Ontem o meu chefe, e gosto de me referir a ele como "chefe" por essa ser uma das palavras porventura mais desprestigiantes no dicionário de Língua Portuguesa, chamou-me "filha".
"Pois é, filha, mas blá, blá, blá..." foi como tentou desacreditar a minha opinião técnica. De notar que também se refere a uma outra mulher hierarquicamente superior e que é da idade dele, cerca de cinquenta e poucos anos, como "a rapariga". De notar também que nunca lhe passaria pela cabeça tratar algum colega meu do sexo masculino por "filho" ou admitir que alguém se referisse a ele próprio como "o rapaz".
Na fracção de segundo imediata deve ter sentido o meu olhar gélido porque se apressou a emendar com um ainda pior "Filha, salvo seja!" sem me conseguir olhar de frente mas forçando o sorriso numa tentativa patética de tornar o ambiente mais leve.
Enfim, o que fazer, o que dizer? Livrou-se de um ácido "Não sou sua filha, nem sequer da sua família." porque, pelo meu lado, também sou a calculista que neste momento está interessada em que ele me pague o mestrado sem muitas ondas. E porque não tive tempo de dizer nada antes da emenda.
Mas é assim o mercantilismo das relações laborais: aturar tratamentos demeritórios em troca de (alguma) estabilidade financeira. O respeito e a consideração já não têm lugar.
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