Numa altura em que a crise financeira mundial, que atravessa também a Europa da zona euro e a mergulha numa crise de identidade caracterizada, entre outras coisas, pela ausência de uma voz consensual comum, reconhecida e respeitada a nível internacional, pela forte retoma de políticas em que os interesses nacionalistas dos países se sobrepõem aos da União Europeia no seu conjunto, em que a crise da Grécia (e a ameaça de uma crise semelhante em Espanha, Portugal, etc.) faz vacilar toda a zona euro e preconiza o fracasso colectivo do projecto europeu, e em que o atraso na implementação de projectos agregadores e mobilizadores, nomeadamente o plano de resgate da Grécia, coloca em risco o futuro do euro, as questões que se nos colocam, abordadas tanto pelos partidos europeus de esquerda como pelos de direita são muitas e graves.
"Onde está o presidente do Conselho Europeu? O que está a fazer o presidente da Comissão? Existe um líder europeu para gerir a crise grega? Ou estão à espera de que o euro fracasse?", perguntava o deputado europeu francês Philippe Juvin, membro do partido UMP do presidente Sarkozy.
"Com a globalização, a questão é: o que resta do modelo europeu, do posicionamento da Europa na liderança mundial?", disse recentemente o secretário de Estado francês para a UE, Pierre Lellouche.
Daniel Cohn-Bendit, considera a gestão deste assunto catastrófica. Nascido em França mas de nacionalidade alemã desde os 14 anos, dirigente estudantil de extrema esquerda e figura emblemática no Maio de 68 em França, é, desde 1994, deputado europeu pelo partido ecologista alemão Die Grünen, co-presidente do Grupo dos Verdes /Aliança Livre Europeia alemão desde 2002, representante do Partido Verde Europeu desde 2004 e vice presidente do Movimento europeu – França desde 2007. Tendo passado na juventude pela Federação Anarquista e pelo Movimento Noir et Rouge, auto - intitula-se mais tarde de “liberal-libertário”. É dele o slogan do Movimento de Maio de 68 "Somos todos judeus alemães".
Oiçamos a sua intervenção, extremamente honesta e acutilante, neste vídeo em que analisa o papel da União Europeia relativamente à crise grega. “On est quand même complètement hypocrites!” diz ele. É tempo de fazermos uma introspecção rigorosa e de reflectirmos sobre as questões e desafios que se nos colocam, porque Cohn-Bendit tem toda a razão.
Depois de o neo-liberalismo selvagem ter provocado uma das mais terríveis crises financeiras e económicas globais de que há memória, ainda temos de viver numa Europa de direita?
Mas que merda, não?!
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