Quinta-feira, 29 de Novembro de 2007
Interessar-me por homens (eroticamente falando) seria mais fácil se eles fossem conversadores compulsivos, se tomassem as rédeas de um diálogo com pulso e me poupassem a trabalheira.
Se não ficassem ali especados a olhar para mim com aquele sorrisinho que é sempre o mesmo e lhes está de certeza no código genético. Que quer dizer sempre o mesmo. Ai, o que o óbvio me irrita nem sei dizer!
Não importa muito o que dissessem, desde que o proferissem com alguma noção de bom estilo narrativo e acima de tudo, desde que evitassem a todo o custo a ladainha lamecho-primária (acabei de inventar) sobre os meus atributos mais superficiais.
Ouvi dizer que os há. E então se a amostra tiver por fonte a blogosfera, eu própria admito que eles são aos montes! Mas nunca se cruzaram comigo in persona. Ou então reservam os virtuosismos intelectuais em exclusividade para o mundo virtual. Ou então são exactamente esses que me ignoram ostensivamente. De qualquer forma, a conclusão é a mesma: a incompatibilidade parece ser incontornável.
Cosmopolita:
Achei piada interessante o ponto de vista que focaliza o potencial de controvérsia do post na expressão “à séria” que em confronto com expressão “a sério” deixará de existir.
Talvez seja assim, mas talvez seja também verdade que podendo não ser a sério, à séria é aquilo que imita alguém que é sério. E assim pode não ser realmente a sério mas ser uma boa aproximação, ser como quem é sério, o que é praticamente sê-lo.
E deixa-me que te diga que à séria e a sério, também intimista mas sem qualquer margem para controvérsia, me pareceu o teu segundo comentário.
Citadina
Talvez possa parecer radical mas no meu caso, interessar-me por homens (eroticamente falando) seria mais fácil se eles fossem mulheres.
É algo para que não tenho a menor competência e que não posso justificar com defeitos ou falhas que neles possa encontrar e nas quais incluiria certamente a ladainha lamecho-primária que inventaste. Não me interessam e pronto.
Não significa isto que não me interesse por homens (intelectualmente, ou emocionalmente falando), estabeleço aliás poucas ou nenhumas diferenças no interesse que me despertam as pessoas em função do género.
O teu post não é realmente controverso. Nem sequer, pelo menos para mim, potencialmente controverso. Talvez por ser intimista e porque os intimismos, pela sua natureza, nunca são genuinamente controversos. Talvez a cosmopolita tenha razão e o maior potencial de controvérsia esteja mesmo e apenas no “à séria”.
Bjs
De -pirata-vermelho- a 4 de Dezembro de 2007
Se a consistência do olhar pagasse imposto a Citadina ficava na penúria ('té dá gosto!)
De -pirata-vermelho- a 4 de Dezembro de 2007
COM AS MINHAS DESCULPAS!
Quis dizer
'Se a consistência do olhar pagasse imposto a Ferónica ficava na penúria ('té dá gosto!)'
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