Interessar-me por homens (eroticamente falando) seria mais fácil se eles fossem conversadores compulsivos, se tomassem as rédeas de um diálogo com pulso e me poupassem a trabalheira. Se não ficassem ali especados a olhar para mim com aquele sorrisinho que é sempre o mesmo e lhes está de certeza no código genético. Que quer dizer sempre o mesmo. Ai, o que o óbvio me irrita nem sei dizer! Não importa muito o que dissessem, desde que o proferissem com alguma noção de bom estilo narrativo e acima de tudo, desde que evitassem a todo o custo a ladainha lamecho-primária (acabei de inventar) sobre os meus atributos mais superficiais. Ouvi dizer que os há. E então se a amostra tiver por fonte a blogosfera, eu própria admito que eles são aos montes! Mas nunca se cruzaram comigo in persona. Ou então reservam os virtuosismos intelectuais em exclusividade para o mundo virtual. Ou então são exactamente esses que me ignoram ostensivamente. De qualquer forma, a conclusão é a mesma: a incompatibilidade parece ser incontornável.
A propósito do "à séria" e "a sério" perguntei à minha irmã Rita o que achava.
Ela disse-me que "à séria" pode usar-se uma vez que as corruptelas que caiem no uso comum acabam por se tornar tão normais como as formas literárias mais antigas e clássicas.
Peguntei-lhe, por que razão então não se usava o "prontos", uma vez que é de uso corrente.
Respondeu-me que normalmente são adoptadas as corruptelas com origem nas classes sociais mais altas e não as usadas pela gente comum...
Enfim, dito isto, continuo a ser adepta da expressão "a sério".
1ma - diga à sua irmã que a adopção de formas por marca de uso nada tem a ver com a origem das corruptelas 2as - não é claro que 'à séria' seja corruptela 2as.1 - 'prontos', um bordão, é recente e 'sectorial'; poderia vir a ser adoptado, decorrido o tempo de inserção, embora não seja só o tempo de uso que provoca a cristalização de certas formas.
1- Claro que a adopção de formas é influencida por marcas de uso! E basta ver que se dá o nome de corruptela aos desvios populares e hipercorrecção aos desvios "eruditos". Quando no fundo muitos deles decorrem do mesmo... 2 - não, não é claro que seja uma corruptela. É só pegar na expressão que já existe e dar-lhe um ar mais invulgar e por isso mais erudito. 2.1 ninguém disse que prontos não era um bordão. Mas, tal como à séria, é uma "reinterpretação" de pronto, que é outro bordão. Por sectorial está a querer dizer específico de determinadas camadas sociais? Pronto, é a isso que eu chamo popular. Sim, é possível que venha a ser adoptado pela norma, tal como à séria.
Mana - caem, não caiem.
Não me metam em discussões quando eu própria não me meti... please...