Lamento que este não seja um desses blogs hiperactivos (é mentira, não lamento nada) mas nem por isso tem de ser um blog condescendente e compreensivo para com aqueles que deixaram de ter pachorra para a blogosfera, grupo a que eu quase pertenço, por sinal.
Assim, os blogs que terminaram e os que não dão provas de vida há mais de um ano saíram da lista aqui ao lado e passaram para as Vias Desactivadas ali em baixo, um percurso normal, de resto, para quem ainda não aderiu à cremação.
Agora, porque a lista está desfalcada e porque há buracos que acho desagradáveis (eu aderi à cremação), procuram-se bons blogs começados por G, Y e Z. Obrigada desde já pelas sugestões que possam surgir na caixa de comentários.
O chamado "clube dos cinco", em 1884: da esquerda para a direita, Eça de Queiroz, Oliveira Martins, Anthero de Quental, Ramalho Ortigão e Guerra Junqueiro.
Descubra as diferenças...
"Estamos perdidos há muito tempo...
O país perdeu a inteligência e a consciência moral.
Os costumes estão dissolvidos, as consciências em debandada.
Os caracteres corrompidos.
A prática da vida tem por única direcção a conveniência.
Não há princípio que não seja desmentido.
Não há instituição que não seja escarnecida.
Ninguém se respeita.
Não há nenhuma solidariedade entre os cidadãos.
Ninguém crê na honestidade dos homens públicos.
Alguns agiotas felizes exploram.
A classe média abate-se progressivamente na imbecilidade e na inércia.
O povo está na miséria.
Os serviços públicos são abandonados a uma rotina dormente.
O Estado é considerado na sua acção fiscal como um ladrão e tratado como um inimigo.
A certeza deste rebaixamento invadiu todas as consciências.
Diz-se por toda a parte, o país está perdido!"
Eça de Queirós, Revista "Farpas" (1871)
"Um povo imbecilizado e resignado, humilde e macambúzio, fatalista e sonâmbulo, burro de carga, besta de nora, aguentando pauladas, sacos de vergonhas, feixes de misérias, sem uma rebelião, um mostrar de dentes, a energia dum coice, pois que nem já com as orelhas é capaz de sacudir as moscas; um povo em catalepsia ambulante, não se lembrando nem donde vem, nem onde está, nem para onde vai; um povo, enfim, que eu adoro, porque sofre e é bom, e guarda ainda na noite da sua inconsciência como que um lampejo misterioso da alma nacional, reflexo de astro em silêncio escuro de lagoa morta.
[…] Uma burguesia, cívica e politicamente corrupta até à medula, não descriminando já o bem do mal, sem palavras, sem vergonha, sem carácter, havendo homens que, honrados na vida íntima, descambam na vida pública em pantomineiros e sevandijas, capazes de toda a veniaga e toda a infâmia, da mentira à falsificação, da violência ao roubo, donde provém que na política portuguesa sucedam, entre a indiferença geral, escândalos monstruosos, absolutamente inverosímeis no Limoeiro […]
Um poder legislativo, esfregão de cozinha do executivo; este criado de quarto do moderador; e este, finalmente, tornado absoluto pela abdicação unânime do País.
[…] A justiça ao arbítrio da Política, torcendo-lhe a vara ao ponto de fazer dela saca-rolhas;
Dois partidos […] sem ideias, sem planos, sem convicções, incapazes, […] vivendo ambos do mesmo utilitarismo céptico e pervertido, análogos nas palavras, idênticos nos actos, iguais um ao outro como duas metades do mesmo zero, e não se malgando e fundindo, apesar disso, pela razão que alguém deu no parlamento, de não caberem todos duma vez na mesma sala de jantar…"
Guerra Junqueiro, "Pátria" (1896)
É só para apresentar a minha futura-nova actividade.
(Deu-me para isto, e qual é o problema? Porque não? Não vejo por que não. É tão fixe lançar boatos idiotas...)
Eis o que fazer se alguém tiver o desplante de me meter dentro de uma igreja:
Antes que me esqueça e para depois não dizerem que não sabiam, favor mandar gravar (em vez daquelas merdas do "esposa, mãe e filha querida"):
"Teve um gato que a salvou da morte cerebral mais que uma vez. Infelizmente o gajo já morreu há uns bons anos [*], portanto era de esperar que isto acontecesse."
[* Fez há uma semana sete, e eu ainda tenho muitas saudades.]
Este post, reconheço, vem com algum atraso, mas só hoje é que me disseram que o mundial da África do Sul já acabou há um mês. E disseram que eu tinha tido muita sorte em não ter sido atingida por nenhuma vuvu-qualquer-coisa, não percebi.
Mas indo finalmente ao assunto: a pautinha, senhor@s, a pautinha é que interessa. E, no que toca à selecção portuguesa de futebol (a A, parece que é assim que lhe chamam), é uma final de um campeonato europeu e um quarto lugar num mundial contra... zero.
Até eu, que detesto filmes de terror, gosto desta expressão associada ao Freddy Krueger de Elm Street (é, não é? Se não for, é porque eu de facto não vejo filmes de terror, só mando estas bocas por ouvir dizer).
Estar de volta como um pesadelo é o que tenho a anunciar aos leitores deste blog, assumindo muito optimisticamente que eles ainda existem. A ausência deveu-se a estudos superiores para jack of all trades, master of none em telecomunicações, estudos esses que me deram um gozo enorme, ao contrário da cinzenta e corruptora de nobres ideais, desonrosa, horrível, mal-cheirosa, irritante, patética, desumana e revoltante licenciatura em economia. Nunca gostei dela, era mais que tempo de a substituir por um grau maior.
E pronto, cá me tendes, que felizes que estais, verdade?
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