inquilino falhe o pagamento da renda por um período superior a três meses perde o direito à opção de compra do imóvel.

Estava-se mesmo a ver, não era?

 

Perante esta mina de betão, a CGD anunciou que já está pronta para lançar o seu FIIAH assim que o enquadramento legal o permita. Segundo Paulo Sousa, responsável pelo crédito à habitação da Caixa, "Este veículo de investimentos vai adquirir um conjunto de imóveis a famílias que têm alguma dificuldade em fazer face ao seu serviço da dívida e depois essas mesmas famílias vão arrendar o imóvel a esse fundo, sendo-lhes dada a opção de a prazo recomprarem o imóvel. Vamos criar condições para que o valor da renda seja mais baixo que o da prestação do crédito à habitação."

Quanto? Entre 20% e 25%.

 

Sendo assim, o mesmo responsável admite que "em certas situações algumas famílias poderão deixar de conseguir pagar a renda".

Realisticamente: "certas" famílias? Ou quase todas?

 

E claro que havendo incumprimento "serão desencadeados os mecanismos legais para resolver a situação" e que "se à partida aquela família não pode fazer face ao pagamento da renda, então será melhor encontrar outra solução que não a do fundo imobiliário".

 

Qual solução? Eu dou uma sugestão: para não alimentar mais as barrigas gordas desses chulos, vendam a casa no mercado, mesmo que abaixo de custo. Se ainda ficarem a dever ao banco, paciência, eles que desencadeiem os tais mecanismos legais.

O pior que vos pode acontecer, despojados de todos os bens como estão, desempregados, indigentes, velhos ou explorados, é o Estado arranjar-vos uma nova casa, com grades e tal, um bocado feia, pronto, mas ainda assim, o tecto que vocês precisavam. Só espero que as prisões, lares de 3ª idade, orfanatos e ruas em geral estejam prontos para receber a classe média.

Buraco tapado por Cosmopolita às 15:09
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Terça-feira, 21 de Outubro de 2008

Para mamões arranja-se sempre

O Estado garante a banca. Já as reformas dos contribuintes que pagam as garantias do Estado, essas não estão assim tão garantidas.

Buraco tapado por Citadina às 12:43
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Segunda-feira, 13 de Outubro de 2008

Um género de Nobel da Economia

Na minha (tendenciosamente neoliberal) faculdade nunca ninguém me explicou que o prémio geralmente conhecido por "Nobel da Economia" não é exactamente como os outros, ou seja, que se chama "The Sveriges Riksbank Prize in Economic Sciences in Memory of Alfred Nobel" e não "Nobel Prize in Economics", mas pelo menos tiveram o bom gosto de me fazer estudar Paul Krugman.

Esta foi a sua reacção à notícia :)

Buraco tapado por Citadina às 14:54
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Quarta-feira, 8 de Outubro de 2008

O Pós-Liberalismo

(via e-mail)

Buraco tapado por Citadina às 13:11
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