Este blog termina aqui. Foram quatro anos de uma experiência desafiante e enriquecedora. Prova desse enriquecimento são os amigos que fizémos neste espaço, amizades essas que por várias vezes extravasaram do mundo virtual para o mundo físico.
Agora, por razões que dizem respeito apenas às autoras, chegou a altura de pôr fim a este projecto.
Muito obrigada, então, aos amigos, mas também a todos os leitores e aos comentadores, que ajudaram a fazer o que este blog é e nos lançaram tantas vezes gratificantes desafios.
Até sempre, por aí, e um ano de 2011 sem crise para todos.
Cosmopolita e Citadina.
Em jeito de despedida, aqui deixo, a quem gosta das palavras e de poesia, três poemas de que gosto particularmente.
Hoje tudo me dói
Hoje tudo me dói, de não saber
como fazer que a chama te incinere,
ou que não tenhas tu nunca existido,
ou fosse eu cego e surdo à tua boca.
Quando souberes que é teu este retrato
feito de cor fingida e falsa luz
irás de porta em porta declarar
que não me conheceste, ouves, ou vês;
que é tudo imaginário; que uma vez
me deste uns dedos de conversa, mas
apenas desejando ser cortês;
que sou um monstro mudo mal cortado
e nem mereço ser esquartejado
pelo pouco que vale o entremez.
António Franco Alexandre in "Duende"
Adeus
Já gastámos as palavras pela rua, meu amor,
e o que nos ficou não chega
para afastar o frio de quatro paredes.
Gastámos tudo menos o silêncio.
Gastámos os olhos com o sal das lágrimas,
gastámos as mãos à força de as apertarmos,
gastámos o relógio e as pedras das esquinas
em esperas inúteis.
Meto as mãos nas algibeiras e não encontro nada.
Antigamente tínhamos tanto para dar um ao outro!
Era como se todas as coisas fossem minhas:
quanto mais te dava mais tinha para te dar.
Às vezes tu dizias: os teus olhos são peixes verdes!
E eu acreditava.
Acreditava,
porque ao teu lado
todas as coisas eram possíveis.
Mas isso era no tempo dos segredos,
era no tempo em que o teu corpo era um aquário,
era no tempo em que os meus olhos
eram realmente peixes verdes.
Hoje são apenas os meus olhos.
É pouco mas é verdade,
uns olhos como todos os outros.
Já gastámos as palavras.
Quando agora digo: meu amor...
já não se passa absolutamente nada.
E no entanto, antes das palavras gastas,
tenho a certeza
de que todas as coisas estremeciam
só de murmurar o teu nome
no silêncio do meu coração.
Não temos já nada para dar.
Dentro de ti
não há nada que me peça água.
O passado é inútil como um trapo.
E já te disse: as palavras estão gastas.
Adeus.
Eugénio de Andrade
Colours
When your face appeared over my crumbled life,
At first I understood only the poverty of what I had.
Then it's particular light on woods, on rivers, on the sea,
Became my beginning in the coloured world in which I had not yet had my beginning.
I am so frightened, so frightened of the revelations, tears, and excitment finishing.
I don't fight it. This fear is my love. I nourish it who can nourish nothing -
Love's slipshod watchman.
Fear hems me in.
I am conscious that these minutes are short and that the colors in my eyes will vanish when your face sets.
Yevgeny Yevtushenko
"Problems cannot be solved by the same level of thinking that created them."
Albert Einstein
Os hologramas são imagens/registos codificados a três dimensões. Não têm existência corpórea real.
Uma empresa espectacular (uau!!!!), amiga dos seus clientes (iupi!!!), atenciosa (bis!!), um exemplo a seguir (palminhas!).
Quem duvidar, tire aqui as suas ilações.
Pela causa, que me é muito cara, e pela atitude, tão despretensiosa quanto importante: a Brigada do Mar.
Obrigada.
O Azinhaga da Cidade deseja a todos os seus leitores e visitantes de passagem um Feliz Natal cheio de prendas, boa comida , algum descanso e de afectos genuínos!
Podia estar a falar da tendência deste blog, mas desta vez refiro-me a um artigo de comprovada utilidade. É o que me traz a senda do Natal. E é sempre de notar que em tempos de crise até a trampa custa 15,07€, não é de graça, o que é que pensa?
"Perguntam-me se já me enganei «completamente» acerca de alguém. Tento encontrar uma resposta. Tive algumas grandes decepções, é verdade. E sempre com pessoas competitivas, cínicas e agressivas. Mas nunca ignorei que fossem competitivas, cínicas e agressivas; não estava completamente enganado. Achei foi que essas pessoas não seriam competitivas, cínicas e agressivas comigo. Não me enganei acerca da natureza delas, enganei-me acerca da natureza."
Há bocado produzi um cagalhão que cheirava a pão quente. Ou dois. Muito bom. Juro. Eu sei, extraordinário. Também produzi um post que é, em si, um autêntico cagalhão. Isto está tudo ligado. Nada acontece por acaso.
E eu aqui a pensar, a pensar, durante anos, quem é que aquelas figurinhas da Ilha de Páscoa me faziam lembrar...
O Azinhaga da Cidade fez quatro anos ontem.
Automático. Sem os malditos pontos de embraiagem que me obrigaram um dia, quando a luz de um semáforo ficou verde, com o carro detrás quase encostado ao meu pára-choques e toda a gente a buzinar desalmadamente, a sair do lugar do condutor, e desesperada pedir à perplexa Citadina "Conduz tu, por favor!"
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