Há três anos foi a Duca que me desafiou a ir à Lesboa, "uma coisa nova" que surgia no cenário do entretenimento LGBT da cidade. Desde então, são raras as edições do evento que tenho perdido, evento esse que conquistou por mérito próprio um lugar incontornável como "happening" LGBT de Lisboa.
Hoje a Lesboa já não é uma "coisa nova", mas continua a ser uma coisa boa. Parabéns.
Infelizmente, José Mourinho não chegou ontem a Lisboa ao mesmo tempo que o menino guerreiro dava a sua entrevista televisiva de "I'm back like a nightmare", nem o realizador do noticiário em causa encontrou outro pretexto igualmente relevante para a interromper. Espero que ao menos tenha procurado.
Aproveiro para reproduzir aqui um excerto de um texto do Ricardo Santos Pinto, publicado no Aventar há uns dias, que era muito importante que TODA a gente lesse:
"(...) Pela primeira vez desde que existe a Marcha, tenho uma filha. E foi então que me ocorreu a seguinte pergunta: devem as famílias heterossexuais participar no evento e levar os seus filhos?
A resposta, como é óbvio, tem de ser positiva. Por várias razões: em primeiro lugar, de forma mais geral, por uma questão de solidariedade para todos aqueles que se vêem na necessidade de mostrar que são iguais aos outros e que reivindicam essa mesma igualdade na lei. De forma mais específica, penso que a formação de uma criança deve incluir o contacto com pessoas que pensam de forma diferente daquelas que normalmente a rodeiam. «Abrir os olhos» para outras realidades, aprender desde cedo a conviver com as diferenças, saber que gostar de pessoas do mesmo sexo é a coisa mais natural do mundo. Ganhar instrumentos para pensar com a própria cabeça quando for grande e ser a favor, se isso corresponder à sua consciência, do casamento gay» ou da adopção de crianças por casais do mesmo sexo.
Não é por isso, descansem os críticos, que ela será mais ou menos heterossexual. (...)"
Porque várias coisas se meteram no meio (eleições, destaques do Sapo, férias...) e porque o (meu) tempo não estica, ainda não tinha falado aqui sobre um ponto alto de um fim de semana (ultra)passado, que foi o jantar da blogosfera LGBT, organizado pelos meninos do Devaneios LGBT e gentilmente apoiado pela ILGA Portugal, que cedeu o espaço.
O convívio foi fantástico e o mais interessante foi ver os nicks ganharem rosto, claro. Mas ainda há uma nota extremamente positiva a fazer e que me tocou muito: terem comparecido vários bloggers heterossexuais, rejeitando-se assim uma postura de gueto e transformando a iniciativa numa reunião abrangente e, como tal, muito mais rica.
Venham mais iniciativas destas!
"Alexandra Lencastre, Alexandre Quintanilha, Ana Bola, Ana Catarina Mendes, Ana Drago, Ana Gomes, Ana Marques, Ana Salazar, Ana Sara Brito, Ana Vicente, Ana Zanatti, Anabela Mota Ribeiro, Anália Torres, André Freire, António Avelãs, António Costa, António Marinho Pinto, António Pinto Ribeiro, Astrid Werdnig.
Bárbara Bulhosa, Bernardo Sassetti, Boaventura de Sousa Santos, Bruno Nogueira, Carlos Fiolhais, Carlos Poiares, Catarina Furtado, Catarina Portas, Clara Ferreira Alves, Dalila Carmo, Dalila Rodrigues, Daniel Oliveira, Daniel Sampaio, Daniela Ruah, David Fonseca, Delfim Sardo, Desidério Murcho, Diana Andringa, Diogo Infante, Duarte Cordeiro, Edite Estrela, Edgar Taborda Lopes, Eduarda Abbondanza, Eduardo Dâmaso, Eduardo Pitta, Eurico Reis.
Fátima Bonifácio, Fátima Lopes, Fernanda Fragateiro, Fernanda Lapa, Fernando Alvim, Fernando Rosas, Fernando Pinto do Amaral, Francisco George, Francisco Teixeira da Mota, Gabriela Moita, Gonçalo M Tavares, Graça Morais, Guta Moura Guedes, Helena Pinto, Helena Roseta, Heloísa Apolónia, Heloísa Santos, Henrique de Barros, Herman José.
Inês Castelo-Branco, Inês de Medeiros, Inês Pedrosa, Irene Pimentel, Isabel do Carmo, Isabel Mayer Moreira, Jamila Madeira, João Gil, João Luís Carrilho da Graça, João Salaviza, José Diogo Quintela, José João Zoio, José Luís Peixoto, José Manuel Pureza, José Maria Vieira Mendes, José Mário Branco, José Saramago, José Wallenstein, Julião Sarmento, Júlio Machado Vaz, Lena Aires, Leonor Xavier, Lídia Jorge, Lígia Amâncio, Lili Caneças, Luís Capoulas Santos, Luís Eloy, Luís Fazenda, Luís Filipe Costa, Luís Miguel Viana, Luís Osório, Mafalda Ivo Cruz, Manuel Graça Dias, Manuel Hermida, Marco Delgado, Margarida Gaspar de Matos, Margarida Vila-Nova, Maria João Luís, Maria João Seixas, Maria Isabel Barreno, Maria Rueff, Maria Velho da Costa, Marta Crawford, Marta Rebelo, Merche Romero.
Miguel Lobo Antunes, Miguel Portas, Miguel Sousa Tavares, Miguel Vale de Almeida, Nuno Artur Silva, Nuno Costa Santos, Nuno Galopim, Nuno Lopes, Nuno Markl, Odete Santos, Patrícia Vasconcelos, Paula Lobo Antunes, Paula Neves, Paulo Baldaia, Paulo Pena, Paulo Pires, Paulo Trezentos, Pedro Calapez, Pedro Marques Lopes, Pedro Nuno Santos, Pêpê Rapazote, Piet Hein Bakker, Ricardo Araújo Pereira, Ricardo Pais, Richard Zimler, Rosa Mota, Rui Cardoso Martins, Rui Pena Pires, Rui Reininho, Rui Rangel, Rui Tavares, Rui Zink, Sérgio Godinho, Sérgio Trefaut, Solange F., Sofia Aparício, Soraia Chaves, Teresa Beleza, Teresa Guilherme, Vasco Rato, Vera Mantero, Vital Moreira, Wanda Stuart, Xana, Zé Pedro.
(Estes são alguns dos mais de 800 900 subscritores do Movimento pela Igualdade e do respectivo manifesto a favor do casamento civil das pessoas do mesmo sexo, um movimento da sociedade civil que será lançado no domingo, dia 31, às 16.00, no Cinema São Jorge, em Lisboa. Mova-se também.)"
No Jugular e no DN, pela Fernanda Câncio.
Eu e a Cosmo também somos subscritoras e eu estarei no Domingo, no Cinema São Jorge em Lisboa, para assistir à apresentação formal do MPI.
A Lesboa Party decidiu, ou assim parece, "saltar" por cima do habitual balanço da festa (de fim de ano) e já está a anunciar a edição de Carnaval.
Boas notícias. Ainda bem que conseguiram aguentar o rombo. E a grande vantagem dos erros é o que muito se aprende com eles.
Quanto ao "esquecido" balanço, em boa verdade ele já tinha sido feito, não lá, mas aqui, portanto agora é passar à frente.
As anteriores edições de Carnaval foram felizes, com destaque para a primeira. Como eu já referi aqui, é mais difícil manter a qualidade que criá-la. Criar qualidade gera expectativas e a gestão destas não é tarefa fácil. Será até, porventura, um desafio só ao alcance dos melhores. É o que desejo que sejam.
As festas terminaram com a pouco concorrida Lesboa Party Passagem de Ano 2008/09 Gold Edition 2.0.
Esta foi, porventura a melhor produção de sempre. Estava simplesmente impecável. Temos de exceptuar aqui a música, que, ao contrário do que é costume, não estava nada de especial. Mas de resto, impressionantemente bom!
Então porque é que a festa foi um fracasso, perguntam vocês? Eu só vejo uma hipótese: o preço dos bilhetes. Sinceramente, nós também não teríamos tido possibilidade de ir se não tivéssemos convites. As entradas eram, em duas palavras, demasiado caras. Poder-se-á sempre contra-argumentar dizendo que as nossas eram circunstâncias particulares, mas será mesmo? Terá sido 2008 um ano financeiramente mau só para mim e para a Cosmo? Sabemos que não. A conjuntura económica prejudicou as intenções de muita gente, tenho a certeza, e estou convencida de que a história teria sido outra se o custo fosse ao nível do que se praticou aqui (aliás, várias fontes nos disseram que a Maria Lisboa estava a abarrotar de gente na passagem de ano).
Assim, a organização da Lesboa deve ter tido um rombo financeiro maior que o do casco do Titanic.
Era possível ter feito uma produção daquelas sem cobrar tanto dinheiro à entrada? Claro que sim! A prova cabal é o facto de a festa se ter realizado. Contar com ovos tão dourados ainda dentro do ânus da galinha é que foi um risco muito mal calculado. Uns ovinhos de prata tinham atraído muito mais gente (ia dizer galinhas, sim, mas contive-me a tempo).
Agora (de novo) a sério, espero francamente que isso não comprometa a continuidade do evento, a Lesboa não merece morrer desta forma. Além dos aspectos relacionados com a viabilidade económica do evento, nunca é demais sublinhar a componente de serviço público ao universo LGBTQ português que a Lesboa tem e presta.
Quanto a quem lá esteve, usufruir de tudo aquilo sem muita azáfama e confusão não terá sido nada mau. Para nós foi óptimo, com o bónus de termos conhecido pessoalmente as simpáticas autoras dos blogs Estrelaminha, ViagemLes e Troca&Tintas.
Um Feliz Ano Novo a@s leitor@s do Azinhaga em particular e aos blogueiros deste país em geral!
Se este fosse um blog politica ou socialmente correcto eu escreveria agora aqui umas ideiazinhas soft para enterrar de vez o assunto do Natal mas, em vez disso, vou reiterar, para que não se esqueçam daquilo que é a realidade, que o Natal como o conhecemos, na prática, não passa de uma cagada malcheirosa em três actos.
Festa da família o caralho. Se fosse festa da família, a família TODA participava, a família TODA ajudava. Assim, é só a festa que alguns escravos preparam para uns quantos lordes, que se limitam a sentar-se à mesa a enfardar e a estender o braço para receber prendas, deixando bem claro que não lhes dá absolutamente prazer nenhum estar com a parte escrava da família, para já não falar em colaborar.
E posto isto, eu estou em greve. Não faço mais nada, não organizo mais nada, não cozinho mais nada, não convido mais ninguém lá para casa. Provavelmente vou engolir estas palavras dentro de dois dias apenas mas, até lá, bato no peito como um gorila. Não interessa. Não faço mais nada.
E vou, vejam bem, a uma festa!! Finalmente esta que vos serve vai divertir-se, numa festa que alguém, que não eu, organizou. Uma festa que vai ter música para eu dançar e, com sorte, até um belos pares de mamas, aconchegados por indumentárias elegantes, para eu admirar e ser infiel em pensamento. Por acaso eu sei que a minha mulher (e o resto da Humanidade) pensa exactamente da mesma maneira por isso poupem-me e deixem lá de se armar em virtuos@s, foda-se para as moralidades, caralho, estou farta.
Mal educada? Mal educada uma merda. Eu pelo menos utilizo os palavrões com propriedade e relevância. E elegância, às vezes, sim, sim, elegância. E muita graça, claro.
Bom, mas isto não é sobre de que é que eu estou farta (embora engane os mais distraídos, tenho consciência) , é sim sobre a festa a que eu vou e que não tenho de organizar. É só pagar e entrar. Nem isso, porque me convidaram, muito simpáticas, as moças (nota mental para depois não vir aqui desancar naquilo, mesmo que seja um nojo, as casas de banho já sei que vão ser mas pronto, não fica bem dizer mal depois de me empanturrar à borla e além disso há sempre a mata, que cheira melhor).
Os lisboetas que queiram tentar recrutar uma lésbica para o menáge à trois (já repararam que "trois" um bocado invertido fica "trios", ah, ah, ah, esta foi boa) que prometeram ao cônjuge como prenda de Natal são muito bem vindos, nós gostamos de vos observar e gozar convosco.
De fora de Lisboa, só as gajas são bem vindas, e lésbicas de preferência. Ou não, Pensando bem, as outras também podem vir. É, venham, venham.
E o que era mais? Era só isso. Eu vou lá estar, e gira, muito gira, e muito bêbeda também, como é costume, afinal esta merda é uma festa ou é uma missa? Acontece que eu sei beber, ninguém nota a não ser por um assinalável incremento qualitativo do meu sentido de humor, pelo menos enquanto se conseguir perceber aquilo que eu digo. Depois disso, farei palhaçadas gestuais igualmente engraçadas.
A ver mas é se não perco o fogo de artifício, que dali de cima deve ser muito romântico.
Alegrem-se, desta vez ainda não é a sério.
A confirmar-se o que se adianta aqui, ou seja, que a próxima Lesboa está prevista para a noite de Ano Novo, parece-me uma excelente ideia.
Em honra do futuro chumbo parlamentar do próximo dia 10 de Outubro, uma possível leitura política para dress-code branco é haver muita gente que se quer casar e não pode, embora a cor da virgindade ali, seja simbólica, mesmo SÓ simbólica...
Por mim espero que a festa se cubra de todo o espectro de tonalidades e brilho porque a Lesboa está, mais uma vez, de parabéns!
É já na próxima 6ª feira, no belíssimo Pavilhão de Exposições do ISA.
Nesse dia acordei às duas da tarde, quando a minha mãe chegou a casa do trabalho. Estava de férias e tinha dezasseis anos. Ela disse-me o que tinha acontecido. Fiquei ali especada, de pijama, a tentar absorver a notícia. Tinha passado esse ano escolar de 87/88 a apaixonar-me por Lisboa, a explorá-la. Lisboa foi a primeira cidade que identifiquei como minha porque ninguém ma impôs como tal, eu é que a quis. Não a herdei, ela não é a cidade dos meus pais. Não nasci cá, mas passei aqui a maior parte da minha vida. Ninguém me levou pela mão a conhecê-la. Fui eu que fiz isso sozinha, quando tinha quinze anos e saí de uma escola dos subúrbios para frequentar o Liceu Pedro Nunes.
Naquele dia de Agosto de 1988, ao ver pela televisão a Baixa ardida, mirrada, destruída, experimentei, chocada, uma nova noção de perda, a perda de identidade cultural.
(imagem roubada aqui)
Os bares dos amigos são, à partida, melhores que os outros nem que seja só porque lá toda a gente sabe o nosso nome, como ilustrava aquela velhinha série televisiva.
A Cátia e a Rita não são nossas amigas íntimas. Mas a Cátia e a Rita (e a Mónica e o Lino) recebem-nos no seu bar com um sorriso aberto e um contentamento genuíno e, sim, tratam-nos pelo nosso nome. E sendo assim, porque não falar em amizade?!
Estes quatro cavaleiros de noites apocalípticas embarcaram na aventura de (man)ter um bar no Bairro Alto que não seja só mais um investimento comercial, e que seja, em vez disso, um compromisso pessoal e um projecto de vida. Especulo, claro, em relação às suas apostas e aspirações, mas arrisco fazê-lo por sentir que não ando muito longe da verdade.
Mas fingindo que não os conheço mesmo e que me são indiferentes o calor e o sorriso com que nos recebem, e aplicando toda a objectividade na crítica, assumo que o entusiasmo me invadiu assim que entrei e me apercebi que é permitido fumar no interior. E nem se nota, vos garanto, graças a um eficiente sistema de extracção de fumos.
A ampla porta aberta ajuda, claro, mas, mais do que isso, ela é a metáfora perfeita da noção de que se é bem-vindo e do acolhimento como estandarte de um espaço de convívio.
A decoração é bem conseguida: de um lado, dois grandes nichos rectangulares, harmoniosamente iluminados rasgam a parede branca com linhas elegantes e alojam os fluídos engarrafados que aguçam o apetite da nossa ebriedade.
Do outro, uma combinação de espaços estilizados: um canto molemente sentado para maior recato, uma parede feérica de pele vermelha, a saída discreta para os lavabos.
Ao fundo, uma pequena pista de dança termina numa parede padronizada com figuras heráldicas. Ao meio, no lugar de honra, estende-se o balcão e as cadeiras altas e tudo isto é coroado pelos arcos de pedra da casa original, que foram mantidos.
Dentro do Salto Alto, a principal sensação com que se fica é de que é fácil a circulação e prazeirosa a permanência. O alto pé-direito consubstancia uma atmosfera respirável e uma impressão de amplitude num espaço que, bem vistas as coisas, não é propriamente enorme. Um paradoxo feliz, portanto.
A música é excelente! O critério na escolha não é de sofisticação nem vanguardismo e, felizmente, também não é dado a new waves nem budhas! Creio que é simplemente um critério de familiaridade, de identificação pessoal, de saudosismo talvez, mas o resultado musical é entusiasmante como, de resto, convém a qualquer bar.
E então, vemo-nos por lá um dia destes?
Salto Alto - Rua da Rosa, 159 - Bairro Alto - Lisboa
Andei, na Internet, à procura de reacções à Marcha do Orgulho LGBT 2008 e Arraial Pride de Lisboa.
Não encontrei nada extremamente interessante, devo dizer, pelo menos nada que fosse além das etiquetas "marco histórico", "visibilidade" e "festa". Talvez ainda seja muito cedo (ainda não passaram dois dias) ou talvez o evento se tenha resumido - sem subestimações implícitas, uma vez que as referidas qualificações não deixam de ter o seu valor - a isso mesmo.
No entanto, inclino-me a julgar que os debates mais empolgantes sobre o tema se dão a um nível com uma visibilidade porventura menos imediata, mas que a mereciam toda.
É o caso das reflexões consignadas neste texto assinado por Sérgio Vitorino, que originaram esta reacção analítica e construtiva de Miguel Vale de Almeida.
Qualquer dos textos é um marco no pensamento filosófico, antropológico e social sobre a temática LGBT em Portugal e dão-nos, ambos, a oportunidade rara de "beber" do confronto de ideias de dois dos mais importantes activistas portugueses pelos direitos LGBT.
Adendas:
Há aqui um texto que apresenta uma interessante prespectiva sobre os slogans da Marcha, com a qual, aliás, eu estou plenamente de acordo.
E para este post vai o primeiro prémio na categoria "nota de humor" (via Da Literatura).
O bom: a música. Nunca esteve tão boa, que eu me lembre. Acertaram em cheio, cá para os meus gostos, parabéns!
O mau: as casas de banho químicas. Ou deveria dizer as casas de banho radioactivas? O que é aquilo, minha gente?! Antes a mata que tal sorte, a sério, sempre é mais arejada e até estava um luar inspirador. De resto não houve nada verdadeiramente mau, pelo menos para quem tenha sentido de humor.
O cómico: aqui a lista é extensa. Entrava-se desde logo para um picadeiro imenso e subaproveitado mas isso, tenho a certeza, deveu-se a problemas de agenda dos foliões de Pamplona que ainda estariam a recuperar das largadas de touros deste ano, mas o lugar tinha potencial para correrias bem velozes na tentativa de salvar a vida.
Quanto a actividades mais íntimas, como é óbvio faltaram uns arbustos. Com um frio assinalável e um descampado daqueles aposto que ninguém conseguiu encontrar um lugar suficientemente acolhedor dentro do recinto para ser apanhado com a boca na botija, o que retira sempre uma certa emoção a estas reuniões. E assunto para falar no dia seguinte, como é?!
A barraca transparente poupava na sinaléctica, via-se perfeitamente da Praça do Comércio que a festa era ali. Aliás, caso um cigarro tivesse acidentalmente entrado em contacto com alguma das "paredes", tenho a certeza que se veria muito bem do Cabo Espichel, numa alegre antecipação das fogueiras de S. João e Deus sabe como tinha sabido bem algum calorzinho naquela noite fria.
Algum parolo com necessidades extremas de atenção foi de limousine branca de dez metros alugada, mas ainda bem porque nestes sítios é sempre bom ter alguém com quem gozar e é muito útil como assunto para meter conversa com desconhecidos, para quebrar o gelo, encetar engates e essas coisas. Um verdadeiro serviço público.
Os tapetes que pediram emprestados ao Circo Cardinalli foram muito úteis como "lama free zone" para as parvas que resolveram levar sapatos bons em geral e saltos altos em particular.
Em suma: diverti-me muito. Foi, de facto, a Lesboa mais cómica jamais organizada. O que prova que é quando a organização mais se esforça por não ser levada a sério que melhor consegue divertir o público da festa. É uma estratégia de sucesso tão legítima como outra qualquer, minha gente!
(Foto roubada aqui).
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