Esteve parada diante da árvore a olhá-la tão fixamente e durante tanto tempo, que tive a sensação de que a única coisa que a impediu de alçar a perna e fazer chichi contra ela, foi o facto de eu a estar a observar.
(imagem roubada aqui)
Uma das vertentes interessantes dessa quadra histérica é a oportunidade de capitalizar (em meu proveito) as suas potencialidades no contexto mercantil.
E é um facto, como o olhar da Inha insinuava* no outro dia, percorrendo as nossas prateleiras recheadas dos últimos best-sellers, que nos fazem falta uns "clássicos" lá em casa.
Resta-me portanto, como boa amiga que sou, oferecer-vos esta proposta oblativa que ainda por cima serve dois objectivos distintos, eu diria mesmo que serve todos os gostos: como inspiração para nos assassinar, ou para nos agradar.
Um pequeno excerto demonstrativo da qualidade da obra na imagem pode ser lido aqui.
* Brinco. ;)
Geração dos 30 anos pode perder até 60% da reforma
Chamem-me pessimista, mas nos dias que correm, com os níveis de salários baixos que se praticam, que percentagem da população com idade à volta dos 30 anos é que tem 10% (já nem digo 30%) do rendimento disponível - para não mencionar aqueles que nem sequer têm rendimento - para poupar?
Isto soa, além do mais, ao seguinte: se acham vivem mal agora, esperem até serem incapacitados para o trabalho e dependentes da reforma do Estado. Então aí é que vão ver o que é, de facto, viver mal.
E, como não se vislumbram milagres no sistema público de segurança social, deve ser exactamente isso que nos espera.
Porreiro, pá!
ADENDA (em 27 de Novembro de 2008):
O contraditório está aqui.
Parece que a empresa responsável por este estudo vende PPRs, não sendo por isso isenta.
Não deixa, no entanto, de ser verdade que a maioria dos portugueses não possui (nem nada leva a crer que venha a possuir nos anos mais próximos) capacidade para atingir os níveis de poupança de longo-prazo desejáveis e que, por isso, se afigura um cenário muito desagradável para a "geração dos 30 anos" quando atingir a idade da reforma.
Um blog que me faz ter vontade de me mudar imediatamente para Nova Iorque.
Há atitudes e palavras que têm este efeito extraordinariamente mobilizador em mim. Como se fizessem erguer uma barricada de raiva e determinação cá dentro, fortalecida por tudo o que presenciei, vivi, sofri, chorei, li, vi, partilhei, amei e perdi.
Vêm-me à memória, como se estivessem a meu lado nesta luta, todos os conhecidos, amigos e camaradas, vivos ou mortos, que lutaram, cada um à sua maneira, contra o fascismo, a tortura, a censura e a favor da democracia e da liberdade.
Muitos caíram ao longo do caminho, outros abandonaram a luta e alguns poucos passaram-se para o inimigo. Mas todos eles estão presentes na minha memória.
Há atitudes e palavras que têm este efeito extraordinariamente mobilizador em mim, dizia. Fascismo nunca mais!
Esta é a minha resposta às MFL e os AJJ deste país e, já agora, ao Governo autista e pretensamente socialista de Sócrates:
(nas palavras e canções do saudoso Zeca Afonso, que tive a oportunidade de conhecer na prisão de Caxias quando fui visitar o meu pai em 1972, e de Sérgio Godinho).
Ele e o Vale de Azevedo. Homens sérios, muito sérios e honestos, tramados pela Justiça que, como se sabe, é muito injusta para gente de bem como estes senhores que são umas vítimas do sistema, repito, uns bodes expiatórios, coitadinhos, vou chorar.
Alegrem-se, desta vez ainda não é a sério.
Sendo a ditadura um mui favorável regime para quem manda, não me surpreende que o mundo esteja cheio de pessoas que, aspirando ainda ou exercendo já o poder, cedam à tentação de sonhar com tal modelo. Uns nunca o conseguiram esconder por muito que o tentem disfarçar de piadola. Outros repudiam veementemente a blasfémia enquanto praticam uma "democracia" que se traduz muito simplesmente no seguinte: eles impõem e o povo não tem outro remédio senão acatar, mais ou menos contrariado, pelo menos até à próxima legislatura.
Este país cansa-me.
... de fumar.
É sempre bom quando alguém se oferece para acabar com a nossa miséria, neste caso concreto, a nossa falta de tempo em geral e inspiração em particular.
Foi nesse contexto que o Azinhaga da Cidade convidou o seu estimado leitor e assíduo comentador que se assina como Pirata Vermelho a escrever um post e o resultado é este: (palminhas!)
Quanto custa esta linha azul, para Alfa-pendular,
com a via completamente nova
a permitir velocidades superiores a 200kmh?
Muita gente pensa que o lançamento de uma linha Faro-Valença do Minho é inviável por ser muito cara, mas uma linha nova para comboios Alfa-Pendular, de Faro a Valença, importaria em cerca de 650 Milhões de Euros. Então, vejamos,
1
se o TGV é tanto mais rentável quanto maior for a distância e quanto menor for o número de paragens, percebe-se assim e desde já que o TGV seria dificilmente rentável na curta e muito segmentada viagem Lisboa-Porto;
2
sendo Portugal um país pequeno, estreito e curto, onde nada garante uma taxa de ocupação padrão de 80% para troços menores ou iguais a 300km, também por isso a rentabilidade se apresenta duvidosa.
Portanto, sabendo que o custo estimado (fora as derrapagens habituais a que ninguem se opõe mas que eu ajudo a pagar) do projecto TGV é de 3800 M € tudo indica que se deveria lançar uma linha Alfa-Pendular, Faro-Valença do Minho, em vez do exótico e muito caro TGV Lisboa-Porto, uma vez que
1
o custo de lançamento de uma linha nova para pendular é de 1Milhão €uros/km, o que importa em cerca de 650M €,
2
a CP tem mais de dez comboios pendulares que, ao valor actual de cerca de 18M€ cada, permitiria duplicar o numero de composições por um custo de 180M€,
3
o que SOMA - linha nova e vinte e tal comboios pendulares em operação - 830 Milhões de Euros.
Acrescentando 15% para desvios de estimativa, ficaria tudo em menos de 1050M €
ie.
cerca de 3 a 4 vezes menos que o descabido TGV e garantindo velocidades de mais de 200 Kms/h, o que, nas "distâncias portuguesas", seria suficiente para as típicas deslocações profissionais ou de outra natureza.
TGV?
Sim, sim.
Se for o prolongamento de uma das longas linhas europeias de Madrid até cá...
nós contribuimos com faixa de território e parte dos custos entre Elvas e Lisboa.
Se podemos viajar neste óptimo comboio entre Faro e Braga
(neste óptimo ambiente):
porque haveriamos de usar isto para ir de Lisboa ao Porto?
(ganhando apenas 20-30% de tempo e em cabines destas):
Com um custo 3 a 4 vezes menor é possível estender uma linha nova de Faro a Valença do Minho e com o dobro do número de composições agora existentes, de modo a garantir horários e a aumentar a frequência.
JÁ EXISTE LINHA ENTRE FARO E BRAGA
mas
uma linha para Alfa-Pendular completamente nova, entre Faro e Valença do Minho e mais dez comboios Alfa de última geração, a juntar aos já existentes, custa três a quatro vezes menos que o desmesurado 'Projecto TGV' Lisboa-Porto que, além de muito caro, é de rentabilidade incerta devido ao elevado número de paragens, à imprevisível taxa de ocupação e ao traçado crítico da via.
Mais especificamente, este Cro-magnon.
Ide ler, vejam como ainda lhe falta algo de sapiens e como são notórias as saudades de uma boa caverna.
Estar cansada é normal. Estar farta, sem ânimo para pensar e sem genica para agir, também. A vida atira-nos para estes estádios ciclicamente. Mas é no meio deles que se deve resistir estoicamente à tentação de afundar a cabeça na areia para não ver, não ler e não sentir. Isto não é sobre o BPN, é sobre o Natal.
Portanto, já que ele está aí em todas as montras, rádios e televisões, o que eu tenho a dizer é que eu por acaso até odeio a merda do Natal.
Quer dizer, odiava, porque me stressava muito, havia muita discussão à mesa por causa do bacalhau já lá chegar frio, enfim, fazia-me muita confusão, punha-me muito tonta.
Isto para não falar das cabronazinhas das outras meninas da escola que me atribuíram durante anos a fio o papel de bruxa má na peça de teatro natalícia por não comprar presentes a ninguém da minha família, que vejamos, se restringia aos meus pais, à minha avó e à minha irmã, mas nem assim eu conseguia ter rendimentos que me permitissem a despesa, ao passo que elas conseguiam chegar a oferendas para primos de quinto grau (que eu nem tenho). Não sei como as gajas amealhavam tanto dinheiro, mas desconfio.
O caso é que os meus pais me garantiram que no campo das trocas comerciais os pais é que compram prendas aos filhos, pelo menos enquanto eles ainda são crianças, porque é muito feio subsidiar a exploração do trabalho infantil, e eu acreditei.
Refeita de traumas vários ao longo da vida, uns causados por colegas de escola e outros por aliens, mas quase todos relacionados com o Natal, hoje em dia praticamente já só o odeio nas estradas de Portugal e nos centros comerciais, ambos os locais cheios de bêbados psicopatas desde fins de Outubro a meados de Janeiro. O que significa que posso largar a psicoterapia.
Prova irrefutável é que começo já a falar (mais ou menos bem) do Natal ao dia 10 de Novembro que é para não levar com aqueles olhares de lado que significam "esquisita!..." só por eu ter grande resistência ao vírus do consumismo e pôr em causa as pretensas boas intenções da histeria colectiva.
A República das Bananas que é a Região Autónoma da Madeira seria uma séria fonte de inspiração para Kafka.
Apanhei-me ontem a rir a bandeiras despregadas com um noticiário da SIC Notícias, pensando que estavam a contar uma boa anedota como caricatura do "regime político" vigente na Madeira. Mas visto que o comentador estava com um ar cada vez mais estupefacto, acabei por perceber que aquilo tinha mesmo acontecido.
O deputado do PND José Manuel Coelho, na sua intervenção numa sessão da Assembleia Legislativa da Madeira, mostrou uma bandeira nazi para, segundo afirmou, oferecer aos "fascistas do PSD e ao seu líder parlamentar, Jaime Ramos", pretendendo ilustrar desta forma a postura de ilegalidade fascista dos sociais democratas desde que governam a Região. Na sequência deste seu acto a sessão foi suspensa e, no dia seguinte, José Manuel Coelho foi impedido por seguranças privados da empresa "Securitas" de entrar no edifício da Assembleia Legislativa da Madeira para participar na sessão plenária como deputado.
Ou seja, um trabalhador, neste caso um deputado com direito a imunidade parlamentar, por ter exercido a sua liberdade de expressão, foi impedido de aceder ao seu local de trabalho, o que é mais que ilegal!
Mas há mais. O PSD da Madeira submeteu um requerimento ilegal de suspensão das próximas sessões plenárias do parlamento madeirense, colocou-o a votação e fez cumprir este requerimento, baseado apenas na aprovação dos deputados sociais democratas, até decisão judicial da queixa-crime apresentada por eles contra o deputado José Manuel Coelho.
Ou seja, unilateralmente, o PSD da Madeira encerrou ilegal e inconstitucionalmente a Assembleia Legislativa da Madeira, remetendo a sua abertura lá para as calendas gregas após a decisão judicial sobre esta queixa!
Monteiro Diniz, representante da República na Madeira, mostra-se muito preocupado "pelo facto destas divergências transmitirem da Madeira a imagem de uma terra onde não há lei, regras, nem princípios", o que, segundo ele, "não é verdade"...
Não! Jura! A sério?! Afinal isto não é um sketch do Gato Fedorento?!
É que não sendo, a mim parece-me que o deputado do PND sempre tinha alguma razão ao mostrar a bandeira nazi!
E o Presidente da República, não tem nada a dizer sobre isto?
A eleição de Obama para presidente de um país como os EUA é, de facto, um acontecimento histórico, independentemente do que ele venha a fazer.
A ambição e determinação deste homem, a estratégia que desenvolveu ao longo de anos para chegar ao topo do poder, a obstinada persistência, a capacidade de mobilização de massas que demonstrou, a sua simpatia e simplicidade, a aparente sinceridade e seriedade dos seus princípios e vontade de mudar a política dos EUA, tudo nele é interessante e cativante.
No entanto, acho que a minha costela de anarquista me faz ser muito céptica. Ele está inserido num sistema inercial pesadíssimo, que não muda de um dia para o outro. E o poder corrompe de facto, por muito boas que sejam as intenções de alguém à partida. É um pouco como dizia um tio meu "Tenho a certeza de que há pelo menos dois ateus no mundo. Eu e o papa. Não se passa pelo colégio de cardeais e se chega a papa a acreditar em Deus".
Oxalá ele queira mesmo mudar o establishment e o consiga, mesmo naquele país e rodeado das pessoas por quem está.
(imagem roubada aqui)
O BostonTeaParty captou a imagem esta manhã em Manhattan, à porta de uma assembleia de voto.
E neste caso, uma imagem vale mesmo mais que mil palavras.
É histórico que um negro seja Presidente dos EUA e, a acontecer, é sinal inequívoco de uma notável evolução civilizacional num povo que há quatro anos elegeu de novo um mentecapto para o cargo. Mas a vida em Portugal vai melhorar por causa disso?
Toda a gente sabe que não, pelo menos por causa disso.
Cá, como lá, escândalos financeiros acontecem sem que se puna exemplarmente os criminosos. Pelo contrário, até se considera a possibilidade de se lhes atribuírem indemnizações, nada de cadeia, não, antes i-n-d-e-m-n-i-z-a-ç-õ-e-s (eu podia por aqui links para agências noticiosas para dar corpo e sustentação a estas afirmações, mencionar claramente o BPN e o Banco de Portugal, mas para quê? Toda a gente sabe que é verdade, não sabe?).
E o nosso futuro, como lá o presente, é este:
Não vai demorar muito até que a recessão faça com que milhares de casas passem a valer menos do que as dívidas que os seus donos contraíram aos bancos para as comprar.
O super-herói contribuinte (SC, comecem a imprimir t-shirts e fatos de Carnaval) continuará a salvar os oprimidos e pobres banqueiros que precisam de ser resgatados pelo Estado da sua vida dura e feita de privações.
Continuaremos a ser um povo racista e homofóbico (pelo menos a Manuela Ferreira Leite não dá mostras de querer mudar).
E continuaremos a seguir exemplos de doutrinas económicas que de tão "invisíveis", comem tudo e não deixam nada, como diz a canção.
Ou seja, este é um dia engraçado mas, vendo bem, sem graça nenhuma.
Sim, mãe, já ejectei os pulmões e pus a correr o antivírus. E agora?
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