Sexta-feira, 30 de Março de 2007
Chegaste com três vinténs
E o ar de quem não tem
Muito mais a perder
O vinho não era bom
A banda não tinha tom
Mas tu fizeste a noite apetecer
Mandaste a minha solidão embora
Iluminaste o pavilhão da aurora
Com o teu passo inseguro
E o paraíso no teu olhar
Eu fiquei louco por ti
Logo rejuvenesci
Não podia falhar
Dispondo a meu favor
Da eloquência do amor
Ali mesmo à mão de semear
Mostrei-te a origem do bem e o reverso
Provei-te que o que conta no universo
É esse passo inseguro
E o paraíso no teu olhar
Dá-me lume, dá-me lume
Deixa o teu fogo envolver-me
Até a música acabar
Dá-me lume, não deixes o frio entrar
Faz os teus braços fechar-me as asas
Há tanto tempo a acenar
Eu tinha o espírito aberto
Às vezes andei perto
Da essência do amor
Porém no meio dos colchões
No meio dos trambolhões
A situação era cada vez pior
Tu despertaste em mim um ser mais leve
E eu sei que essencialmente isso se deve
A esse passo inseguro
E ao paraíso no teu olhar
Dá-me lume, dá-me lume
Deixa o teu fogo envolver-me
Até a música acabar
Dá-me lume, não deixes o frio entrar
Faz os teus braços fechar-me as asas
Há tanto tempo a acenar
Se eu fosse compositor
Compunha em teu louvor
Um hino triunfal
Se eu fosse crítico de arte
Havia de declarar-te
Obra-prima à escala mundial
Mas eu não passo dum homem vulgar
Que tem a sorte de saborear
Esse teu passo inseguro
E o paraíso no teu olhar
Esse teu passo inseguro
E o paraíso no teu olhar.
"Dá-me Lume", música e letra de Jorge Palma, poeta urbano e trovador errante, 1989.
Terça-feira, 27 de Março de 2007
Which L Word Character are you?
Bette - You're driven! You don't let anything or anyone get in your way. You've got high morals (though you don't always follow them yourself, right miss monogamy?!). It might be a good idea to stop keeping all you're issues bottled up inside and actually appreciate it when someone tries to help you out a little. It might also be a good idea to please try to control you're bitchiness sometimes too.
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Segunda-feira, 26 de Março de 2007
Ou: um regresso desejado,
aqui.
A idiotia venceu necessáriamente num concurso idiota.
Sexta-feira, 23 de Março de 2007
A minha mulher a dias vem à terça-feira (Só escrevo sobre isso hoje, sexta, porque só hoje consegui controlar os níveis de irritação que as investidas dela ao meu lar-doce-lar me causam).
Já me habituei a muita coisa. Já não tenho um ataque de nervos quando chego a casa nas terças à noite aflita para mijar e depois do alívio encontro o papel higiénico todo encharcado (don’t ask).
Já não lhe chamo nem metade dos nomes que lhe chamava por ter de voltar a arrumar tudo, desta vez nos devidos sítios, salvando os objectos dos locais estapafúrdios para onde a lógica patibular da mulher os arremessou.
Já não me angustiam tanto os "desaparecimentos" da lista das compras que elaborei criteriosamente durante os últimos dias, e da qual só dou falta, invariavelmente já de saída para o supermercado, com as chaves do carro na mão. Limito-me a fazer um percurso alargado pelos corredores do dito e comprar milhentas coisas que nunca consumirei (como marmelada russa), mas entre elas, com alguma sorte, acabo por trazer o que realmente preciso. É claro que fica caro, mas poupa-me os nervos.
Agora o que me põe doida, mas atenção, mesmo à beira de um internamento hospitalar na secção psiquiátrica, é o que ela faz ao meu tabuleiro de xadrez. Para ela, aquilo são apenas quadradinhos pretos e brancos num padrão engraçadinho, que só não se pendura na parede porque tem uns bonequinhos em cima a enfeitar. Esses bonequinhos podiam ser dispostos de uma forma muito mais criativa, mas a chata da dona da casa – que sou eu – insiste em enfileirar bonecos de cada cor em extremos opostos, num arranjo militar, como se eles fossem entrar em guerra. Enfim, manias, lá se respeita que todos as temos.
Assim, depois da passagem dela, o resultado com que me deparo, quando chego a casa, é, simplesmente, o caos: embora esteja tudo muito limpinho e sem pó, as torres, os bispos e os cavalos ocupam o lugar das rainhas, de peões e das torres, respectivamente, enquanto o rei avança para proteger um reles peão, que se esconde timidamente atrás dele!!!
Que fazer?! Desenhar um croquis?? Ensinar o estafermo a jogar?!
Quarta-feira, 21 de Março de 2007
Catarina Furtado, mulher dos sete ofícios.
(foto tirada daqui)
Segunda-feira, 19 de Março de 2007
Quinta-feira, 15 de Março de 2007
Laurence Tramois, médica, e Chantal Chanel, enfermeira, estão a ser julgadas em França por, em 2003, terem respeitado a vontade de morrer com dignidade, expressa por Paulette Druais, uma doente terminal com 65 anos, padecendo de cancro no pâncreas. Esta decisão foi apoiada por toda a família de Paulette Druais, que agora concomitantemente reclama a não aplicação da lei que pune a eutanásia às duas profissionais. Incorrem ambas numa pena que poderá ir até trinta anos de prisão.
Mas a administração do hospital onde o acontecimento ocorreu, numa atitude de hipocrisia ignóbil e mais papista que o papa (e com este é difícil) não desiste da acusação.
Diversas personalidades francesas assinaram uma
petição a favor do direito a morrer com dignidade e da não condenação de Laurence Tramois e Chantal Chanel.
Além de desejar que estas mulheres, que agiram de boa fé e com muita coragem, numa atitude de compaixão e humanismo extraordinários, não sofram nenhuma represália pelo seu acto, desejo também que se algum dia eu me vir numa situação semelhante à de Paulette Druais, alguém, como Laurence Tramois e Chantal Chanel, me ajude a morrer com dignidade.
Terça-feira, 13 de Março de 2007
(cont.) Depois do lauto jantar no Albertino, rebolaram nas suas montadas pela encosta abaixo, sempre de olho no precipício, não fosse aquele engoli-las, e à quinquagésima oitava contracurva as seis e a cadela estavam finalmente de volta ao vale e repousaram mais uma vez à beira do rio.
Rio Zêzere
Poço do Inferno
Covão da Ametade e Cântaro Magro
Vale glaciar
Lagoa Comprida
Cova da Beira vista da Varanda dos Carqueijais.
Ao outro dia, no termo de uma noite redentora, ergueram-se bem mais tarde que o sol, mas com a mesma energia, para iniciar um caminho enviesado de regresso.
Passou-se primeiro pela branca vila de Manteigas, para alimentar o corpo e alguns o espírito.
Seguiu-se vagarosamente vale acima pela estrada torta, à vista de pascigos verdejantes cerrados por muros de pedra.
Ao cimo, virou-se à esquerda, para apanhar os ares das Penhas da Saúde com a Lagoa do Viriato a seus pés.
Continuou-se a descer na direcção da Covilhã, pasmando-se com a vista e o declive acentuado que as pernas dos ciclistas conquistam todos os verões, na etapa de montanha da Volta.
Na descida, entre a Pedra do Urso e o edifício fantasma do sanatório dos ferroviários, avistariam o desvio para o lugar que lhes deu o nome: Rosa Negra.
Um pouco mais abaixo, paragem na Varanda dos Carqueijais. Aí se deslumbraram de novo, e desta feita com demora, pela extensa Cova da Beira, a Covilhã no extremo norte e o Fundão lá ao sul, e para os lados do nascente, as silhuetas de Monsanto no cimo do promontório, de Belmonte e das Espanhas.
Porque o apetite chamou, ultrapassaram lestas a Covilhã, e retemperaram forças no restaurante Mário do Fundão, que lhes serviu as últimas especialidades locais, entre elas o arroz de carqueja, a truta recheada com presunto e o requeijão com doce de cereja da Cova da Beira.
E foi assim que regressaram às suas vidas, estrada fora pelo entardecer, com a alma cheia de gozo e o corpo de iguarias.
Segunda-feira, 12 de Março de 2007
A Irmandade da Rosa Negra é um grupo de viajantes fortuitos que se constituiu este fim de semana, vagueando pela Serra da Estrela por entre declives vertiginosos e lagoas muito azuis a brilhar ao sol, complementando as incursões diurnas com rondas da noite, debaixo de um céu pejado de estrelas como já é impossível avistar de Lisboa.
Fãs do vá-para-fora-de-qualquer-maneira, cá dentro ou lá fora, o que importa é ir, foram, na sexta à noite, batendo-se por um lugar à frente, num caminho cheio de luzes infernais e obstáculos vários, mais conhecido por A1.
Mais adiante conquistaram a A23, que segue o Tejo ao contrário desde Abrantes até Vila Velha de Ródão, onde dele se despede e aponta a norte, rumando até à Guarda.
Nos entremeios, fotografias na memória, apesar da noite escura, da vasta Cova da Beira ponteada de luzes, da quase-montanha Gardunha, acima e abaixo, da Covilhã promissora, guardando os cumes escuros lá muito no alto dessa sim, a Estrela.
Porque lhe chamarão "serra"? Haverá com certeza razão, científica ou mera convenção, mas o que ela transmite é "montanha".
A Irmandade saltou da rota em Belmonte e seguiu às apalpadelas até à
Quinta da Cortexeira , onde repousou, enfim.
De manhã acordaram ao som do correr de um rio. Era o Zêzere, por baixo da janela, sulcando o seu leito pedregoso, reflectindo a luz do sol intenso na sua torrente cristalina.
Em Manteigas, o pequeno-almoço que lhes daria forças para o abraço ao parque natural.
Ele foi Poço do Inferno, que de tormentoso nada tem, é apenas uma alta queda de água escurecida pela densa floresta de castanheiros e pela parede granítica, que impede o sol de chegar cá abaixo, ao nível das águas límpidas que se acumulam em lagoas cavadas na rocha.
Foi Covão da Ametade, vigiado por esse maciço imponente que é o Cântaro Magro, berço do Zêzere; foi vale glaciar acima até à Torre, cuja fauna consumista em romaria lembrava uma espécie de Colombo sem tecto, em vésperas de Natal, congelado ao sol e ao vento, a dois mil metros de altitude.
Foi Lagoa Comprida ao sabor de sandes de queijo da Serra e licor de zimbro, à vista de cães da Serra puros e outros que nem por isso.
E foi uma secreta peregrinação a esse bastião da gastronomia serrana, O Albertino do Folgosinho. Aí pecariam muito: a feijoada de javali, o coelho em arroz de cabidela, o cabrito assado na brasa, a vitela estufada e o leitão. Ainda havia bacalhau à lagareiro, mas espaço nos estômagos rotundos é que já não.
(continua, com texto e fotos)
Sexta-feira, 9 de Março de 2007
Quando tinha aí uns dez anos, os meus pais levaram-nos a passar uns dias nas Penhas da Saúde, Serra da Estrela, onde uns amigos tinham comprado uma casa. Lembro-me de achar que aquilo era mais uma cabana que uma casa. O telhado era feito de placas de zinco onduladas, que também revestiam as paredes exteriores. Dentro era tudo muito escuro. As janelas, onde as havia, eram mínimas e não deixavam entrar claridade suficiente. O chão era de pedra, não sei se de granito, mas faria sentido que assim fosse. Era muito frio, debaixo dos meus pés, a ponto de me doer pisá-lo descalça, disso lembro-me bem. A decoração das paredes da sala eram cartas militares da região, penduradas como posters em toda a latitude. Essas cartas eram o que mais me atraia naquele sítio exíguo e mal iluminado. Sempre tive um fascínio por mapas. E aqueles, detalhando curvas de nível muito apertadas, lagoas, maciços rochosos e vales glaciares, que depois se traduziam na realidade que se estendia perante os meus olhos nos passeios expedicionários que dávamos, eram particularmente sedutores.
Já não me recordo quantos quartos havia mas suponho que eram três. Onde eu e a minha irmã dormíamos havia apenas um beliche e a divisão era tão estreita que mais parecia um corredor.
Um alpendre protegia a entrada e era apenas suficiente para suportar duas cadeiras desconjuntadas que no entanto todos disputávamos, para melhor apreciar aquela vista inesquecível sobre a lagoa do Viriato. Foi aí, muito antes de me ensinarem na escola, que aprendi o significado desse nome de lenda guerreira e a história dos Lusitanos.
Este fim de semana vou lá voltar, como volto desde então, sempre que posso. Vou matar saudades de alguns dos caminhos que percorri com mais sentido de aventura e que recordo com mais excitação. Depois conto.
Quinta-feira, 8 de Março de 2007
Em Dia Internacional da Mulher, eu podia escrever um post muito sério sobre como as mulheres ainda são profundamente maltratadas neste mundo.
Mas não me apetece. Fica para outro dia. Hoje, limito-me a assumir que toda a gente já sabe isso, até porque salta aos olhos. Portanto, a minha abordagem é em jeito de "prendinha-revelação".
Mais um quiz, que estou numa das minhas fases "Revista Maria".
A tua mão vai-te dizer-te quão sexy és: aqui.
Have fun!
Terça-feira, 6 de Março de 2007
... mas onde só se usa uma letra: o "x". Para assinalar a opção escolhida.
No fim dá um resultado com uma classificação de nós próprios. Emoldura-nos numa qualquer categoria, mais ou menos conseguida.
Serve para encher blogs e matar o tempo já morto.
É um teste de personalidade.
Aqui, está claro, só publico os que me seduzirem pela coincidência, que é como quem diz assertividade.
You Are 60% Open Minded |
You are a very open minded person, but you're also well grounded. Tolerant and flexible, you appreciate most lifestyles and viewpoints. But you also know where you stand firm, and you can draw that line. You're open to considering every possibility - but in the end, you stand true to yourself. |
... também pode dar um post ...