Radiante por ter descoberto que consigo finalmente escrever no blogue, enquanto trabalho pela noite fora, vou ouvindo música brasileira. Para os caros bloguistas ainda acordados a esta hora e a deambular pela net fica aqui um bom conselho. Do Chico, pois de quem haveria de ser?
A noite continua e a música também. Acompanhem-me nesta digressão musical com os Queen e o espantoso Fred Mercury.
A trabalhar no meu computador pela noite dentro, a televisão desligada (não gosto de intrusos em casa), oiço um dos meus velhos grupos preferidos, os Vaya com Dios. Se gostam deles, sintonizem o vosso PC com o meu e oiçam.
Aqui deixo uma canção para as pessoas defendidas e cautelosas ouvirem e reflectirem.
Fui ver no outro dia um filme do qual saí a tremer pelo impacto que me causou. Nele se fala, por vezes, em russo, o que me trouxe à memória uma época da minha vida em que a língua russa se sobrepôs à minha língua materna, pois só pensava, sonhava, falava, lia e escrevia nessa língua. Conheço bem esse povo e a sua alma, talvez por isso, também, goste tanto de Visotsky.
Dele, deixo-vos duas outras canções: "Песня о Друге" e "Ну вот, исчезла дрожь в руках". São dedicadas às pessoas que praticam como desporto radical o alpinismo e as escaladas, pondo à prova a sua solidariedade para com os outros membros da equipa e também, individualmente, a sua própria coragem, determinação e forças. O segundo vídeo não tem nada a ver com o tema, mas é onde melhor se ouve a voz de Visotsky. Espero que gostem.
Poucas pessoas em Portugal conhecem Vladimir Visotsky , que teve uma dimensão humana invulgar e multifacetada. Foi um actor de teatro e cinema notável, um compositor, poeta e cantor, que se tornou num ícone ao encarnar a alma do povo soviético na sua componente afectiva, social e política. Não foi, por isso, uma pessoa querida do sistema políico que vigorava na URSS de então. O seu terceiro e último casamento foi com Marina Vlady em 1969. Morreu em 1980 com 42 anos. Deixo-vos com uma canção dele da qual gosto particularmente.
Desde os meus dez anos que sempre associei este concerto à inquietação, desassossego, crescendo, êxtase da entrega e paz que se segue num processo de enamoramento e amor. Ainda hoje me comovo quando o oiço. É conhecida como Concerto Aranjuez a parte de Adagio do Concerto de Guitarra de Rodrigo e a versão de que mais gosto é esta, interpretada por Narciso Yepes. Espero que gostem também.
Esta semana acordei a pensar na Joan Baez, mulher emblemática que encheu toda a minha juventude com as suas canções.
Hoje, que é o primeiro dia do resto da minha vida, queria deixar-vos aqui uma música do Simon & Garfunkel, cantada por ela, que representa o fim de um ciclo.
Como ele ainda anda por aí e eu me recuso a fazer parte dessa corja de beatos, continuemos com a digressão musical. Quem não se lembra de Herbert Von Karajan, O Maestro, quando A Orquestra era a Filarmónica de Berlim e os LPs de música clássica tinham de ser gravados pela Deutsche Grammophon? Vejam-no a ensaiar, com toda a sua exacerbada e invulgar sensibilidade e espantosa capacidade de explicar e transmitir o que queria. Recordem-no depois a dirigir uma orquestra, como só ele era capaz de o fazer. Acreditem que vale a pena.
Ensaio da 4ª sinfonia de Schumann
Beethoven Symphony No. 9 in D Minor, Op. 125
Beethoven's 5th Symphony. Part 1 (Movements 1 and 2)
Porque Portugal é um Estado laico e é imoral obrigar o seu povo a esta palhaçada em que o Estado e a ICAR andam pornograficamente embrulhados, oiçam um dos cantores ao som de cuja voz cresci. Não vos lembra as Caraíbas e as Antilhas, piratas, rum e tufões? Senhoras e senhores, eis Harry Belafonte!
Try to remember
Harry Belafonte & Nat King Cole sing Mama Look a Boo-Boo
Matilda
Como dizia ali no telejornal uma das vendedoras altamente prejudicadas pela vinda do papa (os desígnios do Senhor são insondáveis!) “podiam ter levado o papa para outro lado qualquer”. Acedendo ao pedido dela, façamos de conta que o papa não vem cá, que não vai haver uma cobertura televisiva alargada durante 4 dias em todos os canais, nem fecho de ruas ou desvios de trânsito e continuemos a ouvir Jazz. Senhoras e senhores, tenho a honra de vos apresentar um dos conjuntos que mais me surpreendeu quando apareceu há muitos anos: “Jacques Loussier Trio”. Oiçam-no a tocar os clássicos em jazz e pasmem.
Toccata & Fugue in D Minor
Arabesque
Pastorale in C Minor
Quem nunca ouviu David Brubeck, tem aqui a oportunidade de ver o que perdeu. Senhoras e senhores, oiçam-no e fiquem numa boa mood!
Take Five
Take the “A” train
40 days
I’m in a dancing mood
It’s a raggy waltz
Tenho o prazer de vos apresentar a mulher que foi considerada a melhor cantora de gospel do mundo!
Senhoras e senhores: Ms. Mahalia Jackson! Enjoy it.
Posso também, apesar da falta de tempo, continuar a dar conselhos de graça e a testar uma certa teoria religioso-esotérica que apregoa que para ter basta pedir (e como eu gosto de testar esse género de teorias).
E eu gostava muito de ter a obra completa da Amy Winehouse que, pelo que sei, nem é assim tão extensa, em cópia autorizada pela editora, ou seja, com a capa, o folheto e as caixas dos CDs, sem ser uma cópia foleira sacada da Internet, desfigurada por inscrições a caneta de feltro com tinta permanente que fariam vomitar os copistas italianos.
Não sei se estão a ver a ideia. Nunca ninguém disse que este blog tinha de ser útil. A não ser, claro, para mim.
Interrompo as minhas férias de blog para escrever este post na necessidade de registar a primeira vez que o Rui Reininho me fez rir à gargalhada (sem ser das letras das canções dele) quando confessou, num programa televisivo chamado "Dá-me música" (nem vou explicar porque é que estou a ver isto, para quê, estou de férias, posso tudo), que durante anos pensou que aquele verso da letra dos Xutos e Pontapés "um pouco de fé" era "um porco de pé".
Faz sentido (desta vez não só para ele).
A carga pronta metida nos contentores
Adeus aos meus amores que me vou
P'ra outro mundo
É uma escolha que se faz
O passado foi lá atrás
(...)
É a escolha que se faz
O passado foi lá atrás
E nasce de novo o dia
Nesta nave de Noé
Um pouco de fé.
Obrigada, cunhada Rita! ;)
Sempre fiel à minha linha de actuação natural, insisto em viver fora do momento, como aconteceu ontem à noite, quando fugia do lixo televisivo assistindo ao North by Northwest, ignorando ostensivamente todos os noticiários, o que neste caso não altera nada porque o rei está morto e o seu legado definitivo.
Não era o meu rei, toda a gente (da minha família, pronto) sabe que o meu rei era Freddie Mercury, mas ainda assim, não deixa de ser uma referência musical incontornável da minha geração. E mais um que passa agora do reino dos mortais para o dos imortais.
I wish I was a fisherman
Tumblin on the seas
Far away from dry land
And its bitter memories
Casting out my sweet line
With abandonment and love
No ceiling bearin down on me
cept the starry sky above
With light in my head
You in my arms
Woohoo!
I wish I was the brakeman
On a hurtlin fevered train
Crashing a-headlong into the heartland
Like a cannon in the rain
With the beating of the sleepers
And the burnin of the coal
Counting the towns flashing by
In a night thats full of soul
With light in my head
You in my arms
Woohoo!
Well I know I will be loosened
From bonds that hold me fast
That the chains all hung around me
Will fall away at last
And on that fine and fateful day
I will take me in my hands
I will ride on the train
I will be the fisherman
With light in my head
You in my arms
in Fisherman Blues, The Waterboys, 1988
As máscaras, os tubos, as barbatanas, o canivete suíço, a máquina fotográfica, as teleobjectivas, o tripé, o porta-moedas à prova de água onde também cabem notas, cartões e chaves, vários livros, guias de viagem.
Desde que isto me caiba na mala, tudo o resto pode ficar.
Barco Vai de Saída e outras canções que falam de viagens e de amores - Fausto ao vivo para vossas mercês, os estimados leitores, por ora feitos ouvintes.
O barco vai de saída
O barco vai de saída
Adeus ao cais de Alfama
Se agora vou de partida
Levo-te comigo ó cana verde
Lembra-te de mim ó meu amor
Lembra-te de mim nesta aventura
P'ra lá da loucura
P'ra lá do Equador
Ah mas que ingrata ventura
Bem me posso queixar
da Pátria a pouca fartura
Cheia de mágoas ai quebra-mar
Com tantos perigos ai minha vida
Com tantos medos e sobressaltos
Que eu já vou aos saltos
Que eu vou de fugida
Sem contar essa história escondida
Por servir de criado essa senhora
Serviu-se ela também tão sedutora
Foi pecado
Foi pecado
E foi pecado sim senhor
Que vida boa era a de Lisboa
Gingão de roda batida
corsário sem cruzado
ao som do baile mandado
em terra de pimenta e maravilha
com sonhos de prata e fantasia
com sonhos da cor do arco-íris
desvaira se os vires
desvairas magias
Já tenho a vela enfunada
marrano sem vergonha
judeu sem coisa nem fronha
vou de viagem ai que largada
só vejo cores ai que alegria
só vejo piratas e tesouros
são pratas, são ouros,
são noites, são dias
Vou no espantoso trono das águas
vou no tremendo assopro dos ventos
vou por cima dos meus pensamentos
arrepia
arrepia
e arrepia sim senhor
que vida boa era a de Lisboa
O mar das águas ardendo
o delírio do céu
a fúria do barlavento
arreia a vela e vai marujo ao leme
vira o barco e cai marujo ao mar
vira o barco na curva da morte
e olha a minha sorte
e olha o meu azar
e depois do barco virado
grandes urros e gritos
na salvação dos aflitos
estala, mata, agarra, ai quem me ajuda
reza, implora, escapa, ai que pagode
rezam tremem heróis e eunucos
são mouros são turcos
são mouros acode!
Aquilo é uma tempestade medonha
aquilo vai p'ra lá do que é eterno
aquilo era o retrato do inferno
vai ao fundo
vai ao fundo
e vai ao fundo sim senhor
que vida boa era a de Lisboa.
Foi Por Ela
Foi por ela que amanhã me vou embora
ontem mesmo hoje e sempre ainda agora
sempre o mesmo em frente ao mar também me cansa
diz Madrid, Paris, Bruxelas quem me alcança
em Lisboa fica o Tejo a ver navios
dos rossios de guitarras à janela
foi por ela que eu já danço a valsa em pontas
que eu passei das minhas contas foi por ela
Foi por ela que eu me enfeito de agasalhos
em vez daquela manga curta colorida
se vais sair minha nação dos cabeçalhos
ainda a tiritar de frio acometida
mas o calor que era dantes também farta
e esvai-se o tropical sentido na lapela
foi por ela que eu vesti fato e gravata
que o sol até nem me faz falta foi por ela
Foi por ela que eu passo coisas graves
e passei passando as passas dos Algarves
com tanto santo milagreiro todo o ano
foi por milagre que eu até nasci profano
e venho assim como um tritão subindo os rios
que dão forma como um Deus ao rosto dela
foi por ela que eu deixei de ser quem era
sem saber o que me espera foi por ela.
Letras de Fausto Bordalo Dias.
Às vezes acontece, muitas coisas sem relação alguma encontrarem-se num ponto comum.
O vídeo abaixo é um desses casos, numa interpretação pessoal, claro. Mas o que é a vida, senão pessoal?
(...pausa para porem a tocar...)
A belíssima melodia foi evidenciada pelo filme Closer (Mike Nichols, 2004), que a Cosmo já referiu aqui e aqui. Um filme que nos impressionou porque aborda questões complexas do amor e da sexualidade sem cair nos facilitismos do julgamento moral, com uma profundidade terrível, despida, invulgarmente realista. Uma perspectiva rara, portanto.
Agora Seu Jorge e Ana Carolina, aquela que comeu a madona, dois brasileiros cujas carreiras artísticas sempre tive pena de não conhecer (nem bem nem mal), apresentam-se-me juntos interpretando a canção de Damien Rice e colando-lhe uma letra com ADN brasileiro, enchendo-a assim do calor tropical e sensualidade que faltaram ao intérprete original.
E é por isso que eu não vou parar... de ouvir.
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