Pela causa, que me é muito cara, e pela atitude, tão despretensiosa quanto importante: a Brigada do Mar.
Obrigada.
"A REFER e o Ministério das Obras Públicas, Transportes e Comunicações tem previsto a construção duma linha ferroviária de mercadorias entre Sines e o Caia, com ligação a Espanha.
Nesta linha está igualmente previsto efectuar a ligação entre Sines e Grândola, através dum traçado em diagonal que irá "cortar" o concelho desde a Aldeia do Pico a Melides.
Este cenário é extremamente lesivo para o Concelho de Grândola, para a toda a Região do Alentejo Litoral e para o país, na medida que a construção deste eventual traçado que para além de ser contrária e contraditória com o modelo de desenvolvimento que tem vindo a ser apadrinhado pelo próprio Governo pois passa junto a um projecto PIN e três Áreas de Desenvolvimento Turístico, iria destruir milhares de sobreiros (estima-se cerca de 10.000!!) dum dos melhores montados do Mundo, iria retalhar terrenos e propriedades seculares e principalmente iria atingir as localidades de Paragem Nova, Aldeia do Pico e Vale Figueira, passando por cima de habitações onde residem diversas famílias há diversas gerações.
Se estes argumentos não fossem já por si bastante relevantes, existe ainda a questão técnica do traçado que deve ter sido estudada por uma mente iluminada que tem como passatempo o esbanjar do dinheiro dos contribuintes, visto que a morfologia do terreno iria obrigar à construção de diversas "obras de arte" como túneis, pontes e viadutos.
Mais confuso tudo fica, se nos recordarmos que existe actualmente uma linha entre Sines e Ermidas que foi recentemente requalificada, sendo que apenas seria necessário transformá-la para a bitola Europeia, com uma redução drástica do investimento, com uma redução drástica no impacto ambiental, com uma redução drástica do impacto socioeconómico.
Por todas estas razões estamos frontalmente contra a construção da ligação ferroviária entre Sines e Caia com um traçado que atravesse o Concelho de Grândola, sendo esta petição uma das primeiras acções de contestação caso o traçado em estudo seja o escolhido."
Esta petição pode ser assinada aqui. Portugal já está demasiado estragado.
Saba significa "sete" em swahili, dia do seu nascimento, em Junho de 1970, no Quénia. Tal como o seu pai, dedica a vida à zoologia e conservação da natureza em geral e ao estudo comportamental dos elefantes em particular.
Pode ser vista em variadíssimos documentários da BBC sobre vida selvagem, nos habituais canais para nerds da vida selvagem (nerds como eu).
E se Tanya Streeter é linda, Saba é simplesmente de cair para o lado. (Toda a gente tem as suas movie stars favoritas e eu também, estas).
Mais sobre Saba Douglas-Hamilton aqui.
Pode ver-se em canais como o National Geographic, o Odisseia ou o BBC Vida Selvagem. E quando isso acontece, eu não consigo tirar os olhos da televisão, onde interessa bem menos a sua aparência (maravilhosa, pronto) do que o que ela diz e o que ela faz.
Mais sobre Tanya Streeter aqui.
A impala é o antílope mais comum no Kruger Park. Os grupos familiares têm normalmente vinte a trinta animais. A época de acasalamento é no Outono austral, ou seja, em Maio. Os jovens machos abandonam os seus grupos para definirem territórios próprios onde acasalarão com várias fêmeas. As crias nascem todas na mesma altura, dado que a época de acasalamento é só uma, o que providencia melhor defesa contra predadores. Os grupos alimentam-se por turnos, havendo sempre impalas de cabeça levantada perscrutando todas as direcções, alerta para possíveis perigos, enquanto outras estão de cabeça baixa alimentando-se de ervas junto ao chão.
Dizem que as suas listras são como as nossas impressões digitais: únicas.
Têm sempre um aspecto bem alimentado porque acumulam uma grande quantidade de gases que lhes avolumam o estômago.
Três dias no Kruger Park, África do Sul, onde à beira da estrada (chamemos-lhe assim) se vêem girafas mordiscando as copas das árvores, chitas passeando com lassidão, rinocerontes brancos encaracolando a cauda em sinal de desagrado pela nossa presença, leões observando-nos com interesse, babuínos catando-se, pitons africanas em busca da próxima refeição, águias imponentes sobrevoando a savana.
Por oposição a placards publicitários, sinalização de trânsito, lixo, postes de alta tensão, torres de telecomunicações, sirenes, excesso de gases carbónicos.
Um variação inesquecível.
Há anos que eu tento transmitir esta ideia ao pessoal lá de casa: como colocar correctamente o papel higiénico no suporte. Agora a ciência vem-me dar razão, claro.
(via Farpas e Bitaites)
Há gente que age como se tivesse acabado de chegar directamente da selva mais profunda ao meio da civilização, onde então se encontra pela primeira vez.
É o caso das pessoas que abrem carreiros na relva de um jardim público para - atenção, vejam bem a grande espertice e a poupança de tempo infinita - andar menos 10 metros.
Em vez de irem dar a volta pelo caminho feito de propósito para as pessoas, não, qual quê, isso é muito longe e dá muito trabalho, portanto seguem sempre a direito, como bois.
E assim esventram um relvado, cortando-o ao meio e deixando-lhe uma horrorosa cicatriz feita de terra, pó e, muitas vezes, lixo.
Uau. É o único vocábulo que me ocorre dizer que não é considerado ordinário.
Essa gente devassa o bem público com método e perseverança até que esteja tudo com um aspecto nojento.
Possuem aquela mentalidade protozoária que lhes repete ideiazinhas limitadas como "não é meu, não faz mal estragar". Na sua condição de amibas, não alcançam compreender que por acaso aquilo até é deles, e por acaso até pagaram para ter aquele bem. Foi um pagamento indirecto, mas saiu-lhes do bolso na mesma.
No entanto, os pobres de espírito nunca sentiram a textura dessas notas na mão e para raciocínios limitados como os deles, isso corresponde à inexistência desse dinheiro.
Por isso, continuam a escarrar para o chão de cimento que deviam usar para circular, e a caminhar pelo meio do jardim público para pouparem dez passadas e cinco segundos. Uau.
Quando é que as auroridades locais vão acordar para esta janela de oportunidade de fazer receitas extra de uma forma justa (ou seja, sem ser através de licenças de construção de mamarrachos) e de aumentar os níveis de emprego nas suas localidades?
Bastava criar uma "EMEL" (um bocadinho melhor gerida que a original, de preferência), ir buscar uns desempregados aos centros de emprego para transformar em fiscais e pagar-lhes com a receita das muitas multas certas que concerteza gerariam diariamente. Vá lá, vocês conseguem.
Já defendi anteriormente neste blog a importância crescente das organizações de defesa de cidadãos e das associações ambientais. A Quercus e a Geota apresentaram uma queixa nas instâncias europeias e interpuseram uma providência cautelar em Maio de 2006 relativamente à construção de dois dos três complexos turísticos aprovados pelo Governo em áreas protegidas, nomeadamente no Sítio de Importância Comunitária (SIC) Comporta/Galé, concelhos de Grândola e Alcácer do Sal.
São eles a Herdade Costa Terra (1.350 hectares, ocupando 200 hectares na construção de 204 moradias, três hoteis, 5 aparthotéis, quatro aldeamentos turísticos e quatro condomínios de apartamentos de luxo, zonas de lojas e escritórios, um campo de golfe de 18 buracos, um centro hípico, dois campos de ténis, uma clínica de medicina desportiva, geriatria e talassoterapia, dois clubes de um fórum comercial e um centro ecuménico); a Herdade do Pinheirinho (8000 hectares, ocupando 120 hectares com construção de dois hotéis, três aldeamentos turísticos, quatro aparthotéis e 204 moradias, um espaço comercial e 90 hectares com um campo de golfe de 27 buracos); e a Herdade da Comporta (12 500 hectares, com a ocupação de 742 hectares de construção, dos quais 365 no concelho de Alcácer do Sal e 377 no de Grândola que incluem 14 aldeamentos turísticos, 250 moradias e três campos de golfe, 6 hotéis, 2 aparthotéis).
Os complexos turísticos mencionados abrangem assim cerca de 1.200 hectares de construção junto às praias, a meia dúzia de km uns dos outros, que incluem cinco campos de golfe, 21 aldeamentos turísticos, 658 moradias e 22 hotéis e aparthotéis, representando um total de mais de 16.000 camas. Para quem conhece esta região do litoral alentejano pode imaginar o que isto significa em termos de descaracterização destas zonas e de impacto ambiental. Ainda por cima ficam em plena Rede Natura 2000 (Herdade do Pinheirinho e Herdade Costa Terra), ou Rede Natural/Reserva Natural do Estuário do Sado/Reserva Ecológica Nacional/Reserva Agrícola Nacional (Herdade da Comporta)!
Apesar de o Ministério do Ambiente e do da Economia serem da opinião de que há utilidade pública nestes projectos PIN (Potencial Interesse Nacional) , as obras foram suspensas pelo Tribunal Fiscal e Administrativo de Lisboa em Fevereiro deste ano.
Além disso a Comissão Europeia abriu este mês um processo de infracção contra Portugal pela falta de medidas de protecção ambiental e incorrecções das avaliações de impacto ambiental feitas, uma vez que “descuraram os impactos negativos dos projectos nos habitats e espécies prioritárias do SIC, não avaliaram os impactos cumulativos dos diversos projectos nem os impactos cumulativos com outros projectos previstos para o mesmo sítio, além de não terem analisado devidamente soluções alternativas”.
O ministro do Ambiente, Nunes Correia, garantiu entretanto que o Governo cumpriu todas as regras comunitárias na aprovação, que “os estudos de impacto ambiental foram feitos com grande rigor” e ainda que não tem dúvidas de que “tudo se vai esclarecer”, ficando “a seu tempo” o problema resolvido.
A este propósito quero recordar aqui o que disse Maria José Morgado nas jornadas de divulgação do estudo sobre o fenómeno da corrupção em Portugal. A magistrada considera “urgentíssima” a incriminação das condutas contra o ordenamento do território e defende a consagração no Código Penal da figura do “crime urbanístico”, tal como sucede em Espanha. Com a não criminalização das condutas contra o território, “mantemos em Portugal um ‘offshore’ do crime económico”.
Se pensarmos que no estudo referido acima 29,8% das queixas de corrupção activa por área de actividade dizem respeito ao sector da construção civil e obras públicas, e que a administração local - Câmaras Municipais e os órgãos do poder autárquico - estão em 1º lugar na lista dos mais investigados por corrupção, representando 50 por cento dos casos denunciados em matéria de corrupção passiva, então podemos perceber as consequências da transferência do poder de delimitação da REN para as autarquias!
Sobre isto vale a pena ler este post do Zero de Conduta, bem como o comentário ao post feito por Daniel Abreu.
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