O chamado "clube dos cinco", em 1884: da esquerda para a direita, Eça de Queiroz, Oliveira Martins, Anthero de Quental, Ramalho Ortigão e Guerra Junqueiro.
Descubra as diferenças...
"Estamos perdidos há muito tempo...
O país perdeu a inteligência e a consciência moral.
Os costumes estão dissolvidos, as consciências em debandada.
Os caracteres corrompidos.
A prática da vida tem por única direcção a conveniência.
Não há princípio que não seja desmentido.
Não há instituição que não seja escarnecida.
Ninguém se respeita.
Não há nenhuma solidariedade entre os cidadãos.
Ninguém crê na honestidade dos homens públicos.
Alguns agiotas felizes exploram.
A classe média abate-se progressivamente na imbecilidade e na inércia.
O povo está na miséria.
Os serviços públicos são abandonados a uma rotina dormente.
O Estado é considerado na sua acção fiscal como um ladrão e tratado como um inimigo.
A certeza deste rebaixamento invadiu todas as consciências.
Diz-se por toda a parte, o país está perdido!"
Eça de Queirós, Revista "Farpas" (1871)
"Um povo imbecilizado e resignado, humilde e macambúzio, fatalista e sonâmbulo, burro de carga, besta de nora, aguentando pauladas, sacos de vergonhas, feixes de misérias, sem uma rebelião, um mostrar de dentes, a energia dum coice, pois que nem já com as orelhas é capaz de sacudir as moscas; um povo em catalepsia ambulante, não se lembrando nem donde vem, nem onde está, nem para onde vai; um povo, enfim, que eu adoro, porque sofre e é bom, e guarda ainda na noite da sua inconsciência como que um lampejo misterioso da alma nacional, reflexo de astro em silêncio escuro de lagoa morta.
[…] Uma burguesia, cívica e politicamente corrupta até à medula, não descriminando já o bem do mal, sem palavras, sem vergonha, sem carácter, havendo homens que, honrados na vida íntima, descambam na vida pública em pantomineiros e sevandijas, capazes de toda a veniaga e toda a infâmia, da mentira à falsificação, da violência ao roubo, donde provém que na política portuguesa sucedam, entre a indiferença geral, escândalos monstruosos, absolutamente inverosímeis no Limoeiro […]
Um poder legislativo, esfregão de cozinha do executivo; este criado de quarto do moderador; e este, finalmente, tornado absoluto pela abdicação unânime do País.
[…] A justiça ao arbítrio da Política, torcendo-lhe a vara ao ponto de fazer dela saca-rolhas;
Dois partidos […] sem ideias, sem planos, sem convicções, incapazes, […] vivendo ambos do mesmo utilitarismo céptico e pervertido, análogos nas palavras, idênticos nos actos, iguais um ao outro como duas metades do mesmo zero, e não se malgando e fundindo, apesar disso, pela razão que alguém deu no parlamento, de não caberem todos duma vez na mesma sala de jantar…"
Guerra Junqueiro, "Pátria" (1896)
Seguimos esta série cá em casa e, de episódio para episódio, maior é a minha aversão ao Dr. House. Poucas vezes me foi dado ver uma pessoa que se distinguisse tanto pela negativa e que tivesse, simultaneamente, tanto e tão inexplicável êxito. É verdade que esse sucesso tem a ver também com toda a equipa. Os actores principais, Lisa Cuddy (Lisa Edelstein), Eric Foreman (Omar Epps), James Wilson (Robert Sean Leonard), Allison Cameron (Jennifer Morrison), Robert Chase (Jesse Spencer), e em papeis secundários, Thirteen (Olivia Wilde), Chris Taube (Peter Jacobson) e Lawrence Kutner (Kal Penn), desempenham na perfeição o seu papel.
Dr. House, o personagem brilhantemente interpretado por Hugh Laurie, como pessoa é absolutamente asqueroso. É um manipulador nato, um ditador desumano e esclavagista, crápula, mentiroso, arrogante, intrusivo, abusador, chantagista, obsceno a nível sexual, intolerável enquanto chefe ou subordinado. Mistura de forma inaceitável e abusiva a vida profissional e pessoal, sua e da sua equipa ou chefias, com a vida profissional e pessoal de todos.
A sua genialidade, enquanto médico especializado em diagnósticos, deixa muito a desejar, pelo menos a mim que não sou médica. Se fossemos ver o custo dos meios de diagnóstico que ele utiliza por paciente, então a medicina teria, de facto, um custo socialmente insuportável. Sobretudo num país como os EUA em que estar doente é um luxo a que poucos se podem permitir.
Gostaria de ver um médico assim, a ter de fazer diagnósticos sem meios para o fazer, como acontece em muitos países do mundo. Aí sim, se mantivesse a genialidade, poderia perdoar-se-lhe algumas das suas fraquezas de carácter. Mas hélàs, o mundo está cheio de Dr. Houses que têm a visibilidade e o poder que têm, porque todos nós lhes damos créditos, elogiando-os e dando-lhes tempo de antena.
Leio regularmente o blogue do Eduardo. Não só porque sou amiga dele há muitos anos, mas também porque, independentemente da divergência de opiniões que possa haver por vezes entre nós, o acho interessante, factual, equilibrado e muito agradável. Eu, que sou viciada em transportes públicos, por razões económicas, sociais, de logística, de saúde, de ordem ambiental e outras, achei as questões que coloca neste seu post fundamentais.
Qual será o futuro das grandes urbes quando uma boa parte da população decidir, e tiver meios para isso, preterir os transportes públicos e optar por automóvel próprio? Qual será o impacto a nível ambiental através da emissão de CO2 e outros gases, a nível da possibilidade, eficácia e rapidez de circulação de pessoas e bens, de reflexo na saúde pública por aumento da poluição e dos níveis de stress e agressividade das pessoas, na economia a nível do consumo de combustíveis e necessidade de permanente construção de estradas, pontes, parques de estacionamento, silos de automóveis, etc.?
Há muito que acho que os países, os governos, as autarquias, as polícias e todas as entidades relacionadas com o trânsito, a nível mundial, se deveriam reunir e encontrar soluções comuns e eficazes para a solução desta "dor de cabeça", como dizem num certo país africano, onde eu, a pé, fazia em 15 minutos o mesmo percurso que um automóvel levava 50 minutos a fazer.
Ganhávamos todos em todo o mundo. É só olhar à nossa volta e fazer as contas.
Li aqui, que Portugal vai reconhecer os casamentos homossexuais celebrados no estrangeiro antes da aprovação da Lei 9/2010 que aqui os permite.
Vá lá, que a retroactividade não se aplique apenas aos impostos, mas também aos direitos fundamentais dos cidadãos, já é uma grande vitória para um país como o nosso!
Filho pródigo, longe dos meus olhos há já 3 meses, após penosas e aturadas diligências no sentido de o acordar e trazer para a mesa do almoço em pijama, às 15h 30m, anuncia após a refeição:
- Bem, então encontramo-nos à hora da próxima refeição.
A Citadina disfarçou um sorriso cúmplice e eu contemplei-o estupefacta.
O guarda-redes da Selecção. Eduardo, tem sido para mim, leiga do futebol, uma grande revelação. É um dos melhores jogadores em campo, não só do ponto de vista técnico, pois já vai no terceiro jogo no Mundial 2010 sem sofrer golos, mas também do ponto de vista humano, pela sua modéstia e por atribuir, e bem, a toda a equipa portuguesa o mérito desta "marca bonita", como lhe chama.
"Acima de tudo vale pelo colectivo. Não sofrer golos é sempre importante, pois temos mais hipóteses de ganhar e dá mais confiança para podermos marcar. Felizmente conseguimos o apuramento que era o principal objectivo e agora é seguir em frente. Mas ninguém faz nada sozinho. A equipa tem feito um trabalho notável, todos defendem e todos atacam, esse é um dos méritos desta equipa", diz ele.
Muitos parabéns pelo comportamento desportivo e ético!
Alguém pode dizer a esta pobre ignorante (em matéria de futebol, claro) se alguma vez, e quando, é que o Cristiano Ronaldo num jogo da Selecção Portuguesa marcou um golinho que fosse contra a equipa adversária?
É que tanto quanto tenho notado, o jogador muda drasticamente de melhor do mundo, quando é pago de forma obscena, para bailarino medíocre e caguinchas quando representa o seu país...
Por este andar, não há dúvida que só mesmo um milagre nos pode levar para além do 2º jogo do Mundial!
Numa altura em que a crise financeira mundial, que atravessa também a Europa da zona euro e a mergulha numa crise de identidade caracterizada, entre outras coisas, pela ausência de uma voz consensual comum, reconhecida e respeitada a nível internacional, pela forte retoma de políticas em que os interesses nacionalistas dos países se sobrepõem aos da União Europeia no seu conjunto, em que a crise da Grécia (e a ameaça de uma crise semelhante em Espanha, Portugal, etc.) faz vacilar toda a zona euro e preconiza o fracasso colectivo do projecto europeu, e em que o atraso na implementação de projectos agregadores e mobilizadores, nomeadamente o plano de resgate da Grécia, coloca em risco o futuro do euro, as questões que se nos colocam, abordadas tanto pelos partidos europeus de esquerda como pelos de direita são muitas e graves.
"Onde está o presidente do Conselho Europeu? O que está a fazer o presidente da Comissão? Existe um líder europeu para gerir a crise grega? Ou estão à espera de que o euro fracasse?", perguntava o deputado europeu francês Philippe Juvin, membro do partido UMP do presidente Sarkozy.
"Com a globalização, a questão é: o que resta do modelo europeu, do posicionamento da Europa na liderança mundial?", disse recentemente o secretário de Estado francês para a UE, Pierre Lellouche.
Daniel Cohn-Bendit, considera a gestão deste assunto catastrófica. Nascido em França mas de nacionalidade alemã desde os 14 anos, dirigente estudantil de extrema esquerda e figura emblemática no Maio de 68 em França, é, desde 1994, deputado europeu pelo partido ecologista alemão Die Grünen, co-presidente do Grupo dos Verdes /Aliança Livre Europeia alemão desde 2002, representante do Partido Verde Europeu desde 2004 e vice presidente do Movimento europeu – França desde 2007. Tendo passado na juventude pela Federação Anarquista e pelo Movimento Noir et Rouge, auto - intitula-se mais tarde de “liberal-libertário”. É dele o slogan do Movimento de Maio de 68 "Somos todos judeus alemães".
Oiçamos a sua intervenção, extremamente honesta e acutilante, neste vídeo em que analisa o papel da União Europeia relativamente à crise grega. “On est quand même complètement hypocrites!” diz ele. É tempo de fazermos uma introspecção rigorosa e de reflectirmos sobre as questões e desafios que se nos colocam, porque Cohn-Bendit tem toda a razão.
Dada a crise, o frio, a preguiça e sobretudo a ausência da Citadina, assisto, enroscada no sofá e perdida de riso, às marchas populares de Lisboa. O cameraman da RTP parace tão fascinado quanto eu por determinados figurantes. A minha auto-estima sobe em flecha ao comparar-me com alguns deles, e a forma empenhada como se abanicam até quase se desmancharem e a cantoria desafinada gritada a plenos pulmões faz-me descer lágrimas de riso pela cara abaixo. Bolas, como somos um povo feio!
De parabéns, no entanto, estão todos os que contribuem para que esta festa aconteça todos os anos: os figurantes dos diversos bairros, os coreógrafos, as associações organizadoras, a Câmara de Lisboa, a RTP, o Malato, etc., enfim, todos os que nela participam de alguma maneira. É uma das tradições que trará, seguramente, mais turistas a Lisboa, que sempre alegra os portugueses e que está cada vez mais bem organizada.
Que me perdoe o Eduardo por lhe roubar o tema desta citação, mas é por uma boa causa. A de ilustrar, mais uma vez, a aplicação prática do princípio de dois pesos e duas medidas em Portugal.
O colarinho branco e a canja da ralé, por José Vítor Malheiros (excertos)
1. Quando alguém mete ao bolso uma coisa que não lhe pertence dizemos que a roubou. Mas há justificações para meter coisas ao bolso. E diferentes nomes para usar nas várias circunstâncias, conforme o estatuto social e político dos autores. Uma senhora bem vestida que meta na carteira um perfume, numa loja elegante, distraiu-se - e um engano toda a gente tem. Uma mulher que o faça num supermercado suburbano comete um furto que a sociedade não pode permitir. E um banqueiro que esconda num offshore os milhões que ganhou por vender títulos tóxicos aos incautos clientes é um pilar da sociedade que contribui para o desenvolvimento económico. Esta é a base da sociedade e querer subvertê-la é fomentar o caos e a anarquia. E o sistema judicial existe para garantir a sua subsistência.
Quando um deputado rouba alguma coisa também não se trata exactamente de roubo-roubo, como se fosse um maltrapilho qualquer. Pode dizer-se que o deputado se apropriou, tirou ou "roubou" e "furtou", mas entre aspas.
2. As medidas de contenção das prestações sociais recentemente apresentadas pelo Governo no âmbito do PEC têm de ser lidas à luz da mesma lógica, que distribui direitos e deveres de acordo com os méritos das pessoas: seria impensável pedir a pessoas de posses, a pessoas de qualidade, a pessoas daquelas de que o país não pode prescindir, que pagassem a crise provocada pelos actos de contabilidade criativa que os corretores e os banqueiros fizeram nos últimos anos e pelos buracos orçamentais criados para colmatar os défices dos bancos. Como o seria combater a fuga de capitais para os paraísos fiscais, ou a fuga ao fisco de pessoas que não sejam trabalhadores por conta de outrem. Tratar-se-ia de uma violência psicológica insuportável.
Os pobres já estão habituados a poupar e a apertar o cinto e quase não vão notar a diferença. Os ricos não o sabem fazer. Fá-lo-iam mal. Os desempregados, os recipientes do rendimento mínimo, os trabalhadores precários são peritos na arte de rapar o tacho. Fazem-no há anos, há gerações, há séculos. E atingiram uma eficiência que um banqueiro nunca conseguiria. E, em alturas de crise, temos de apostar na eficiência, temos de entregar a cada um as tarefas que melhor desempenham. Alguém pensa que um gestor de uma grande empresa poderia viver com 1000 euros? Nem vale a pena tentar. Um pobre consegue alimentar uma família de seis com 800 euros. Sabe fazer canja de miúdos de frango e um guisado com um osso de vaca, sabe quais são os medicamentos da receita que não precisa de aviar, conhece as lojas onde pode comprar sapatos e sabe remendar a roupa. Ninguém o faz tão bem como os pobres. É o talento da ralé. Por que se há-de tentar que sejam os ricos a pagar mais impostos e a gastar menos?
Ou de como se aplica ao povo português a expressão "passarinhos e pardais não somos todos iguais" . Ou ainda sobre como esta crise não é para todos.
Caricatura tirada daqui
Tem-me deixado fora de mim, de forma proporcional à minha impotência e à impunidade da pessoa em questão, toda esta confusão entre Igreja Católica e Estado português. Aquando da visita do papa, para onde quer que se sintonizasse a TV, era padralhada por tudo quanto é sítio, saias até aos pés, cruzes ao peito e cintos púrpura, terços e ladainhas, e o Presidente de Portugal, eleito por maioria (da qual, t’a livra!, não faço parte), mais a D. Maria, com ar de beata voluntariosa e decidida, que acompanharam todos os momentos da visita do tótó.
Causou-me uma profunda repugnância todo este circo, que me lembrou os tristes tempos da ditadura em que Salazar e Cerejeira andavam de braço dado e vendiam ao povo português que o sofrimento na terra era necessário e solidário com o de Cristo e recompensado com o Paraíso após a morte. Gente atrasada, reaccionária, hipócrita e preconceituosa. Malfeitores do lado do Estado Novo e da Igreja. Como uma vez disse a minha avó a uma freira que nos foi pedir esmola para os pobres: “Pobres, minha senhora, são estas crianças que têm o pai preso pelo crime de pensar! E cúmplice é a igreja que vergonhosamente apoia quem os prende e tortura!”.
Indignação causou-me ainda o facto de ter sido Cavaco a convidar o papa, que só nos veio causar despesas e incómodos ainda por cima numa altura de crise tão grave, e ainda mais o facto de, na despedida deste, ter falado em nome de todos os portugueses para agradecer a dita visita! Que eu saiba, segundo o Censo da ICAR, em Portugal há 2 milhões de católicos em 10 milhões de pessoas, ou seja, representam apenas 20% da população. Que direito tem Cavaco de falar em nome dos 80% que não são católicos? Quem lhe passou procuração para tal e se não a tem, como ousa abusar da sua posição e transformar a maioria da população de um Estado laico em seguidores da ICAR?
Temo que toda esta abusiva atitude de Cavaco esteja relacionada, não só com o seu desmedido desejo de ser reeleito presidente, mas também com a possibilidade de ele vetar esta noite o diploma que permite o casamento entre pessoas do mesmo sexo em Portugal. Hoje, dia Mundial contra a Homofobia, veremos se assim é ou se poderemos finalmente considerar que em Portugal "casamento é o contrato celebrado entre duas pessoas que pretendem constituir família mediante uma plena comunhão de vida". Ámen!
Um dos lemas que a ICAR segue é o de que a melhor defesa é o ataque. Numa altura em que em muitos países católicos se faz ouvir o coro de milhares de vozes das vítimas de pedofilia (crianças indefesas, muitas delas carenciadas e até deficientes) por parte de padres católicos, numa altura em que nos EUA, com base nomeadamente num documento secreto interno da igreja (Crimen Sollicitationis), que instrui bispos como lidar com acusações de abusos sexuais cometidos por padres nas suas paróquias, há quem acuse o Papa de liderar o "encobrimento de casos de pedofilia", o que vem ele dizer em Fátima?
Vem dizer que a profecia do 3º segredo de Fátima revelado em 2000 já falava dos sofrimentos que o Papa viria a experimentar, nomeadamente aquele que vem de dentro da Igreja e que tem a ver com a pedofilia exercida por padres católicos e encoberta durante décadas pela Igreja. Quer dizer, passam de agressores a vítimas, utilizando a fé das pessoas para branquearem os crimes cometidos. E, quando se falou na possibilidade de confrontação do Papa com estes crimes, aquando desta visita a Portugal, o cardeal José Saraiva Martins teve o desplante de dizer que "em Portugal, como noutros países, há uma campanha muito bem organizada para atacar a Igreja"! Perdoai-lhes Senhor, que eles não sabem o que fazem!
Como Chefe de um Estado, o Vaticano, o Papa vem, insurrecta e desrespeitosamente, exortar os fiéis de um outro Estado, laico e democrático, a condenar leis, aprovadas no seu parlamento por maioria, de despenalização da interrupção voluntária da gravidez e de aprovação do casamento homossexual como podem comprovar aqui. Ou seja, opta por uma atitude de ingerência intolerável na regulação totalitarista da sociedade civil de um Estado que não dirige nem representa, quando nem sequer consegue pôr ordem dentro da sua própria casa!
Como ele ainda anda por aí e eu me recuso a fazer parte dessa corja de beatos, continuemos com a digressão musical. Quem não se lembra de Herbert Von Karajan, O Maestro, quando A Orquestra era a Filarmónica de Berlim e os LPs de música clássica tinham de ser gravados pela Deutsche Grammophon? Vejam-no a ensaiar, com toda a sua exacerbada e invulgar sensibilidade e espantosa capacidade de explicar e transmitir o que queria. Recordem-no depois a dirigir uma orquestra, como só ele era capaz de o fazer. Acreditem que vale a pena.
Ensaio da 4ª sinfonia de Schumann
Beethoven Symphony No. 9 in D Minor, Op. 125
Beethoven's 5th Symphony. Part 1 (Movements 1 and 2)
Porque Portugal é um Estado laico e é imoral obrigar o seu povo a esta palhaçada em que o Estado e a ICAR andam pornograficamente embrulhados, oiçam um dos cantores ao som de cuja voz cresci. Não vos lembra as Caraíbas e as Antilhas, piratas, rum e tufões? Senhoras e senhores, eis Harry Belafonte!
Try to remember
Harry Belafonte & Nat King Cole sing Mama Look a Boo-Boo
Matilda
Como dizia ali no telejornal uma das vendedoras altamente prejudicadas pela vinda do papa (os desígnios do Senhor são insondáveis!) “podiam ter levado o papa para outro lado qualquer”. Acedendo ao pedido dela, façamos de conta que o papa não vem cá, que não vai haver uma cobertura televisiva alargada durante 4 dias em todos os canais, nem fecho de ruas ou desvios de trânsito e continuemos a ouvir Jazz. Senhoras e senhores, tenho a honra de vos apresentar um dos conjuntos que mais me surpreendeu quando apareceu há muitos anos: “Jacques Loussier Trio”. Oiçam-no a tocar os clássicos em jazz e pasmem.
Toccata & Fugue in D Minor
Arabesque
Pastorale in C Minor
Quem nunca ouviu David Brubeck, tem aqui a oportunidade de ver o que perdeu. Senhoras e senhores, oiçam-no e fiquem numa boa mood!
Take Five
Take the “A” train
40 days
I’m in a dancing mood
It’s a raggy waltz
Tenho o prazer de vos apresentar a mulher que foi considerada a melhor cantora de gospel do mundo!
Senhoras e senhores: Ms. Mahalia Jackson! Enjoy it.
Pela 1ª vez, desde que foi anunciada a visita do papa a Fátima, vi aqui uma notícia com interesse. O padre Mário de Oliveira, director do jornal Fraternizar, veio dizer à boca cheia, que as aparições de Fátima nunca existiram, que os pastorinhos foram vítimas de uma montagem feita pelo clero de Ourém, montagem essa que teria tido para as três crianças consequências tão graves quanto as da pedofilia, e que essa farsa teria feito de Fátima uma galinha de ovos de ouro para a Igreja em Portugal e para o Vaticano. Finalmente vejo que eu e um membro do clero comungamos, por assim dizer, a mesma opinião sobre esta história da carochinha.
* Desculpem, mas sou alérgica a acordos ortográficos e ainda escrevo "história" como aprendi na escola.
Temos assistido nos últimos tempos à intimidação de países limítrofes da União Europeia, através de ataques externos à sua economia. Começou pela Grécia, cujo Governo teve muitíssima culpa no criar da "causa próxima" (o facto, como se diz aqui, de a Alemanha desrespeitar os compromissos europeus, não desculpa os gregos nem os liberta da sua responsabilidade), segue-se aparentemente Portugal, a Espanha, a Irlanda e por aí fora. Basicamente o mote é "Dividir para reinar". Ou dar cabo da Zona Euro para valorizar o dólar.
Alguém me sabe dizer o que acontecerá a nível internacional quando e se algum dos credores da dívida externa dos EUA, em que a China está em 1º lugar e o Brasil em 5º, como podem ver aqui, decidir cobrá-la?
Há muito que se fala na substituição, no cenário mundial, dos países protagonistas mais ricos e na substituição do dólar como moeda de referência internacional. O economista Jim O'Neill da Goldman Sachs chamou BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China) a estes quatro países que têm em comum um crescimento recente muito rápido da sua economia, que somam mais de 25% da área do planeta, 15% da economia global, que representam mais de 40% da população mundial e que, em conjunto, querem alterar os mecanismos financeiros mundiais por forma a manter a estabilidade do sistema financeiro internacional global. Os seus líderes reuniram-se dia 16 de Abril último em Brasília para estudar a reforma das instituições internacionais e a criação de uma moeda de referência alternativa ao dólar, por forma a tornar a economia menos vulnerável às crises, para acordar o financiamento de projectos comuns e a criação de oportunidades de investimento, utilizando as moedas dos seus próprios países e sem recorrer ao dólar, e ainda para promover o diálogo com o Irão em vez de pressionar este país com sanções económicas como desejam os EUA e seus aliados. Como alegadamente terá dito Lula da Silva ao presidente chinês, essas sanções prejudicam mais a população do que os dirigentes do Irão.
Será que está a haver aqui, por parte das agências de rating ao estabelecer o terror financeiro, uma manobra de diversão para travar estas medidas ou para as catalisar, tendo por base a possibilidade do desaparecimento do dólar como moeda de referência?
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