Já voltei de férias e do isolamento a que normalmente me voto quando as gozo nesta altura do ano. Já voltei há uma semana à rotina profissional e (virtual) social, mas no blog não se nota nada, pois não?
Agora imaginem a carga de trabalho que eu terei encontrado no escritório para ainda não ter conseguido escrever UM único post. Dizem que a produtividade é isto.
Falo de vós, estafermos, que vos dais ao trabalho de andar pela praia fora, quilómetros se preciso for, até ao reduto daqueles que não querem ser incomodados pelas vossas músicas, pelos vossos toques incessantes de telemóvel, pelas vossas conversas idiotas, pelos vossos cães a cagar-lhes e mijar-lhes no trajecto da toalha até ao mar, pelas vossas bolas de futebol e raquetes de madeira, pelas vossas canas de pesca e toda a parafernália que carregais com as vossas tristes existências veraneantes.
Dais-vos ao trabalho de vir tão longe para depois vos instalardes a dez metros de mim?! Sentis-vos sozinhos? Não vos digo para comprar um cão visto que já os tendes aos montes, mas digo-vos que vos fodeis e que fiqueis em casa para tal, ou então que andem mais cinquenta metros ou até que não consigais distinguir a cor do meu biquíni, devolvendo desse simpático modo o desprezo que vos voto. A praia é de todos o caralho. Este bocado é meu.
Há sempre uma primeira vez para tudo na vida e esta foi a primeira vez, em mais de nove anos de inúmeros e variadíssimos testes, que vi os olhos da Cosmo quase saltarem das órbitas ao provar uma certa iguaria picante, seguindo-se um ataque de tosse galopante que demorou a aliviar.
E se isto lhe aconteceu a ela, a rainha da resistência ao picante, criada no meio de especiarias infernais, a vocês, meu caros, não tenham dúvidas, a tal iguaria matava-vos.
A impala é o antílope mais comum no Kruger Park. Os grupos familiares têm normalmente vinte a trinta animais. A época de acasalamento é no Outono austral, ou seja, em Maio. Os jovens machos abandonam os seus grupos para definirem territórios próprios onde acasalarão com várias fêmeas. As crias nascem todas na mesma altura, dado que a época de acasalamento é só uma, o que providencia melhor defesa contra predadores. Os grupos alimentam-se por turnos, havendo sempre impalas de cabeça levantada perscrutando todas as direcções, alerta para possíveis perigos, enquanto outras estão de cabeça baixa alimentando-se de ervas junto ao chão.
Dizem que as suas listras são como as nossas impressões digitais: únicas.
Têm sempre um aspecto bem alimentado porque acumulam uma grande quantidade de gases que lhes avolumam o estômago.
Três dias no Kruger Park, África do Sul, onde à beira da estrada (chamemos-lhe assim) se vêem girafas mordiscando as copas das árvores, chitas passeando com lassidão, rinocerontes brancos encaracolando a cauda em sinal de desagrado pela nossa presença, leões observando-nos com interesse, babuínos catando-se, pitons africanas em busca da próxima refeição, águias imponentes sobrevoando a savana.
Por oposição a placards publicitários, sinalização de trânsito, lixo, postes de alta tensão, torres de telecomunicações, sirenes, excesso de gases carbónicos.
Um variação inesquecível.
As máscaras, os tubos, as barbatanas, o canivete suíço, a máquina fotográfica, as teleobjectivas, o tripé, o porta-moedas à prova de água onde também cabem notas, cartões e chaves, vários livros, guias de viagem.
Desde que isto me caiba na mala, tudo o resto pode ficar.
Barco Vai de Saída e outras canções que falam de viagens e de amores - Fausto ao vivo para vossas mercês, os estimados leitores, por ora feitos ouvintes.
O barco vai de saída
O barco vai de saída
Adeus ao cais de Alfama
Se agora vou de partida
Levo-te comigo ó cana verde
Lembra-te de mim ó meu amor
Lembra-te de mim nesta aventura
P'ra lá da loucura
P'ra lá do Equador
Ah mas que ingrata ventura
Bem me posso queixar
da Pátria a pouca fartura
Cheia de mágoas ai quebra-mar
Com tantos perigos ai minha vida
Com tantos medos e sobressaltos
Que eu já vou aos saltos
Que eu vou de fugida
Sem contar essa história escondida
Por servir de criado essa senhora
Serviu-se ela também tão sedutora
Foi pecado
Foi pecado
E foi pecado sim senhor
Que vida boa era a de Lisboa
Gingão de roda batida
corsário sem cruzado
ao som do baile mandado
em terra de pimenta e maravilha
com sonhos de prata e fantasia
com sonhos da cor do arco-íris
desvaira se os vires
desvairas magias
Já tenho a vela enfunada
marrano sem vergonha
judeu sem coisa nem fronha
vou de viagem ai que largada
só vejo cores ai que alegria
só vejo piratas e tesouros
são pratas, são ouros,
são noites, são dias
Vou no espantoso trono das águas
vou no tremendo assopro dos ventos
vou por cima dos meus pensamentos
arrepia
arrepia
e arrepia sim senhor
que vida boa era a de Lisboa
O mar das águas ardendo
o delírio do céu
a fúria do barlavento
arreia a vela e vai marujo ao leme
vira o barco e cai marujo ao mar
vira o barco na curva da morte
e olha a minha sorte
e olha o meu azar
e depois do barco virado
grandes urros e gritos
na salvação dos aflitos
estala, mata, agarra, ai quem me ajuda
reza, implora, escapa, ai que pagode
rezam tremem heróis e eunucos
são mouros são turcos
são mouros acode!
Aquilo é uma tempestade medonha
aquilo vai p'ra lá do que é eterno
aquilo era o retrato do inferno
vai ao fundo
vai ao fundo
e vai ao fundo sim senhor
que vida boa era a de Lisboa.
Foi Por Ela
Foi por ela que amanhã me vou embora
ontem mesmo hoje e sempre ainda agora
sempre o mesmo em frente ao mar também me cansa
diz Madrid, Paris, Bruxelas quem me alcança
em Lisboa fica o Tejo a ver navios
dos rossios de guitarras à janela
foi por ela que eu já danço a valsa em pontas
que eu passei das minhas contas foi por ela
Foi por ela que eu me enfeito de agasalhos
em vez daquela manga curta colorida
se vais sair minha nação dos cabeçalhos
ainda a tiritar de frio acometida
mas o calor que era dantes também farta
e esvai-se o tropical sentido na lapela
foi por ela que eu vesti fato e gravata
que o sol até nem me faz falta foi por ela
Foi por ela que eu passo coisas graves
e passei passando as passas dos Algarves
com tanto santo milagreiro todo o ano
foi por milagre que eu até nasci profano
e venho assim como um tritão subindo os rios
que dão forma como um Deus ao rosto dela
foi por ela que eu deixei de ser quem era
sem saber o que me espera foi por ela.
Letras de Fausto Bordalo Dias.
A gata voltou a não lavar a louça, como lhe tinha sido incumbido (Sim, louça, uma herança fonética da minha família do Porto. Ainda não consigo dizer loiça, passados trinta anos, acho que é de desistir...).
Além de não participar nas tarefas da casa, o felino faz questão de arranjar todos os dias umas novas para mim. Se não a escovo, limpo-lhe o vomitado, se a escovo... bom, escovo-a, é uma tarefa.
Gosta muito do meu sofá mas só quando eu estou lá sentada. Quando não estou (sequer em casa) gosta dos outros todos e eu sei isso porque eles agarram muito bem o pêlo dela.
Também gosta muito da minha cama, mas sabe bem que a cama não é só minha e a co-proprietária faz questão de a partilhar comigo em exclusividade (mesmo quando vive num outro quarto do oposto hemisfério, com vista para o Índico). Por isso contenta-se com os sofás e os tapetes, em recorrentes e energéticas crises de alopecia.
Considera tudo seu e eu, desterrada emocional, não tenho forças nem vontade de contestar. Que tenha bom proveito. Eu vou de férias. Volto no dia 16. E nessa altura limpo a casa.
Hoje o despertador voltou a tocar àquela hora fatídica que me estremece e violenta grande parte do ano e me impele para o alto e para fora.
No entanto, esta manhã já estava à espera do nervoso ruído, com os sentidos alerta para a mudança, e não foi com surpresa nem sobressalto que ouvi troar o som da desarmonia.
Talvez pela ausência do imprevisto e pela novidade que isso trouxe, fiz todo o caminho para o trabalho mergulhada num transe sonhador, na esperança que mais coisas diferentes me acontecessem: que a entrada do Metro tivesse fugido da praceta, por exemplo, ou, na carência desse excepcional, que as carruagens se deslocassem de pernas para o ar na abóbada do túnel, atribuindo um novo sentido às pegas de halterofilista que assim passariam a ser "foot-straps" das pranchas de windsurf de várias comitivas olímpicas com destino a Pequim através do Combóio Expresso Especial do Centro da Terra.
Mas não. A viagem decorreu sem pinos e a boca do Metro no destino continuava a exalar o habitual bafo ventoso e sujo, e ao cimo da rua os homens da segurança do Primeiro Ministro mantinham a sentinela engravatada e os mesmos rostos duros de sempre (só o polícia é que muda).
Fui beber uma garrafa de leite com chocolate antes de subir ao posto e não é que aumentou dez cêntimos?! Uma porra, vos digo, só compensada pelo novo portátil que tinha à espera na minha secretária sem sequer ter tido que o mendigar.
Em suma: voltei e a minha rotina ainda cá está.
O cérebro faz parte do corpo e persiste em não ser ostracizado nesta quadra de descanso. Se, por vezes, ainda se entrevê uma luzinha de alarme sinalizando um resquício de culpa por me passarem tão ao lado a guerra na Geórgia, o tiroteio do BES, o que se passa com nossos (e os outros) nos Jogos Olímpicos de Pequim e tudo o mais que acontece fora deste canto esquecido (e sem televisão) onde me vim meter, a verdade é que me fundi na massa autóctone que, há muito abandonada, também abandonou o mundo e, assim, a única coisa que não me passa ao lado agora é a hora do mosquito.
Esse é o ano que divide hoje a minha vida ao meio. Pequeno riddle matemático à parte, lembrei-me dele por causa do dia quente que está e porque não tinha consciência, nesse Verão, de que iria ser o último daquela espécie. A espécie de Verões cujos três meses se passam integramente em férias.
Agora olho da janela do meu escritório para o azul cálido do céu e constato que aquela memória sensitiva da atmosfera estival é apenas isso, um marco no tempo, uma saudade em total desarmonia com o desconforto que me provoca o frio do ar condicionado aqui dentro.
Isso ficou para trás. É definitivo. Isso e várias outras sensações, outros confortos alheados. A partir de 1990 a minha vida complicou-se consideravelmente em mais do que um aspecto. 1990 é o ano em que me tornei imputável por uma data de coisas. E foi o último Verão em que experimentei a sensação magnífica de não ter de fazer um corno estando a não fazer um corno, não me sentindo minimamente culpada por não fazer um corno e mesmo sem me ocorrerem quaisquer pensamentos angustiados sobre o que deveria estar a fazer em vez de não estar a fazer um corno. Isso acabou, e a prova irrefutável é que o telefone em cima da minha secretária, em plena silly season, não pára de tocar.
Não estranheis mas este blog não vai estar assim muito activo na próxima semana, quando se andarem para aí a comemorar os dias de Portugal, de Camões, das Comunidades e de Santo António de Lisboa.
Na verdade o blog vai estar completamente morto, mas depois promete fazer aquele truque do JC e voltar numa manhã soalheira.
Se entretanto não tiverdes mesmo mais nada que fazer do que vir para aqui cirandar, sempre vos podéis entreter a contar as sílabas métricas destas estrofes que vos deixo, ou a a ler, simplesmente, para saberdes, da próxima vez que aludais ao personagem em causa, do que estais a falar:
Canto IV – Episódio O Velho do Restelo
90
"Qual vai dizendo: —" Ó filho, a quem eu tinha
Só para refrigério, e doce amparo
Desta cansada já velhice minha,
Que em choro acabará, penoso e amaro,
Por que me deixas, mísera e mesquinha?
Por que de mim te vás, ó filho caro,
A fazer o funéreo enterramento,
Onde sejas de peixes mantimento!" —
91
"Qual em cabelo: —"Ó doce e amado esposo,
Sem quem não quis Amor que viver possa,
Por que is aventurar ao mar iroso
Essa vida que é minha, e não é vossa?
Como por um caminho duvidoso
Vos esquece a afeição tão doce nossa?
Nosso amor, nosso vão contentamento
Quereis que com as velas leve o vento?" —
92
"Nestas e outras palavras que diziam
De amor e de piedosa humanidade,
Os velhos e os meninos os seguiam,
Em quem menos esforço põe a idade.
Os montes de mais perto respondiam,
Quase movidos de alta piedade;
A branca areia as lágrimas banhavam,
Que em multidão com elas se igualavam.
93
"Nós outros sem a vista alevantarmos
Nem a mãe, nem a esposa, neste estado,
Por nos não magoarmos, ou mudarmos
Do propósito firme começado,
Determinei de assim nos embarcarmos
Sem o despedimento costumado,
Que, posto que é de amor usança boa,
A quem se aparta, ou fica, mais magoa.
94
(O Velho do Restelo)
"Mas um velho d'aspeito venerando,
Que ficava nas praias, entre a gente,
Postos em nós os olhos, meneando
Três vezes a cabeça, descontente,
A voz pesada um pouco alevantando,
Que nós no mar ouvimos claramente,
C'um saber só de experiências feito,
Tais palavras tirou do experto peito:
95
—"Ó glória de mandar! Ó vã cobiça
Desta vaidade, a quem chamamos Fama!
Ó fraudulento gosto, que se atiça
C'uma aura popular, que honra se chama!
Que castigo tamanho e que justiça
Fazes no peito vão que muito te ama!
Que mortes, que perigos, que tormentas,
Que crueldades neles experimentas!
96
— "Dura inquietação d'alma e da vida,
Fonte de desamparos e adultérios,
Sagaz consumidora conhecida
De fazendas, de reinos e de impérios:
Chamam-te ilustre, chamam-te subida,
Sendo dina de infames vitupérios;
Chamam-te Fama e Glória soberana,
Nomes com quem se o povo néscio engana!
97
—"A que novos desastres determinas
De levar estes reinos e esta gente?
Que perigos, que mortes lhe destinas
Debaixo dalgum nome preminente?
Que promessas de reinos, e de minas
D'ouro, que lhe farás tão facilmente?
Que famas lhe prometerás? que histórias?
Que triunfos, que palmas, que vitórias?
98
— "Mas ó tu, geração daquele insano,
Cujo pecado e desobediência,
Não somente do reino soberano
Te pôs neste desterro e triste ausência,
Mas inda doutro estado mais que humano
Da quieta e da simples inocência,
Idade d'ouro, tanto te privou,
Que na de ferro e d'armas te deitou:
99
— "Já que nesta gostosa vaidade
Tanto enlevas a leve fantasia,
Já que à bruta crueza e feridade
Puseste nome esforço e valentia,
Já que prezas em tanta quantidades
O desprezo da vida, que devia
De ser sempre estimada, pois que já
Temeu tanto perdê-la quem a dá:
100
— "Não tens junto contigo o Ismaelita,
Com quem sempre terás guerras sobejas?
Não segue ele do Arábio a lei maldita,
Se tu pela de Cristo só pelejas?
Não tem cidades mil, terra infinita,
Se terras e riqueza mais desejas?
Não é ele por armas esforçado,
Se queres por vitórias ser louvado?
101
— "Deixas criar às portas o inimigo,
Por ires buscar outro de tão longe,
Por quem se despovoe o Reino antigo,
Se enfraqueça e se vá deitando a longe?
Buscas o incerto e incógnito perigo
Por que a fama te exalte e te lisonge,
Chamando-te senhor, com larga cópia,
Da Índia, Pérsia, Arábia e de Etiópia?
102
— "Ó maldito o primeiro que no mundo
Nas ondas velas pôs em seco lenho,
Dino da eterna pena do profundo,
Se é justa a justa lei, que sigo e tenho!
Nunca juízo algum alto e profundo,
Nem cítara sonora, ou vivo engenho,
Te dê por isso fama nem memória,
Mas contigo se acabe o nome e glória.
103
— "Trouxe o filho de Jápeto do Céu
O fogo que ajuntou ao peito humano,
Fogo que o mundo em armas acendeu
Em mortes, em desonras (grande engano).
Quanto melhor nos fora, Prometeu,
E quanto para o mundo menos dano,
Que a tua estátua ilustre não tivera
Fogo de altos desejos, que a movera!
104
— "Não cometera o moço miserando
O carro alto do pai, nem o ar vazio
O grande Arquiteto co'o filho, dando
Um, nome ao mar, e o outro, fama ao rio.
Nenhum cometimento alto e nefando,
Por fogo, ferro, água, calma e frio,
Deixa intentado a humana geração.
Mísera sorte, estranha condição!" —
in "Os Lusíadas", Luís Vaz de Camões
Pronto. Dividam tudo em métrica clássica e métrica medieval e depois mandem para o meu e-mail.
Ou digam lá se não é afinal sábio o Velho, cuja má fama (desinformada) de retrógrado foi espalhada pela ignorância e pelo pedantismo político.
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