Seguimos esta série cá em casa e, de episódio para episódio, maior é a minha aversão ao Dr. House. Poucas vezes me foi dado ver uma pessoa que se distinguisse tanto pela negativa e que tivesse, simultaneamente, tanto e tão inexplicável êxito. É verdade que esse sucesso tem a ver também com toda a equipa. Os actores principais, Lisa Cuddy (Lisa Edelstein), Eric Foreman (Omar Epps), James Wilson (Robert Sean Leonard), Allison Cameron (Jennifer Morrison), Robert Chase (Jesse Spencer), e em papeis secundários, Thirteen (Olivia Wilde), Chris Taube (Peter Jacobson) e Lawrence Kutner (Kal Penn), desempenham na perfeição o seu papel.
Dr. House, o personagem brilhantemente interpretado por Hugh Laurie, como pessoa é absolutamente asqueroso. É um manipulador nato, um ditador desumano e esclavagista, crápula, mentiroso, arrogante, intrusivo, abusador, chantagista, obsceno a nível sexual, intolerável enquanto chefe ou subordinado. Mistura de forma inaceitável e abusiva a vida profissional e pessoal, sua e da sua equipa ou chefias, com a vida profissional e pessoal de todos.
A sua genialidade, enquanto médico especializado em diagnósticos, deixa muito a desejar, pelo menos a mim que não sou médica. Se fossemos ver o custo dos meios de diagnóstico que ele utiliza por paciente, então a medicina teria, de facto, um custo socialmente insuportável. Sobretudo num país como os EUA em que estar doente é um luxo a que poucos se podem permitir.
Gostaria de ver um médico assim, a ter de fazer diagnósticos sem meios para o fazer, como acontece em muitos países do mundo. Aí sim, se mantivesse a genialidade, poderia perdoar-se-lhe algumas das suas fraquezas de carácter. Mas hélàs, o mundo está cheio de Dr. Houses que têm a visibilidade e o poder que têm, porque todos nós lhes damos créditos, elogiando-os e dando-lhes tempo de antena.
Está para aqui uma pessoa a tentar por todos os meios possíveis e imaginários arranjar distracções para não enfrentar a realidade catastrófica de que está irremediavelmente atrasada em todas as matérias de todas as cadeiras sem a mínima possibilidade de recuperação em tempo útil, virando ostensivamente as costas à evidência do retumbante falhanço anunciado, e o que é que a televisão está a dar? Ora bem, na RTP1, uma coisa chamada Programa das Festas, que consiste em actuações de folclore (sim, ainda por cima cantadas) intercaladas por caras jurássicas do audiovisual (sim, o Júlio Isidro) a alardear as maravilhas da Feira Gastronómica de Santarém, enquanto a próxima artista faz os últimos preparativos para nos maravilhar com os seus talentos (ela acha que sim) de karaoke. Na RTP2 qualquer coisa com barcos à vela e seus skippers a explicar porque não ganharam a especial da regata de não sei quê, não sei onde, culpando invariavelmente as condições meteorológicas que por alma do diabo parecem nunca ser as mesmas para todos naquele percurso. Na SIC, ai, até tenho medo de mudar... os Ídolos!!!! Foda-se! Na TVI um filme que se chama "O Rei Escorpião", protagonizado por primatas boçais que ingerem hormonas em excesso e/ou têm uma higiene dentária deficiente, mas que manejam com admirável destreza espadas, machados, bestas, arcos e flechas. Todos querem ser um "rei lendário" mas só um - o que lava os dentes - vai conseguir. Coitadas das pessoas que não têm mais canais. Mas eu tenho.
Curiosamente bastaram estes quatro para recuperar o alento de ir estudar, afinal as matérias não podem ser assim tão más, verdade?
Voltarei, no entanto, e se calhar já daqui a dez minutos, por força das circunstâncias, a este assunto, com outros promissores canais como, sei lá, assim de repente, só para aguçar o apetite do leitor, a SIC Mulher.
(via Spectrum)
Leia isto.
Interrompo as minhas férias de blog para escrever este post na necessidade de registar a primeira vez que o Rui Reininho me fez rir à gargalhada (sem ser das letras das canções dele) quando confessou, num programa televisivo chamado "Dá-me música" (nem vou explicar porque é que estou a ver isto, para quê, estou de férias, posso tudo), que durante anos pensou que aquele verso da letra dos Xutos e Pontapés "um pouco de fé" era "um porco de pé".
Faz sentido (desta vez não só para ele).
A carga pronta metida nos contentores
Adeus aos meus amores que me vou
P'ra outro mundo
É uma escolha que se faz
O passado foi lá atrás
(...)
É a escolha que se faz
O passado foi lá atrás
E nasce de novo o dia
Nesta nave de Noé
Um pouco de fé.
Bendita RTP Memória por oferecer estas reminiscências felizes e uma música que não me vai sair da cabeça o fim de semana todo.
Abro a televisão para ver o telejornal e nem acredito nos meus olhos e ouvidos! Está há 15 minutos a dar na RTP África a recepção de Cristiano Ronaldo no estádio do Real Madrid...
Que raio, eu não gosto de futebol e, mesmo que gostasse, neste tempo de crise o que menos interessa é o Cristiano Ronaldo! Mas o povo gosta de circo, este fá-lo esquecer-se do que verdadeiramente importa.
E como é fácil alienar a malta! Que tristeza!
Infelizmente, José Mourinho não chegou ontem a Lisboa ao mesmo tempo que o menino guerreiro dava a sua entrevista televisiva de "I'm back like a nightmare", nem o realizador do noticiário em causa encontrou outro pretexto igualmente relevante para a interromper. Espero que ao menos tenha procurado.
O susto das sextas-feiras à hora do jantar é o Jornal Nacional da TVI na parte em que, como se já não bastasse a Manuela Moura Guedes com expressões faciais só possíveis a quem meteu parte das nádegas nas bochechas, de olhos abertos para além do limite em que se consegue evitar aterrorizar crianças, conduz uma entrevista a Vasco Pulido Valente num estilo porteirista (palavra minha, literalmente) que impede, além do acesso à informação credível e isenta, o entrevistado de se concentrar o suficiente para não tremer e balbuciar (tanto) os começos de cada frase.
Este triste espectáculo, tantas vezes repetido, de assustador acaba por passar a simplesmente confrangedor, e esse é o estado em que se encontra agora.
Para vos dar uma ideia que quão alheada eu posso ser em relação à chamada "cultura lésbica", até ontem à noite nunca tinha ouvido falar num filme chamado "Gia", em que Angelina Jolie desempenha o principal papel, representando uma top model fora de série e lésbica, afinal o sonho molhado da maioria das mulheres atraídas sexualmente por outras mulheres.
A película é baseada numa história verdadeira, ou melhor, numa pessoa que existiu mesmo. Essa mulher, Gia Maria Carangi, encantou as passerelles no fim dos anos setenta e primeira metade dos anos oitenta do século passado, tendo sido toda a sua vida adulta objecto de explorações várias, inclusivé as decorrentes de uma forte dependência de drogas duras, tendo sucumbido aos vinte e seis anos de idade, em 1986, vítima do flagelo da SIDA.
Pois bem, ontem à noite, num canal que se Chama "Fox: Next", do qual também nunca tinha ouvido falar até ter recentemente instalado o Meo, deleitei-me com um verdadeiro festival estético, tão estético quão bonita pode ser uma mulher em cada detalhe físico seu. E horrorizei-me com a armadilha que a beleza extrema pode constituir, não no sentido de ser à priori prejudicial ser-se bel@, muito menos no sentido de uma alusão demoníaca da beleza, tão clássica [a alusão] afinal, porque não é nada disso, nem neste caso as portas que a extraordinária beleza lhe abriu e o que lhe proporcionou foram o que a foi matando aos poucos, mas sim a ilusão de poder que ser bel@ dá a alguém, a essa pessoa e só a ela própria, uma tentação irresistível de cair na falácia de se achar sobrehuman@, impermeável a inseguraças e outras fragilidades, uma noção fantasiosa de domínio e influência muito perigosas para ela, mas também para quem lhe é emocionalmente próximo. Porque, se parece que toda a gente quer as pessoas belas, que toda a gente as solicita, alimentando-lhes o ego e a auto-estima, a realidade é que a grande maioria das pessoas apenas as quer possuir para alimentar o seu próprio ego, usá-las e deitá-las fora assim que aparece um melhor sucedâneo.
No fim, toda a gente se lembra dela, mas raros são os que vão sentir a sua falta e é este o epílogo de uma vida infeliz.
"Assistimos à derrota total dos partidários do casamento como direito exclusivo dos heterossexuais. Total. Quando um professor universitário, que para mais fez uma tese sobre uniões de facto, se lembra de argumentar com a impossibilidade de um casamento civil para um bissexual, só sobram duas hipóteses: ou estamos perante uma manifestação de estupidez ou perante a manifestação de um pensamento condicionado pelo preconceito. E quando alguém se lembra de dizer que "não há estudo nenhum" que indique não haver problema em uma criança ser educada por pais do mesmo sexo, só sobram outras duas hipóteses (note-se que nem é preciso debater a imparcialidade de tais estudos): estamos perante um ignorante ou um argumento desonesto."
Sobre o programa da RTP1 "Prós e Contras" de ontem, por Vasco M. Barreto no Jugular. (Excerto. Vale a pena lá ir ler o post completo.)
Se é verdade que, até esta hora, não há confirmação dos participantes, com as honrosas excepções de Miguel Vale de Almeida e Rui Tavares, que já anunciaram a comparência, também é certo que muitos twiteiros vão estar em cima do acontecimento, a seguir atentamente o debate e a comentá-lo em tempo real.
Quando e onde? Hoje, aqui, através da hashtag #CPMS (Casamento Pessoas Mesmo Sexo).
Porque é que não se chegam à frente os outros participantes? Boa pergunta! Aceitam-se apostas.
Entretanto, chega-te TU à frente e participa através do Twitter!
Não vi a mini-série (nem sei se já deu) e também não vou ver o filme, mas como a SIC não pára de nos assustar com publicidade a tais produções, eu queria pedir ao Nuno Santos, ou lá quem manda no canal, se ainda é possível, recorrendo a tecnologia avançada, retirar as últimas duzentas camadas de maquilhagem de cima da cara do Diogo Morgado, que é quem faz o papel de António Oliveira, porque assim ele vai-se parecer menos com um morto-vivo e, consequentemente, a série / filme ganhará mais credibilidade, aumentando as hipóteses de convencer alguém que a vida privada de Salazar tinha mais interesse quando ele era vivo do que agora, que está morto. Obrigada.
Então vá ao novo programa da Teresa Guilherme. Por foder o seu casamento e pôr em causa o amor pelos seus filhos perante milhares de pobres de espírito sanguinários ganha 1.000 Euros e passa o primeiro nível. Eina, parabéns!
Por evidenciar a sua falta de lealdade para com os seus amigos íntimos, fazer a sua mulher passar pela maior cornuda no território português, até porque admitiu que já pagou para ter sexo este ano, ganha 5.000 Euros e passa ao terceiro nível. Pelo ar aliviado que faz quando a maquineta diz que é verdade a atrocidade que acabou de proferir deduz-se que nem lhe está a custar muito, certo? Certo. Decide continuar.
Agora calma, respire, porque como acha que ainda não se humilhou o suficiente na televisão a Teresa tem novas perguntinhas giras para si.
Nesta nova fase do jogo trata-se de assumir alto e em bom som a sua misoginia aguda perante colegas de trabalho e aqui você tenta "uma explicação"... Mas não vale a pena, a sério, concentre-se lá no dinheirinho.
O risco de viver rodeado de gente com muita vontade de se vingar de si depois disto aparentemente não o preocupa e por isso admite que é uma chatice aturar os seus filhos e a sua mulher. Deixe lá, depois vai ter muito dinheirinho para pagar por companhia, verdade? Eia, que bom!
Mas espere! Ainda tem um amigo que o salvou de admitir que desde que está casado já deu mais de quinze escapadelas! Pronto, está bem, nós fingimos que não percebemos que você é um putanheiro.
Em troca tem de admitir que é desonesto noutras frentes, mas o que é isso para si?! A verdade é que já tem 10.000 Euros! É de homem!
Mas agora a parada sobe: trata-se de admitir que a sua mulher pode ter SIDA por sua causa e o que é que você faz? (pausa para vomitar) Admite que não usa preservativo com as suas amantes... Arghh...
No entanto, você agora parece começar a desesperar e embarca numa atitude patética de afirmar que o seu casamento tem futuro. O computador tem pena de si e diz que é verdade. Que sorte, hã?!
Próxima fase: o seu irmão tem cara de bronco, mas era escusado realçar isso com o seu discurso de macho dominante. Você também é um grandessíssimo bronco, mas vai ganhar 25.000 Euros. Chora lágrimas de crocodilo e dá um abraço ao anormal, eerrr, quer dizer, ao seu querido irmão e fica tudo em família.
Já conseguiu dizer alarvidades que cheguem, quer dizer, verdades que cheguem, e acima de tudo, já conseguiu amealhar a quantia que comprará a sua vida junto dos agiotas a quem deve dinheiro, portanto desiste. A Teresa Guilherme fica toda contente a asseverar-lhe que a verdade compensa e é verdade: compensa-a muito a ela. Fim. Mais um belo momento de televisão.
Não há nada que eu possa fazer para nunca mais ter que levar com as assustadoras palermices do Mr. Bean?
Mas em lado nenhum!! Nem na homepage do Sapo, nem nas apresentações do cinema, nem na televisão! Nem sequer quando estou distraída!
Alguma coisa? Please?
Fantástico programa ontem, na RTP1, o "Diz Que É Uma Espécie de Magazine" dos Gato Fedorento, todo dedicado ao resultado patético do concurso "Grandes Portugueses", da mesma estação televisiva, na semana passada.
Espero que os atrasados mentais que votaram no verme de Santa Comba se tenham sentido envergonhados ao se verem remetidos a tudo o que são: absurdos e ridículos.
Mas provavelmente não.
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