Um dos lemas que a ICAR segue é o de que a melhor defesa é o ataque. Numa altura em que em muitos países católicos se faz ouvir o coro de milhares de vozes das vítimas de pedofilia (crianças indefesas, muitas delas carenciadas e até deficientes) por parte de padres católicos, numa altura em que nos EUA, com base nomeadamente num documento secreto interno da igreja (Crimen Sollicitationis), que instrui bispos como lidar com acusações de abusos sexuais cometidos por padres nas suas paróquias, há quem acuse o Papa de liderar o "encobrimento de casos de pedofilia", o que vem ele dizer em Fátima?
Vem dizer que a profecia do 3º segredo de Fátima revelado em 2000 já falava dos sofrimentos que o Papa viria a experimentar, nomeadamente aquele que vem de dentro da Igreja e que tem a ver com a pedofilia exercida por padres católicos e encoberta durante décadas pela Igreja. Quer dizer, passam de agressores a vítimas, utilizando a fé das pessoas para branquearem os crimes cometidos. E, quando se falou na possibilidade de confrontação do Papa com estes crimes, aquando desta visita a Portugal, o cardeal José Saraiva Martins teve o desplante de dizer que "em Portugal, como noutros países, há uma campanha muito bem organizada para atacar a Igreja"! Perdoai-lhes Senhor, que eles não sabem o que fazem!
Como Chefe de um Estado, o Vaticano, o Papa vem, insurrecta e desrespeitosamente, exortar os fiéis de um outro Estado, laico e democrático, a condenar leis, aprovadas no seu parlamento por maioria, de despenalização da interrupção voluntária da gravidez e de aprovação do casamento homossexual como podem comprovar aqui. Ou seja, opta por uma atitude de ingerência intolerável na regulação totalitarista da sociedade civil de um Estado que não dirige nem representa, quando nem sequer consegue pôr ordem dentro da sua própria casa!
Como ele ainda anda por aí e eu me recuso a fazer parte dessa corja de beatos, continuemos com a digressão musical. Quem não se lembra de Herbert Von Karajan, O Maestro, quando A Orquestra era a Filarmónica de Berlim e os LPs de música clássica tinham de ser gravados pela Deutsche Grammophon? Vejam-no a ensaiar, com toda a sua exacerbada e invulgar sensibilidade e espantosa capacidade de explicar e transmitir o que queria. Recordem-no depois a dirigir uma orquestra, como só ele era capaz de o fazer. Acreditem que vale a pena.
Ensaio da 4ª sinfonia de Schumann
Beethoven Symphony No. 9 in D Minor, Op. 125
Beethoven's 5th Symphony. Part 1 (Movements 1 and 2)
Porque Portugal é um Estado laico e é imoral obrigar o seu povo a esta palhaçada em que o Estado e a ICAR andam pornograficamente embrulhados, oiçam um dos cantores ao som de cuja voz cresci. Não vos lembra as Caraíbas e as Antilhas, piratas, rum e tufões? Senhoras e senhores, eis Harry Belafonte!
Try to remember
Harry Belafonte & Nat King Cole sing Mama Look a Boo-Boo
Matilda
Como dizia ali no telejornal uma das vendedoras altamente prejudicadas pela vinda do papa (os desígnios do Senhor são insondáveis!) “podiam ter levado o papa para outro lado qualquer”. Acedendo ao pedido dela, façamos de conta que o papa não vem cá, que não vai haver uma cobertura televisiva alargada durante 4 dias em todos os canais, nem fecho de ruas ou desvios de trânsito e continuemos a ouvir Jazz. Senhoras e senhores, tenho a honra de vos apresentar um dos conjuntos que mais me surpreendeu quando apareceu há muitos anos: “Jacques Loussier Trio”. Oiçam-no a tocar os clássicos em jazz e pasmem.
Toccata & Fugue in D Minor
Arabesque
Pastorale in C Minor
Quem nunca ouviu David Brubeck, tem aqui a oportunidade de ver o que perdeu. Senhoras e senhores, oiçam-no e fiquem numa boa mood!
Take Five
Take the “A” train
40 days
I’m in a dancing mood
It’s a raggy waltz
Tenho o prazer de vos apresentar a mulher que foi considerada a melhor cantora de gospel do mundo!
Senhoras e senhores: Ms. Mahalia Jackson! Enjoy it.
Pela 1ª vez, desde que foi anunciada a visita do papa a Fátima, vi aqui uma notícia com interesse. O padre Mário de Oliveira, director do jornal Fraternizar, veio dizer à boca cheia, que as aparições de Fátima nunca existiram, que os pastorinhos foram vítimas de uma montagem feita pelo clero de Ourém, montagem essa que teria tido para as três crianças consequências tão graves quanto as da pedofilia, e que essa farsa teria feito de Fátima uma galinha de ovos de ouro para a Igreja em Portugal e para o Vaticano. Finalmente vejo que eu e um membro do clero comungamos, por assim dizer, a mesma opinião sobre esta história da carochinha.
* Desculpem, mas sou alérgica a acordos ortográficos e ainda escrevo "história" como aprendi na escola.
Perante a duríssima luta que se vem travando em África pela alteração de mentalidades, costumes, comportamentos ou meros estados de ignorância das populações, causas-rastilho da bombástica propagação do HIV naquele continente, depois de décadas de esforços no sentido de levar informação sobre prevenção da SIDA às populações africanas, aquele fanático daquele Papa, contra a ciência, o bom senso e a racionalidade mais básica, ter a lata de ir lá dizer que a distribuição de preservativos [e sua utilização, subentendido, claro] não é a forma adequada de combater a difusão do vírus é, no mínimo, um acto criminoso.
Tribunal de Haia com ele, já!
Polícia moçambicana tenta travar linchamento de "culpados" pela ausência de chuva.
Uns diabolizam alegados "retentores da chuva", outros os casamentos entre homossexuais e a ameaça que estes representam para a "família".
Não deve, decerto, estar a falar da Constituição da República Portuguesa, que diz:
no Artigo 13.º (Princípio da igualdade)
1. Todos os cidadãos têm a mesma dignidade social e são iguais perante a lei.
2. Ninguém pode ser privilegiado, beneficiado, prejudicado, privado de qualquer direito ou isento de qualquer dever em razão de ascendência, sexo, raça, língua, território de origem, religião, convicções políticas ou ideológicas, instrução, situação económica, condição social ou orientação sexual.
e no Artigo 36.º (Família, casamento e filiação)
1. Todos têm o direito de constituir família e de contrair casamento em condições de plena igualdade.
Além disso, a última vez que verifiquei (e foi agora mesmo), Portugal era um estado laico, perceberam? Laico. Os senhores têm, de uma vez por todas, que aprender a viver com isso.
Sem mais hipocrisias, eu até acho que entendo onde o Cardeal Patriarca de Lisboa queria chegar quando afirmou que casar com muçulmanos "é meter-se num monte de sarilhos que nem Alá sabe onde é que acabam".
O que ele se esqueceu de dizer foi que não é preciso casar com um muçulmano para uma mulher ser maltratada. Basta casar com certos portugueses, a maioria deles mui católicos até.
Como com certeza já repararam, a vida não tem dado para a bloga.
Voltamos em Janeiro, se não acontecer nada de extraordinário entretanto.
A todas as leitoras e leitores do Azinhaga, um Feliz Ano Novo!
Ao aberrante bento dezasseis uma palavra especial, em jeito de retribuição: desejamos-lhe umas grandes fodas mas, por favor, com pessoas maiores de idade e por mútuo consentimento, está bem? Eu sei que não é prática comum aí em casa, mas faça lá um esforço. Vai ver que se sentirá um ecologista melhor.
A mim parece-me que a forma mais óbvia de esquematizar a evidência de que Deus é, na verdade, um Diabo passa por chamar a atenção para o facto de "Diabo" ser considerada uma palavra menos positiva mas, convenhamos, muito melhor adaptada à personalidade de quem detém discricionariamente "todo o poder".
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